F1 Segredo em Mônaco é evitar o tráfego - Julianne Cerasoli Skip to content

Segredo em Mônaco é evitar o tráfego

Prova de 2011 teve três primeiros com três estratégias diferentes

Um circuito em que o desgaste de pneus é baixo pela pouca energia dissipada nas curvas lentas e asfalto pouco abrasivo, um pit stop demorado – a perda é de 25s –, 71% de chance de Safety Car e a dificuldade para ultrapassar são os fatores que prometem complicar a vida dos estrategistas no GP de Mônaco.

A grande dificuldade com toda essa equação é definir o número de pit stops: até que ponto vale a pena deixar um piloto com pneu já sem o rendimento ideal na pista para economizar no tempo de parada + perda pelo tráfego?

Não coincidentemente, ainda que em 2011 as corridas anteriores a Mônaco tivessem se desenhado como neste ano, com três paradas em sua maioria, a melhor estratégia para o Principado foi parar duas vezes. O vencedor Sebastian Vettel trocou pneus na volta 16 e tentaria se segurar, é verdade, mas a bandeira vermelha a 10 voltas do final nos impediu de comprovar se a tática funcionaria. É muito provável que outros tentem o mesmo, pois andar mais lento não significa necessariamente perder posições em Mônaco. Mas fica a dúvida se seria algo rápido o suficiente para se ganhar a corrida. Temos de lembrar que serão usados os supermacios, que aguentaram ano passado menos de 20 voltas. E a corrida tem 78, ou seja, seriam quase 60 voltas no macio!

Outro complicador pode ser quando essas duas estratégias, a de duas paradas, que deve ser a preferida dos ponteiros, e a de uma, a aposta do meio do pelotão, se encontrarem na pista. O quão bem cada um lidar com esse tráfego será fundamental.

Com a expectativa de poucas paradas e a necessidade de classificar-se bem para evitar o tráfego, é difícil imaginar que as equipes queiram economizar mais do que dois jogos de pneus macios – imaginando uma tática com supermacio, macio, macio. O que parece ser lucrativo é, sabendo que vai ficar por volta da 10ª posição, arriscar apenas uma tentativa no Q2 para guardar supermacios para o primeiro stint e tentar estender a primeira parada. Porém, insisto, em Mônaco ser mais lento não é sinônimo de perder posição e a regra é livrar-se do tráfego. Além disso, o vencedor largou na primeira fila em quatro das cinco primeiras etapas. Por isso, se a equipe acreditar que pode lutar pelas primeiras filas, que use todos os pneus para tal.

 Quem levará a melhor

É de praxe dizer que o rendimento em Mônaco não é demonstrativo da relação de forças entre os carros. Mas os carros com mais downforce costumam se dar vem. A boa tração em curvas lentas também é bem-vinda e, se há algo que ajuda nisso, além da aderência mecânica, e a dirigibilidade dos motores. Nesse quesito, os Renault são imbatíveis.

Isso, somada à boa performance no terceiro – e mais lento – setor do circuito de Barcelona na última etapa, fazem com que a Lotus apareça bem. O que pode jogar contra Raikkonen e Grosjean são as temperaturas, pois não se espera o calor de que o E20 gosta.

Dona de 8 vitórias nos últimos 20 anos no Principado, a McLaren é certamente o melhor carro em classificação e não pode ser descartada. A Williams foi outra que se mostrou rápida no terceiro setor em Barcelona e tem uma dupla já vencedora – Maldonado, por três vezes – nas categorias de base em Mônaco. E vocês, apostam em quem?

10 Comments

  1. Quem vai decidir a corrida é a HRT, a Marussia e a Caterham, a dificuldade que seus pilotos vão colocar ao serem ultrapassados definirá o destino da prova. A loteria pneumática vai ser menor em Monte Carlo, o príncipe já falou que não quer concorrência com a roleta de seu famoso casino e também, como foi lembrado, o circuito oferece o menor desgaste da F1, até porque é a disputa mais lenta do calendário da categoria, a velocidade média da prova é de apenas 160 Kph e a máxima não passa de 320 kph no final do túnel… Já que a excelente blogueira perguntou… deixa eu ver aqui na minha bola de cristal… eu estou vendo que o carro vencedor está calçando pneus Pirelli e usa motor da Renault… não consigo ver mais nada, a minha bola de cristal só fica mostrando a mulher do príncipe e eu não vou mandá-la para o conserto… que isso não é defeito… Eu só a mandaria para o conserto se ela me mostrasse um carro vencedor usando motor da Cosworth, que, na verdade, acredito, deve ser ainda o motor que mais ganhou em Mônaco ao longo da história… Vale a pesquisa e daria um bom artigo ou post… 😉

  2. Bom, Julianne, se for para uma aposta até bem factível, e que dê para botar uma graninha no bolso, o palpite seria Kobayashi, mas, para ganhar apenas alguns trocadinhos, o palpite realista seria mesmo para Hamilton. Vettel vem a seguir e Alonso depois. Aliás, a McLaren lidera a pesquisa feita entre os leitores do excelente site http://www.planet.f1.com para vencer em Mônaco, seguida da Ferrari com surpreendente percentual em cima da Red Bull, o que mostra que os aficionados já estão mesmo acreditando que a italiana está de volta ao jogo. Mônaco é uma pista difícil de ultrapassar, o carro até que não é ruim e Kobayashi costuma devorar com as mãos seus adversários, sem usar os talheres a que tem direito: o KERS e o DRS. Além disso, faz uso frugal dos pneus, de acordo com o que recomenda a dieta atual da F 1. Pode ser a surpresa da vez, principalmente se largar bem colocado.

    • Minha torcida é pelo Kobayashi (pode ser o Perez, especialmente pela pintura do Chapolin no capacete dele). Mas se for pra apostar, eu colocaria meus cobres no Raikonnen.

  3. Para quem tiver a pretensão de pontuar, chegar ao Q3 é fundamental. Não dá para contar que outros à sua frente terão problemas. Para quem tem um carro bom o suficiente para sonhar com vitória, eu diria que é necessário sair, no mínimo nas duas primeiras filas. Acredito que ao contrário das provas anteriores, os pneus não terão papel dicisivo no resultado final da prova (devido ao asfalto pouco abrasivo que exigirá menos dos compostos). Isto ficará por conta da posição de saída do pretendente à vitória, e a perda tempo dele na entrada/saída dos pits além, é claro de contar com um trabalho sem erro dos mecânicos. Como sempre, em Monaco o que conta mesmo é sair na frente. A certeza é que será uma prova bastante disputada pois, Ferrari, McLaren, Williams, Lotus e Red Bull possuem carros bons o suficiente para vencer. Gosto muito do ritmo de corrida da Williams e a Lotus também pode vir bem(com Kimi).

  4. Ju, some-se a isso, a possibilidade de chuva, aos pilotos que negociem bem as ultrapassagens, e é claro o fator sorte, pois não possuindo áreas de escape, até mesmo os favoritos podem ficar de fora. Mônaco, mais do que qualquer outro circuito, não tolera erros.

  5. Se tem alguém que é mestre em ultrapassagem nessa pista é Michael Schumacher

  6. Olá Julianne,

    2012 talvez seja a última chance de Schumacher igualar a marca de Senna em Mônaco, em número de vitórias. Numa F-1 maluca como esta e com a experiência que ele tem nas ruas do principado, uma pista como você citou, “o rendimento não é demonstrativo da relação de forças dos carros”, o alemão teria boas chances de vencer com a Mercedes, mas olha que ironia: Uma batida em Bruno ‘SENNA’ o fará perder 5 posições no grid, o que joga por terra suas chances.

    Digo última chance porque não acredito que seu contrato seja renovado para o ano que vem por causa de seu retrospecto abaixo da critica.

    Meu favorito para domingo é Alonso, mas a torcida é para que haja um sexto vencedor de equipe diferente.

    Um abraço, Julianne e parabéns pelas suas precisas análises.

  7. Ju,na sua opinião o que o Senna tinha de diferente na tocada do carro comparado aos pilotos atuais na pista de monaco ?

    • Carros diferentes, exigências diferentes, claro. Mas se há algo que vejo em comum ao passar dos anos em Mônaco é a necessidade de foco/consistência e confiança, em si mesmo e no carro. Acredito que a resposta vá por esse caminho.


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