F1 GP da Austrália por brasileiros, espanhóis e britânicos: “Madre mia, que forte está a Mercedes!” - Julianne Cerasoli Skip to content

GP da Austrália por brasileiros, espanhóis e britânicos: “Madre mia, que forte está a Mercedes!”

Motor Racing - Formula One World Championship - Australian Grand Prix - Race Day - Melbourne, Australia

Uma viagem pelo desconhecido. Foi tateando nas expectativas que narradores e comentaristas enfrentaram a primeira corrida não apenas da temporada, mas de um regulamento completamente novo. As duas largadas abortadas só aumentaram a tensão – que até deixou o narrador britânico David Croft um pouco confuso quando 2014 começou para valer: “Hamilton sai bem, excelente largada de Magnussen. A largada é um caos para alguns e vemos uma Williams, acho que de Massa, na brita. E todos vão passando Vettel, que não tem potência.”

Na verdade, era Rosberg que pulava para a ponta. “Ricciardo largou mal, Hamilton também e Rosberg pula na frente. Hamilton começou muito lento, deve ter algum problema”, observa Antonio Lobato, na Antena 3 espanhola. “Vem a disputa ali atrás e o Felipe Massa já foi tocado e fica fora”, Galvão Bueno se decepciona na Globo.

Uma primeira volta movimentada assusta o comentarista Martin Brundle, da Sky Sports. “Eles têm esse novo sistema de freio que iria dificultar as primeiras curvas, mas não há motivo para permitir que vire uma loucura como estamos vendo”, diz o britânico, que logo chama a atenção para Hamilton, que perde posições. “Seria um problema ou ele está economizando combustível?”

Para Reginaldo Leme, as mensagens de rádio de Sebastian Vettel, que acusa falta de potência, podem ser uma dica. “Alguma coisa desse tipo deve estar acontecendo também com o Hamilton porque ele está perdendo muito.”

Lobato está preocupado com Alonso, ultrapassado por Hulkenberg e pressionado por Vergne. “O que está acontecendo com Fernando? Ele não tem velocidade.” Mas o comentarista Pedro de la Rosa não sabe. “Pode ser qualquer coisa, é possível ter deficiências momentâneas do sistema de energia.”

Brundle avisa que “Isso vai acontecer muito: se uma parte do sistema não está funcionando bem, o resto é afetado. Não é como antes, quando dava para simplesmente continuar sem o Kers, por exemplo.”

Motor Racing - Formula One World Championship - Australian Grand Prix - Race Day - Melbourne, AustraliaNa Globo, o replay da largada é o estopim para uma malhação pública – e que dura por toda a prova – em cima de Kobayashi, que aparece perdendo completamente a freada e acertando Massa em cheio. “Olha a barbeiragem do Kobayashi para cima do Felipe Massa. Ele veio atropelando tudo. O Massa estava na dele, certinho, e tomou a pancada”, Galvão não se conforma. “Foi um absurdo, é a primeira prova e a Caterham nem sabe se vai terminar a temporada. Agora existe uma regra de pontos e o Kobayashi deve levar um monte por essa pancada”, opina o comentarista Rubens Barrichello. “A causa da batida foi o cérebro do Kobayashi”, define o narrador.

Britânicos e espanhóis, contudo, inocentam o japonês logo de cara. “Parece um problema do brake by wire”, diz o comentarista da Antena 3 Jacobo Vega. De la Rosa gargalha. “Lógico que vão falar que é culpa do freio. O que mais dá para dizer?” Mais um replay e Vega novamente busca uma confirmação com o piloto de testes da Ferrari. “Foi o brake by wire, com certeza, Pedro” – e ele confirma: “Com certeza”.

Na Sky, o único comentário é de Croft. “Pode ser que não tenha sido culpa do Kobayashi, pode ter sido uma falha no sistema de freio eletrônico.”

O destaque da primeira parte da prova é Valtteri Bottas. “Uma ultrapassagem por fora e outra por dentro, grande pilotagem de Bottas. Esses caras novos, como ele e Magnussen, têm muita confiança”, salienta Brundle, mas Croft desconfia que o finlandês “está gastando muito combustível.” Para Vega, contudo, “se não tiver problemas de confiabilidade, certamente chega ao pódio.”

Isso, se não fosse um muro no meio do caminho, com o qual “vimos seu companheiro flertando por todo o final de semana”, como lembra Brundle. Um toque rasga seu pneu e traz o Safety Car à pista. “Foi azar dele porque vi muitos batendo mais forte ali e nada acontecia”, defendeu o britânico.

“É uma pena para a Williams porque são nessas corridas que se ganha pontos importantes”, lamenta Lobato, com o mesmo tom de Galvão, que declara prematuramente fim de prova para Bottas. “Ele se empolgou com a velocidade. E o Rosberg com isso é mais líder do que nunca porque, se alguém podia o incomodar, seria ele.” O finlandês, entretanto, troca os pneus e segue na prova.

Quem se deu bem com o Safety Car foi Jenson Button, que entrou nos boxes uma volta antes dos rivais. “Fiquemos de olho em Button, que vai se aproveitar por ter entrado antes”, alerta Lobato. Na Globo, o crescimento do inglês na prova só tem a ver com sua tocada.  “É um regulamento feito sob medida para ele”, defende Galvão.

O repórter britânico Ted Kravitz foca em Raikkonen, “que perdeu muito tempo porque teve de ir bem devagar já que a Ferrari o parou junto de Alonso. É a vida de segundo piloto da Ferrari”, diz em tom de brincadeira.

Com a relargada e a supremacia de Rosberg, Galvão começa a alertar para a possibilidade de quebras. “Ninguém sabe o que vai acontecer. O companheiro dele já teve de abandonar”. Enquanto isso, Brundle comenta sobre o novo motor. “Pelo menos dá para ouvir a narração no sistema de som do circuito. Antes muita gente ia descobrir o que aconteceu na corrida só quando chegava em casa.”

Espanhóis buscam, sem sucesso, maneiras de Alonso passar Hulkenberg. Resta apenas elogiar o rival. “Que difícil para Perez dividir a equipe com um piloto como Hulkenberg, que faz grande corrida”, diz Lobato, apoiado por Brundle. “Qualquer carro que você dê para ele, ele anda bem.”

O narrador espanhol também não esquece Vettel. “A vida não está como de costume para ele, mas lembramos que não vai demorar muito tempo para que isso mude. Quando a Renault resolver os problemas, o carro vai muito bem”, alerta.

Na Globo, o destaque é para Bottas que, “mesmo com toda a confusão que arrumou na corrida, já está na zona de pontuação. Parece ser o segundo carro mais rápido na pista”, Galvão aproveita para animar a torcida futura para Massa.

Já tínhamos até esquecido que os pneus se degradam quando Button antecipou sua segunda parada para superar Alonso e Hulkenberg em uma só tacada. Mas os britânicos não confiam que seria possível. “Será que o undercut ainda é a melhor estratégia?”, questiona Croft, enquanto De la Rosa não duvida que o inglês “é um perigo” para a corrida de Alonso. Barrichello destaca a quebra da ponta do bico do McLaren do ex-companheiro. “Caiu a ponta do nariz. Ele vai ficar com frio ali, Galvão. Mas é estranho quebrar aquilo, porque tudo o que você quer num acidente é que aguente. É claro que vai quebrar, mas é de se esperar que aguente mais do que uma pancada de macaco.”

De fato, a estratégia de Button dá certo. “Precisamos de uns cavalinhos, hein?”, reclama Lobato, descontente com o rendimento de Alonso. “Dá para conseguir, mesmo com a homologação, mas também precisamos melhorar a aerodinâmica porque tudo vai junto. Vemos a Red Bull, com uma deficiência no motor, andando na frente”, lembra De la Rosa.

Mas havia um outro motivo para o rendimento mediano da Ferrari, como explica Kravitz. “A Ferrari está com um problema elétrico em ambos os carros e não estão com toda a potência que poderiam. Isso é uma boa notícia pensando nas próximas corridas.” Problemas à parte, Galvão aposta que “Kimi jamais imaginou que, em seu retorno à Ferrari, seria ultrapassado duas vezes pelo Bottas e levaria pressão de um menino de 19 anos”, referindo-se a Kvyat. Já a explicação de Reginaldo para a performance de Alonso, que consegue lutar com pilotos com motor Mercedes, é de que “a Ferrari está muito atrás e o Alonso está muito à frente de outros pilotos e por isso consegue colocar o carro nessa posição.”

Na Sky, o destaque é para a Red Bull – e a nova geração. “Parabéns à Renault, em conjunto com a Red Bull. Eles nem acreditavam que poderiam fazer 46 voltas seguidas há 10 dias, muito menos com esse ritmo”, lembra Kravitz. “Ricciardo é muito calmo ao volante e é algo que vai o ajudar neste ano. E a performance de Magnussen mostra que também há espaço para o talento, não apenas meninos endinheirados”, emenda Brundle, enquanto Croft pergunta: “O que teria acontecido se Lewis Hamilton pudesse ter competido hoje?”

Provavelmente isso seria o único complicador da prova de Rosberg, cujo rendimento assustou Lobato. “Madre mía, que forte está Motor Racing - Formula One World Championship - Australian Grand Prix - Race Day - Melbourne, Australiaa Mercedes!”. Galvão destaca vitória “30 anos” após Keke Rosberg na Austrália. “Claro que tem o melhor carro, mas foi perfeito por toda a corrida”, opina. “Muito foi falado dele quando o Hamilton chegou para ser seu companheiro, mas ele está crescendo muito e está pilotando muito”, endossa Barrichello.

A Mercedes na frente, porém, era esperado. As surpresas estavam a seu lado. “Os três que estão no pódio tiveram que ouvir muita gente só falando de seus companheiros antes da temporada começar”, lembra Croft. “E o que dizer de Magnussen, no pódio na primeira corrida de sua vida. Quem preveria um pódio deste?”, se impressiona Lobato, enquanto Brundle brinca com a precocidade do dinamarquês, que “parece tão novo que dá a impressão que a mãe dele o deixou brincar nesse carro hoje à tarde.”

Para Galvão, “de positivo, fica para o Felipe Massa a posição do Bottas depois de ter largado em 15º e batido e, mesmo assim, foi o sexto.” E Reginaldo lembra que “finalmente ele tem um carro e a liberdade de correr como ele pode, algo que não tinha na Ferrari.”

Para finalizar, Lobato lança um comentário despretensioso, mas que hoje soa como uma praga. “Bom, daqui a pouco, todos os carros vão ter que demonstrar que estão de acordo com as regras, que não gastaram mais de 100kg de combustível e respeitaram o fluxo de 100kg/h”, o que, para De la Rosa, “seria surpreendente em uma prova em que houve um Safety Car.”

40 Comments

  1. Legal Julianne, este post das diferenças entre as transmissões é sempre muito bacana, e evidencia que a Globo, apesar do bom trabalho técnico, peca um pouco com os comentaristas.

    O Barrichello na minha opinião foi muito bem nas entrevistas antes da corrida, ele conseguiu até entrevistar o Newey. No episódio do Kobayashi, apesar das evidências condenar o japonês, vimos pelo seu post que os comentaristas ingleses e espanhóis tiveram mais cuidado antes de emitir uma opinião. É questão de estarem melhor informados e avaliar as possibilidades.

    Claro que se o Koba acertasse o Alonso, não sei se os comentaristas espanhois teriam a mesma parcimônia para analisar.

    Enfim, Galvão e Reginaldo é o que tem para o momento, a outra opção é abaixar o volume e procurar audios alternativos, mas já virou tradição pra quem acompanha F1, esperar os deslizes do Galvão pra meter o pau nele.

    Abraço

  2. Julianne quero tirar uma dúvida se vc puder me respoder, esses programas de pilotos tipos o da maclaren e redbul esses jovens pilotos recebe para fazer parte dessa escola como se fosse uma bolsa?? me divirto muito com esses post especialmente com galvão e Lobato.

    • É uma boa pergunta, Lucio. Vou procurar saber.

      • Fico no aguardo muito obrigado pela atenção, isso é importante para jovens piloto que não tem família rica.

  3. Baita MICO, Galvão tinha que pedir desculpas pessoalmente ao japonês, mas a arrogância não permite! Talvez se desculpe pela tv na próxima corrida…

    Galvão é arrogante, prepotente, chato e muito burro, gafes em vários esportes!

    Que venha né Galvão! Rubinho sobre o Schumacher no GP da China de 2006:
    http://www.youtube.com/watch?v=kQvc3Ow2gks

    Galvão Bueno “cantando” o hino nacional
    http://www.youtube.com/watch?v=-2b3LFTnX4U&list=PL3B5B7B3DA88A5623

    “Bem amigos da Rede Globo. Estamos aqui em Buenos Aires, no Equador…”(????)

    “E os jogadores estão entrando em CAMPO” (tudo certo se a transmissão não fosse do vôlei)

    “Goooooool do São Caetano”(jogavam Palmeiras e Santo André)

    Aula de física com Galvão Bueno, corrida em Mônaco:
    ”Reginaldo, será que Raikkonen chega no Schumacher? Mônaco possui a RETA-TORTA, será que ele consegue ultrapassar?” (Quem consegue ultrapassar é vc Galvão, de tanta ignorância!!!)

    GP da Turquia:
    “RBR vem nessa corrida com nova “asa” de tubarão”

    Asa? Tubarão tem asa? É barbatana burro!!!

    “Chutou com a perna que não era a dele” (olha só, andam roubando até pernas)

    Era uma quarta feira e o Galvão disparou:
    “E não percam amanhã o doce e animado lar do Casseta & Planeta(quinta passa A Grande Família)

    Aula de física com Galvão Bueno 2:
    Final da libertadores São Paulo x Atlético PR, quando um jogador do Atlético cruzou e a bola saiu pela linha de fundo e voltou para o campo. Galvão disse que a bola só voltaria se tivesse um elástico, que a lei da física não permitia a bola voltar…

    “Todo mundo aguardando a entrada de Romário para se despedir do povo brasileiro” (ótimo se a despedida não fosse do Ronaldo)

    Palmeiras x São Paulo, manda Galvão:
    “O goleiro do São Paulo aranha defende outra”(sendo que aranha era o goleiro da Ponte Preta)

    Recentemente, Galvão chegou a chamar o UFC de IFC, mas rapidamente corrigiu. O narrador também chamou Cain de Kéin.

    Aula de geografia com Galvão Bueno:
    “O estádio tem esse nome (Zerão) porque fica situado bem no TRÓPICO DE CÂNCER” (Cala boca Galvão!!!).

    O Estádio Milton Corrêa, também conhecido como Zerão é um estádio esportivo localizado em Macapá, estado do Amapá. O apelido do estádio se deve ao fato de que a linha de meio-de-campo coincide exatamente com a linha do EQUADOR!!!

    Foto: Trópicos, meridianos e círculos, entenda as linhas que cortam a Terra:
    http://s2.glbimg.com/JbPJ9kHt0FotYRyBkewTrkhHuj0=/s.glbimg.com/og/rg/f/original/2013/05/02/divulgacao_planetario_rio_2_606x455_1.jpg

    “Ah! Eles estão grampeando a cabeça dele. Tomara que seja algum tipo de grampo cirúrgico” (Depende, se for o jogador Valdir Papel, pode ser grampo normal mesmo)

    “Os Chineses agora estão todos torcendo contra o Brasil”. (Não acho, só porque a seleção deles está jogando contra a nossa? Isso é preconceito)

    “Agora o Brasil tem que correr atrás do prejuízo” (No prejuízo já tá burro, tem que correr atrás do lucro)

    “Olha lá o Péricles Chamusca orientando o time” (O Chamusca tava suspenso e era o auxiliar que estava no banco)

    Final da Copa sulamericana quando o “inter” ganhou a final:
    “este é o paraguaio Guinazu” (ele é argentino)

  4. Galvão Bueno sempre foi mal perdedor. No esporte, acontece alguma coisa com o Brasil ele já inventa alguém para colocar a culpa.

    Depois que o macho do Galvão morreu na Tamburello, porque vocês acham que a Globo criou essa imagem de vilão no Schumacher? Porque ele é que começou a ganhar, bater os recordes da F-1, e principalmente a culpar o alemão pelas derrotas do Barrichello. Isso se resume o péssimo profissional que é Galvão Bueno. Não aceita a derrota, sempre apontando o dedo pra tudo!

  5. Muito legal, Ju, estava com saudade deste post que tanto aprecio.

    Interessante que bastou um brasileiro ter novamente um carro competitivo para voltar a torcida exagerada. Não que eu seja contra torcer pelo piloto do país, a própria imprensa espanhola faz muito disso com o Alonso. Mas é preciso lembrar que alguns meses atrás o Brasil corria o risco de ficar sem nenhum piloto no grid e agora o padrão Globo já começa a criar expectativa que pode acabar virando frustração depois.

    Parabéns pelo texto, Ju.

  6. Parabéns pelo post, Jú!

    O staff técnico da Globo para a transmissão das corridas, infelizmente, é muito falho ao meu ver. Não souberam passar para o telespectador as mudanças no regulamento. E vão penar durante a temporada inteira para explicar tantas alterações.

    O Rubinho, por exemplo, por mais que seja um grande piloto, ainda não tem os cacoetes para repassar todo o seu conhecimento a quem está do outro lado da telinha. Sua abertura com os personagens do circo da F1 rende boas entrevistas, mas ainda prefiro o Luciano Burti tecendo os comentários.

    Essa deficiência por parte da TV brasileira se dá pela falta de acompanhamento da pré-temporada, na minha opinião. A Sky Sports fez uma extensa cobertura dos treinos, coisa que a Globo não proporcionou.

    Acredito que com o bom desempenho da Williams, caso se confirme pelos próximos anos, esse quadro possa mudar aos poucos.

  7. A Federação Internacional de Automobilismo INOCENTOU o japonês Kamui Kobayashi do acidente com o Felipe Massa. Foi problema no sistema de frenagem do carro da Caterham. Todavia, a Rede Globo, no Fantástico (domingo, dia da corrida, ou seja, 16/03/2014) e no Jornal Nacional de segunda-feira (17/03/2014), não mencionou o parecer da FIA. Pelo contrário, insistiram que o Kobayashi fez a barbeiragem. Por que será? Para proteger o Galvão Bueno que falou várias abobrinhas sobre o Kamui? Para colocar rótulo de barbeiro no nipônico? Preconceito? Falta de profissionalismo?

    • Lucas Ferrari:

      A palavra certa é MANIPULAÇÃO. A Globo está manipulando os telespectadores. Beijos.

      Juliana

  8. Além de bela, a Julianne é atilada. Excelente texto! A meu sentir, o Galvão Bueno e o Barrichello deveriam, de fato, pedir desculpas ao Kamui Kobayashi durante a transmissão da próxima corrida.

    O que sucedeu foi um linchamento moral. Ocorre que a própria Federação Internacional de Automobilismo eximiu de culpa o piloto japonês. Foi falha técnica e não humana.

    O que me causa estarrecimento, é o fato do Rubens ter sido piloto de Fórmula 1 e, ainda assim, trucidar, antecipadamente, o nipônico. Será que o Barrichello, com a sua experiência, não poderia supor o problema no sistema de frenagem? Estou decepcionado com o Rubinho.

    Não sou piloto e, muito menos, perito técnico, mas, ao meu lado, assistindo ao grande prêmio, encontrava-se o meu irmão que é engenheiro. Após o incidente, ele me alertou que é preciso ter cuidado, pois problemas técnicos no carro sucedem. Eu também pensei dessa forma, antes de “surrar” o Kamui de críticas. Claro que poderia ser barbeiragem do Kobayashi, o que não ocorreu.

    O Kamui não é a última Coca-Cola do deserto, mas é um bom piloto, tendo prestado serviços plausíveis em suas passagens pela Toyota e pela Sauber. Destarte, não se trata de um calouro, de um moleque que estava fazendo a sua primeira prova na F-1.

    Por fim, não se pode olvidar que o Koba-san pediu desculpas, sem saber que não teve responsabilidade alguma. Salvo engano, mesmo após o parecer da FIA absolvendo-o, Kamui, ainda assim, se desculpou com o Massa e a Williams. Por certo, humildade e nobreza de espírito.

    Congratulo a formosa jornalista Julianne pela imparcialidade e pelo profissionalismo com que tratou o caso, diferentemente de alguns de seus colegas. Lamentável.

    PAULO ROBERTO

  9. Como sempre perfeita. Parabéns!

    Faltou apenas citar as “duas caixinhas ” da Globo, kkkk.

    Abr

  10. Já estava com saudades destes posts avaliando os comentários de outras emissoras….É sempre muito divertido!

    Faltou saber melhor a reação dos britânicos quando Hamilton abandonou. Ele deu poucas voltas, mas já tinham chamado ele para os boxes…..

    Que venha o GP da Malásia, quero muito a RBR não pontuando, temo demais por um recuperação precoce, pensar numa liderança taurina antes das férias de agosto será um atestado de título antecipado

  11. O elevado nível da qualidade técnica do seu blog é uma obrigação prazerosa diária. Mas a categoria “por brasileiros, espanhóis e britânicos”, é uma obra prima.

    Obrigado, de verdade!!!

  12. Ju, post muito bacana, como sempre. Alguma chance de rolar a transmissão italiana ao longo do ano? Abs

    • Claro! A ideia é fazer um rodízio.

  13. Ju seria legal se você comentasse as corridas. Ou até se desse para ter um credencial ao vivo. Mas sei que não pode, vocês tem que cobrir a corrida e são da imprensa escrita.
    A globo poderia se esforçar para trazer mais informações. Vejo pouco os treinos livres, mas quando vejo acho os comentários do Lito Cavalcanti um melhores que do trio da globo.

  14. Desculpe-me a ignorância, mas o que é o brake by wire mencionado no texto?

  15. Se eu tivesse tempo tentava organizar um twitaço no twitter do Rubinho sugerindo para ele pedir desculpas ao vivo para o Kobayashi e fazer o Galvão se retratar na próxima transmissão de corrida.

  16. Hehe, tudo na vida tem um lado cômico, afinal Ricciardo “herdou” o lado trapalhão de Webber no pódio, resta saber se em pista, o mais novo australiano se redime, kkkk

  17. Musa do Jornalismo:

    Não tenho ascendência nipônica e, muito menos, namoro com uma japonesa, mas o que o Bueno e o Barrichello fizeram com o Kamui foi de uma crueldade incomensurável, colossal. Compreendo que a colisão causou frustração aos brasileiros, mas, indubitavelmente, o Galvão e o Rubens se excederam. Careceram de compostura e profissionalismo.
    Em relação ao Galvão Bueno, não há escusa, pois labora como locutor faz décadas. O Rubens Barrichello me causou ojeriza, pois se trata de ex-piloto da categoria sendo, ademais, o recordista em grandes prêmios. O Rubinho, este, sim, poderia deduzir, pelo tirocínio, que adveio problema mecânico e/ou eletrônico. Quanto mais, agora, com a introdução de novas tecnologias na F-1 que, naturalmente, podem não funcionar a contento desde o princípio.
    Será que a Rede Globo terá a HONRADEZ de pedir desculpas na próxima etapa?

    • Wesley, eles tem obrigação moral de se retratarem, vamos aguardar…

  18. Julianne,

    Qual deve ser o foco principal das equipes neste momento:

    – Investir no desenvolvimento dos motores e sistemas de recuperação de energia?

    – Ou investir na aerodinâmica?

    Abs.

    • Não sou a Ju, mas, a princípio, investir em tudo!
      Tipo na política, Educação, Saúde e Transporte. Tudo é prioridade.
      Abraço!
      Celso

    • Nos dois. A importância da nova unidade de potência e o que é possível ganhar com ela pelo fato de ser uma tecnologia nova é inegável. Por outro lado, há muito espaço para ganhar em contorno de curva, bastante prejudicado sem o uso do difusor soprado e também, com menos drag, percorre-se as retas em menos tempo. Consequentemente, economiza-se combustível.

  19. Oi Julianne,

    Excelente post, como sempre.

    Em geral percebo que as transmissões em geral são pachecas, seja a espanhola, a brasileira ou a inglesa e italiana. As duas últimas talvez em menor grau com os pilotos e mais com as equipes de suas nacionalidades. Mas os únicos pachecos oprimidos são os brasileiros. Acredito que sofreriam até violência física dos eruditos do esporte à motor.

    É como se fossem dois caras que gostassem das 4 estações de Vivaldi. Mas um vibra com os super solos de violino. O outro fica tentando escutar a linha que o cravo está fazendo por trás, superando o grunhido do violino. O que tenta escutar o cravo fica olhando com cara esnobe para o fútil que ama o violino.

    Tenho acompanhado atualmente a transmissão francesa. Pacheca ao extremo. Os jornalistas ficam até visivelmente chateados com críticas justas aos motores Renault. E essa última transmissão, apesar de ser bem técnica e com muitas informações, peca profundamente na emoção. A largada do GP da Austrália foi um silêncio desde os carros alinhando no grid até que os primeiros estivessem chegando na primeira curva. Acredito que a primeira palavra dita pelo narrador foi quando a câmera cortou e já tínhamos a batida em Massa.

    Abraço

  20. O Galvão e o Rubens foram precipitados. Julgarem de formar antecipada, mas, pela cancha dos dois, poderiam ter sido mais prudentes. De clareza solar que existiam apenas duas opções: falha humana (barbeiragem) ou defeito em alguma autopeça. Os comissários da FIA constataram o problema nos freios do carro do Koba-san. O abalroamento foi, destarte, uma fatalidade. É compreensível a cólera inicial do Massa, mas comprovada a falha da novel tecnologia do sistema de frenagem, o queixume deve findar.

    • Hehe, boa, Celso, kkkkk…Parece a Ju mesmo, rsrsrs

  21. Loura,
    Justamente por isso que prefiro o “Rubinho Pé-de-chinelo” e o “Gavião Bueno” do Casseta & Planeta, pois, ao menos, são engraçados e não “malas sem alças e sem rodinhas”.

  22. Querida Ju:

    A fúria do Sr. Galvão Bueno foi exagerada. Parecia até que o Kobayashi era um meliante que praticou homicídio, lesão corporal, estupro, latrocínio, estelionato, roubo, furto, dano, receptação, tráfico de drogas etc. O Galvão estava mais para apresentador de programa do gênero policialiesco do que para narrador de corridas.

  23. JU como sempre belíssimo texto ,amo essas suas postagens sobre a narração e acho que a RBR vai se levante bem antes do que imaginamos la pra 4 ou 5 corrida já estará tudo igual sem essa dominância toda da mercedes e willians

  24. O Kobayashi-san – que sequer teve culpa na batida – acabou sendo vítima de uma espécie de malhação de Judas ou queima de Judas. Confesso que foi uma das transmissões mais ranzinzas que já assisti do Galvão Bueno da TV GLOBO. Após a corrida da Austrália, a FIA divulgou o seu laudo: “severa falha técnica dos freios, fora do controle do piloto”. Aquele comentarista dos mais de 300 grandes prêmios deveria alertar o locutor que poderia advir falha de alguma nova parafernália eletrônica, de algum componente automotivo, não é mesmo? O “Rubinho” não está lá para isso? Ainda que o nipônico tivesse errado feio, será que o Felipe Massa nunca cometeu falhas, em sua carreira, na F-1? Até o Michael Schumacher, na Mercedez, encheu a traseira, certa vez, do carro da Williams do Bruno Senna. Diferentemente do Kamui (no caso em tela, inocente), porém, o alemão, além de não pedir desculpas, chamou o sobrinho do Ayrton de idiota.

  25. Julianne, eu estou de acordo com alguns dos seus leitores e acho que o Galvão Bueno e o Rubens Barrichello devem se retratar na próxima etapa e explico o porquê.

    Certa vez, na minha loja, acusei uma funcionária por furtar um produto, mas fui induzido ao erro. Outra empregada armou uma tramóia para incriminar a colega, pois estava com inveja da promoção alcançada pela primeira. A farsa foi descoberta.

    Fui processado e consenti, sem rodeios, em pagar certa indenização por danos morais. Na audiência, diante do juiz, PEDI DESCULPAS, pois, ainda que eu tivesse sido levado a um equívoco, culpei INJUSTAMENTE um ser humano. Aliás, recebi boa educação dos meus saudosos pais e devo honrá-los em vida.

    Congratulações pelo blog.

  26. Nos últimos anos, a Alemanha vem produzindo profissionais competentes, tais como: Sebastian Vettel, Michael Schumacher, Nicolas Hülkenberg e Nico Rosberg. O Brasil, porém… Bem, sou idoso (72 anos) e acompanhei as carreiras do Emerson Fittipaldi, do Nelson Piquet e do arrebatador Ayrton Senna. Utilizando-se do Emerson, do Nelson e do Ayrton como parâmetros, o Barrichello e o Massa não passam de medíocres. Depois do inolvidável Senna, o Rubens e o Felipe são os menos piores pilotos brasileiros da Fórmula 1. Não é meu anseio ser saudosista, mas sinto aflição ao notar jovens depositando as suas expectativas num mambembe Felipe Massa. O meu filho é professor de uma Faculdade de Jornalismo e costuma utilizar, em suas aulas, o Galvão Bueno como exemplo de péssimo profissional. Assim sendo, concordo com o que foi sustentado por certos missivistas supra. Uma boa noite aos fãs da F-1. Jorge Costa Pinto, carioca, 72 anos, aposentado, casado e pai de quatro filhos.


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