F1 Quem é quem em 2018: Ferrari - Julianne Cerasoli Skip to content

Quem é quem em 2018: Ferrari

O que fez em 2017: Passou de um longínquo terceiro para ver seu piloto liderar a maior parte do campeonato

O que muda para 2018: Aí que está a dúvida! Muda algo?

Meta: Disputar o título

Quando se olhava para o grupo de jovens engenheiros responsáveis pelo projeto da Ferrari de 2017, o temor era para uma campanha pior até do que no ano anterior, quando o time foi amplamente superado pela Red Bull. Ainda mais depois que seu diretor técnico, James Allison, saiu do time no meio do projeto do que seria um carro totalmente novo, para alinhar-se a um regulamento modificado.

Para piorar, início do desenvolvimento do projeto já tinha sido dificultado pela ausência de Allison devido à morte repentina da esposa em março, e eram constantes os rumores de que Maurizio Arrivabene não duraria no cargo.

Mas eis que, quando menos se esperava dela, a Ferrari ressurgiu das cinzas. O motor foi o que mais evoluiu com o fim dos tokens e o chassi pode ser considerado o melhor “all rounder” do grid. Sua maior força em relação à Mercedes era nas curvas de baixa, devido à distância menor entre eixos, mas uma série de soluções inteligentes e simples, especialmente na suspensão, fazia do carro “pau pra toda obra”, o que deu a chance a Vettel de permanecer nas primeiras 12 etapas na liderança. Depois, quando a Mercedes passou a compreender melhor seu equipamento, passou a ser mais difícil bater os rivais, mas ainda assim a diferença foi pequena: em média, 0s179 em relação às voltas mais rápidas do final de semana. E era em ritmo de corrida que a Ferrari crescia.

Provavelmente entendendo que essa evolução da Mercedes significa que a vantagem nas curvas de baixa já não seria suficiente, a Ferrari decidiu seguir mais a linha dos rivais em 2018. Além disso, os sinais no geral são mais positivos do que as etapas finais da temporada poderiam levar a crer. Afinal, as quebras que a Ferrari teve ou foram em decorrência de um problema já resolvido no turbo, ou por detalhes operacionais mais fáceis de rever, e as últimas duas corridas foram “contaminadas” pelo rendimento do motor novo de Hamilton.

Outra boa notícia de 2017 foi a de que o desenvolvimento ao longo do ano, algo que vinha sendo o calcanhar-de-Aquiles há anos na Ferrari, foi bastante competente, e nas últimas corridas o time já estava testando trabalhar com um rake maior, visando melhorar a pressão aerodinâmica da parte traseira do carro (algo que funciona bem em conjunto com uma distância entre eixos maior) e resolver um problema que, de fato, dificultou a vida do time ano passado: a lentidão na comparação com a Mercedes em curvas de raio longo, o que ocasionou lavadas duras em Silverstone e Spa.

Talvez perder cedo o campeonato de 2017 tenha sido um bom negócio.

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12 Comments

  1. Julianne, tive a impressão de que ninguém esperava pelo que a Ferrari fez este ano passado. Minha dúvida é: quanto de James Allison teve neste carro e quanto foi competência dos atuais projetista? A parte de desenvolvimento me parece ser mérito dos atuais engenheiros de Maranello, o que dá uma certa esperança de ver a Ferrari competitiva. Há por parte do paddock uma certa dúvida da capacidade deles ou é impressão de quem está de fora?

    • Allison era diretor técnico, e não projetista. Então o projeto em si nunca foi dele. O que um diretor técnico faz é direcionar processos e coordenar a equipe. É alguém que comanda mais os princípios e filosofias.
      No paddock se questionava muito a equipe inexperiente à frente da Ferrari, mas a equipe realmente foi muito bem ao longo do ano, dando indicativos de que as preocupações eram infundadas.

  2. Prefiro esperar a temporada começar, a única coisa que aposto é que será o ultimo ano do sobrevivente Raikkonen.

  3. Poderemos ter em 2019 Verstappen na Reb Bull, Norris na McLaren, Leclerc na Ferrari e Ocon na Mercedes, quatro pilotos de quase a mesma geração nas quatro principais equipes, se isso acontecer será bem interessante, eu coloquei na ordem que eu considero o potencial deles.

  4. Acho que vai brigar com a Mercedes em todas as corridas. E espero que seja um campeonato fantástico. Mas pra isso é preciso melhorar a questão da classificação já que em ritmo de corrida demonstrou estar bem próximo.
    Julianne será que nenhuma outra equipe conseguirá igualar essa performance de classificação do motor Mercedes?

  5. Não sou torcedor da Ferrari, mas devo reconhecer que eles fizeram um trabalho muito, muito bom neste ano. Este campeonato me lembrou muito o de 2007 e 2008, onde 2 equipes disputaram o campeonato. Realmente foi muito bom, e se a ferrari não se perder no desenvolvimento do carro, 2018 será a mesma disputa de 2017, e, ao meu ver, com a Red Bull ‘cheirando o cangote’ de mercedes e ferrari.

  6. Infelizmente, com base nos últimos quatro campeonatos, tenho pouca ou nenhuma esperança de que haverá uma disputa real em 2018, ou nos próximos três anos. Eu nunca – por mais que tentasse – consegui me convencer que a Ferrari teve um carro melhor que a Mercedes ano passado, como parte da imprensa tentou fazer parecer. De fato, a pré temporada arrasadora e a honesta primeira metade do mundial 2017 deram algum açúcar para adoçar a falsa perspectiva de que haveria um campeonato disputado. Mais tarde, essa mesma parte da imprensa imputou a responsabilidade da “derrota” do time italiano a Vettel, Marchionne, Arrivabene… ..em parte sim, mas o SF70H nunca foi páreo pro W08, seja em corridas e muito menos na classificação. Olhando de fora, com base em nada mais do que a tv e a net oferecem, penso que o ultra competente corpo técnico da Mercedes sempre vai estar anos-luz dos restantes , como vem sendo inexoravelmente desde 2014. Quero muito estar errado.

  7. É claro que isso nunca vai valer nada para Vettel e para a própria Ferrari, mas, analisando o ano deles do ponto de vista dos processos, foi um puta ano.

    Foi a primeira vez que alguém incomodou e trouxe possibilidades reais de perda de título para a Mercedes. É difícil cravar que a SF70H foi um carro melhor do que o W08, mas não é mentira dizer que, em algumas situações específicas, a rossa teve desempenho superior ao das flechas prateadas.

    Isso, do ponto de vista histórico, é inédito nessa era híbrida. É como disse no começo: não vai consolar Vettel e a Ferrari pela perda do título, mas significa muito nas entrelinhas.

    Acredito que a questão em que a Mercedes ainda é imbatível é na abordagem das múltiplas questões macro que envolvem os fins de semana da Fórmula 1, como fornecedores, rotinas e processos, como o episódio da vela de ignição deixou claro.

    Não sei se é por conta de a Mercedes ser de origem alemã e contar com muitas pessoas dessa matriz cultural no topo do organograma, mas sempre observo que faz diferença na organização geral.

    Se a Ferrari aprendeu com 2017 e aprimorou o carro para 2018, acho que vamos ver a scuderia ainda mais forte.

  8. Acho q a Ferrari terá que vir com algo muito, muito bom se quiser que se repita em 2018 o que aconteceu no ano passado.
    Afinal a Mercedes já compreendeu como seu carro funciona e deverá começar esta temporada bem melhor preparada que em 2017, algo que eu considero ter sido o ponto que fez a Ferrari liderar boa parte do campeonato.

  9. JULIANNE,PQ A FERRARI NÃO ANDAVA MUITO BEM NA CHUVA NO ANO PASSADO ?

  10. Julianne,
    Esse entre-eixos maior esse ano ainda permitirá à Ferrari ter esse carro pau “pra toda obra”? Ou a maior distancia entre-eixos não permite isso?
    Meio complicado dar uma resposta, fica uma grande dúvida (pelo menos para mim) se os italianos vão conseguir ser o time a ser batido ou ficar no quase novamente, essa temporada promete!
    Grande abraço a todos!

  11. Vejo que a Ferrari não conseguiu usar uma tecnologia que burlasse as regras da FIA, como a Mercedes de fato usou nos pneus durante os testes dos mesmos, na pista da uma diferença grande. O Vettel é um piloto que usa mais o braço, ele perdeu o campeonato devido o azar em Cingapura, e em outras corridas. Max Verstappen é muito jovem, natural não ter o mesmo equilíbrio que a maioria, se ele tivesse cedido a ultrapassagem do Raikkonen, talvez o Vettel tivesse ganhado o GP de Cingapura e mudado o cenário.

    Mas esse ano prevejo que a Mercedes vai sentir pressão, e o Vettel é muito mais piloto que o Hamilton, o que faltou no Vettel foi ser mais sensato e administrar mais os pontos, sair da zona da galera menos experiente e evitar perdas de pontos com acidentes desnecessários, é no final da temporada que o piloto percebe como se perde um campeonato na mão… Abraço.


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