F1 Quem é a Lotus de verdade, afinal? - Julianne Cerasoli Skip to content

Quem é a Lotus de verdade, afinal?

Hoje o Grupo Lotus anunciou a compra de 25% da Renault – a porcentagem do time de F1 que havia restado nas mãos da marca francesa – e a criação da Lotus Renault GP. Com isso, a equipe de Enstone, que já foi Toleman e Benetton, adota o tradicional preto e dourado que os carros de Colin Chapman estampavam nos anos 70 e 80. Os outros 75% da equipe pertencem ao grupo de investidores de Luxemburgo Genii Capital.

É só abstrair o vermelho que fica um carro bonito

Não deixa de ser um bom negócio para a Renault, que continua dando nome ao carro, fazendo propaganda na carroceria e fornecendo motores. A fábrica de Viry Chatillon, da Renault Sport, ainda contribuirá com o desenvolvimento do KERS e câmbio, até mesmo já pensando no que será feito em 2013, quando haverá mudanças que levam a um caminho mais sustentável, pesquisa de pleno interesse para a marca. Tudo isso sem gastar os caminhões de dinheiro do passado. Para os novos investidores, fica a chance de lucrar mais rapidamente, usando uma estrutura já vencedora, do que se começassem do zero.

A parceria entre a Genni e o Grupo Lotus começou em meados de 2009. A empresa multi-plataforma de Gerard Lopez tem negócios em diversas áreas, incluindo motores comprimidos e uma vasta gama no ramo de Internet, incluindo VOIP veicular. Ou seja, a ideia é trabalharem juntos na F1 e na utilização de tecnologias ligadas à Genii nos carros Lotus de rua.

A briga está longe de acabar

Já o Grupo Lotus passou pelas mãos da GM e da Bugatti antes de ser vendido à Proton, montadora malaia que pertence ao governo do país.

E  aquela Lotus de Tony Fernandes, que correu com o british racing green neste ano e que prometia aparecer preto e dourado – e de motor Renault – em 2011? Fernandes também é malaio, dono da companhia aérea low-cost Air Asia, e entrou em acordo ano passado com a Proton para estampar a marca inglesa em seus carros. Só não conseguiu a autorização do filho de Colin Chapman, Clive, para usar o tradicional nome Team Lotus. Recentemente, decidiu bancar a briga, usar nome e cores, e levar a decisão para a justiça.

Agora resta saber qual será o próximo passo de Fernandes, que fez um trabalho exemplar neste 1º ano de F1. Certamente, Bernie Ecclestone não gostará nada de ver duas equipes Lotus Renault alinhando com as mesmas cores no grid no Bahrein dia 13 de março e deixando para que advogados resolvam o impasse sabe-se lá quando. É uma briga que só começou.

6 Comments

  1. Para todos os efeitos, o nome “Team Lotus” pertence a David Hunt, que comprou a Peter Collins em meados de 1994, que pos sua vez, tinha comprado à familia Chapman no final de 1990. Portanto, desde há vinte anos que ambas as entidades estão separadas, e toda a gente, incluindo a Proton, sabe disso.

    Isto já foi a tribunal na Grã-Bretanha, no final da década passada, e a Proton perdeu. Quando Tony Fernandes quis reavivar o nome “Lotus”, pediu emprestado à Proton, com o objectivo de ter num futuro próximo os direitos ao nome “Team Lotus”. Só que, entretanto, a Proton contratou Dany Bahar, um suiço que trabalhou na Ferrari, e acharam que o projecto dele era bem mais ambicioso do que o de Tony Fernandes. GP3, GP2, Indy, seis protótipos de carros de estrada… não sei onde vão arranjar tanto dinheiro para tantos projectos, mas parece que a Proton foi na cantiga de Bahar, e queriam fazer as coisas dispensando a ajuda de Tony Fernandes, que parecia fazer as coisas como deve de ser.

    Pode parecer confuso, mas o que a Proton quer fazer é esquecer o passado, passando por cima de acordos legais e confirmados em tribunal, e aproveitar o trabalho do Tony Fernandes como se fosse seu. Para além de ser uma cópia, parece também ser um exemplo de maior cara-de-pau que se conhece, receber os louros de um trabalho do qual não mexeram um musculo. E agora, com essa do negro e dourado, passam por copiões.

    Enfim, acho que é altura da FIA se colocar em campo e tomar uma decisão. Ter duas Lotus em pista, cada um a dizer ser a sua legitima herdeira, vai dar má publicidade à Formula 1 e ainda manchar a marca construida por Colin Chapman há mais de cinquenta anos.

    • Parece que eles querem fazer FIA/FOM resolverem a questão na marra, antes do início da temporada. Até porque, como você bem disso, no tribunal, perdem. Para isso, estão tentando colocar o nome numa equipe mais forte, para fazer com que seja mais interessante Ecclestone e cia. bancarem essa Lotus ao invés da de Fernandes, que é quem tem o direito sobre o nome.
      O que você acha que vai dar? Não seria arriscado perder a “Renault”, já que fica claro que a Genii não consegue segurar o rojão sozinha?

      • Tu não falas no teu post, mas sei que o acordo vale cem milhões de euros para as próximas sete temporadas. E o Mike Vlcek fala que muito provavelmente, a Genii Capital poderá vender uma parte da equipa, porque eles tiveram de pedir emprestado o dinheiro de um banco lituano, o Snoras Bank, dando a equipa como garantia. Se o Gerard Lopez fez isso, então acho que o Dany Bahar deve ter arranjado mais do que 25 por cento…

        Em suma, querem todos jogar com o tempo, é um jogo de resistência à pressão. Fala-se muita coisa, mas sei que a Proton é uma companhia deficitária e não vejo nenhuma companhia que venda 150 mil carros por ano (Proton), fora os 2500 carros da Lotus Cars, ter poder suficiente para tantos projectos: GP3, GP2, Indy, os quatro ou seis protótipos que querem fazer até 2014. Se a Proton falhar os seus pagamentos, será o governo malaio (logo, os impostos dos malaios) a arcar os prejuizos todos. Por isso que acho o Bahar um megalómano, e que conseguiu convencer o governo malaio que o seu projecto era melhor do que o Tony Fernandes.

        • E o fato deles terem recebido um adiantamento do Ecclestone no meio do ano só aumenta essa possibilidade. Uma companhia deficitária + uma empresa que trabalha mais no campo especulativo. É tudo que precisávamos para animar o “inverno”. O que você acha que vai dar?

  2. Gostaria que triunfasse a “legalidade”, e acho que pode dar nisso. A lista provisória, de há uns dias, tinha lá escrito “Team Lotus”. Se a FIA deixou que eles se identificassem dessa maneira…

  3. este é uma caso no mínimo bizarro! as questões econômicas, estão criando situações importantes na f1 atual, visto a entrada de agentes econômicos não muito interessados na competição (trampolim mercadológico, exceto rbr, que possui uma visão competitiva apurada), o que faz aumentar a distância da equipes grandes para as médias e pequenas. Ju, talvez tenha havido uma abertura para esta situação anormal, quando a FIA fez vista grossa para a convivência pacífica da toro rosso e da rbr. imagino que possa ser este um dos motivos de frank willians tentar levar o barco sozinho, pois estas disputas extra pista, com certeza jogam contra a imagem esportiva dos times! resta saber, até que venham as mudanças mais drásticas apartir de 2013, com o corte de custos, está atitude da willians não crie um rombo irrecuperável! no mais, essa divisão de esforços, tem tudo para minar, a tentativa de crescimento da lotus, ao menos momentâneamente, com sérios riscos de num futuro próximo, se não aparecer parceiros potentes, a insolvência.


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