F1 20 anos do tri de Senna: Ayrton começa arrasador, mas Mansell encosta - Julianne Cerasoli Skip to content

20 anos do tri de Senna: Ayrton começa arrasador, mas Mansell encosta

Nada menos que 19 times e 41 pilotos competiram durante aquela temporada de 1991, cuja história começamos a contar hoje no especial dos 20 anos do tricampeonato de Ayrton Senna, feito em parceria com o Café com F1. Os cinco menores times tinham que enfrentar uma pré-classificação. Inicialmente, eram Jordan, Dallara, Modena, Fondmetal e Coloni (as duas últimas corriam com apenas 1 carro!). Como os três primeiros tiveram bons resultados, foram promovidos, deixando a pré-classificação para AGS, Footwork e ex-campeã do mundo Brabham. Eram 34 carros competindo por 26 lugares no grid. A Jordan, que fazia sua estreia depois obter títulos nas categorias inferiores, acabou sendo a grande surpresa do ano – e ainda deu a 1ª chance a Michael Schumaher.

Naquele ano, houve uma mudança na pontuação. O vencedor levaria 10 pontos, um a mais do que antes, aumentando a diferença para o 2º colocado, que seguia ganhando 6. E todos os resultados contariam – até 1990, somente os 11 melhores valiam para o campeonato.

O cenário estava aberto quando o ano começou, no GP dos Estados Unidos. As atenções ainda estavam voltadas ao duelo entre os rivais Ayrton Senna e Alain Prost, devido ao controverso final da temporada anterior, e a Ferrari apareceu bem nos testes de pré-temporada. No entanto, Senna e a McLaren tiveram uma arrancada arrasadora, com 4 poles e 4 vitórias nas 4 primeiras corridas, enquanto aquele que viria a ser seu principal rival pelo título, Nigel Mansell, abandonou as 3 primeiras etapas. Uma delas foi o GP do Brasil, mas esta é uma história para amanhã. Outra foi no GP de Mônaco, de ponta a ponta. “Há pouca coisa que o estouro da champanhe da vitória não cure”, disse um exausto Senna após a prova, com a mão em carne viva após as 3.120 trocas de marcha feitas durante a corrida.

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Mansell voltara para a Williams depois de uma passagem desastrosa pela Ferrari. O “leão”, então com 37 anos, havia anunciado a aposentadoria, mas foi convencido por Frank Williams de que teria um carro vencedor. A equipe, que também contava com Riccardo Patrese, estava desenvolvendo seu sistema de suspensão ativa e o câmbio semi-automático, obra de Patrick Head e do jovem projetista Adrian Newey, mas ainda não dominava a tecnologia.

Quem substituiu Mansell na Ferrari foi a revelação Jean Alesi, que, junto do companheiro Alain Prost, teve que lidar com uma frágil Ferrari.

A Williams só mostrou seu potencial na 5ª etapa, no Canadá, e fechou a primeira fila. Seria uma vitória tranquila e bastante lucrativa para o campeonato, uma vez que Senna abandonou com uma falha no alternador. Mas Patrese teve um pneu furado e Mansell, saudando a torcida na última volta, fez com que os giros do motor caíssem demais e o propulsor apagou. A trapalhada deu a última vitória da carreira a Nelson Piquet.

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Mas já ficara claro que as Williams haviam encontrado sua forma. Com uma dobradinha no México, e vitórias de Mansell na França – após grande ultrapassagem sobre Prost, que corria em casa – e na Inglaterra, quando Senna arriscou colocar menos combustível para tentar chegar no inglês e acabou parado na pista com uma pane seca, cena que se repetiu na Alemanha, embolaram o campeonato. “Se não estivermos em igualdade técnica com os Williams em três corridas, o campeonato estará perdido”, alertou Senna. A grande vantagem dos rivais era o câmbio semi-automático. Como as equipes ainda não conseguiam 100% de confiabilidade com a novidade, a McLaren optara por continuar usando a opção manual. “Parece que o Mansell acelera um motor turbo e eu um aspirado”, reclamou o brasileiro. Outra diferença era que o motor V12 Honda, da McLaren, era 21kg mais pesado que o Renault.

Passada a metade do ano, Senna tinha 51 pontos contra 43 de Mansell. A Williams se mostrava superior e a McLaren tentava, desesperadamente, encontrar uma forma de bater o rival. Para piorar a situação do brasileiro, enquanto Patrese lhe tirava pontos, seu companheiro, Gerhard Berger pouco contribuía. Era preciso reagir na 2ª metade da temporada, sobre a qual falaremos na sexta-feira.

2 Comments

  1. Câmbio semi-automático x câmbio manual, motor 21kg mais pesado. Realmente foi um título merecido.

  2. O mlehor daquela corrida do Canadá, foi a declaração do Piquet depois da corrida que disse que quase teve um orgasmo quando viu o carro do Mansell parado. Era o grande Nelsão!

    A Williams tinha um super-carro na mão mas não tinha um piloto diferenciado. E um piloto que ganhou a corrida apenas com a 6ª marcha nas voltas finais mostra o quão é diferente para o resultado final.


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