F1 Papo saudosista - Julianne Cerasoli Skip to content

Papo saudosista

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Dia desses, vi Felipe Massa ser bombardeado pelas frases na linha do “a Fórmula 1 não é tão emocionante como antigamente”, ou “os carros de hoje são muito fáceis de pilotar em relação à época do Senna e do Piquet” em um programa de televisão. O piloto brasileiro bem que tentou explicar que a evolução aerodinâmica fez simplesmente com que alguns tipos de manobras se tornassem impossível e ressaltou que “se a gente não faz as mesmas coisas hoje, não é porque não temos capacidade de fazer igual, mas os carros é que são diferentes”.

De fato, quem acompanha a categoria atualmente (e isso inclui figurões do passado, como Jackie Stewart, tricampeão dos anos 60 e 70 que diz aos quatro cantos considerar a geração de Alonso, Hamilton, Raikkonen e Vettel possivelmente a de melhor nível técnico da história) tem de concordar com Massa. Os carros de hoje em dia não são mais ou menos difíceis de pilotar do que as máquinas do passado. Simplesmente, sua complexidade é diferente, em grande parte devido aos sistemas híbridos.

Mas este seria um papo muito chato para convencer os saudosistas de plantão que o argumento de que as “corridas de verdade” eram as dos anos 80 não passa de uma impressão que se mistura com a memória seletiva e as conquistas de Senna e Piquet. Talvez os números ajudem a colocar alguns pingos nos is: a média de ultrapassagens dos anos 80 era de 40 por GP e chegou a cair para 15 nos 2000, mas de 2011 para cá subiu para 55.

Os campeonatos estão chatos porque somente o melhor carro vence? Peguemos os “anos de ouro” da Fórmula 1 no Brasil, do primeiro título de Senna a seu último campeonato completo, e comparemos com as últimas seis temporadas: os carros campeões de construtores venceram  61,5% das corridas no período de 1988 a 1993, número que caiu para 57,6% de 2009 para cá.

E se alguém ainda vier com o argumento de que a vantagem da Mercedes hoje deixa as corridas mais chatas, é só relembrar, como fez Massa, do famoso GP do Japão de 1989, aquele da batida que deu o título a Prost: a vantagem das McLaren era tanta (para se ter uma ideia, Senna tinha colocado mais de 3s no terceiro colocado na classificação) que o piloto brasileiro, após a colisão, ocorrida a 6 voltas do fim, ficou parado, teve a ajuda dos comissários, deu uma volta inteira com a asa dianteira quebrada, em ritmo mais lento, parou nos boxes e ainda conseguiu vencer a prova. Por mais que Ayrton fosse um grande piloto, isso só foi possível com uma grande vantagem de equipamento. Que me perdoem os saudosistas.

Coluna publicada no jornal Correio Popular

54 Comments

  1. Há uma diferença em que leu a historia( oq é meritório) e quem a viveu.
    A pequena diferença, é a aerodinâmica e a eletrônica quem a faz. As ultrapassagens eram espetaculares pelo simples fato que vc podia ultrapassar, ou não deixar alguém faze-lo, usando um equipamento que sempre foi importante: “o braço”. Não existe momento melhor ou pior, existe o momento que vc vivenciou, sentiu, viveu. Alguém também já disse, que em alguns casos, a estatística é a arte de mentir com os números.

    • 100% de acordo com vc com o texto todo. Ahhhh as estatísticas! Até se o pneu está com pressão baixa os pilotos sao hj avisados!

    • pois eu acompanhei os anos 80, 90, 00 e 10, e afirmo: são épocas diferentes. a gente pode ter até preferências por uma época ou outra, mas não da pra bater o martelo e cravar que os 80 ou 90 é que foram os bons, porque o braço contava mais. e quanto à suspensão ativa das williams? ao assombro que era a mclaren de 88 a 91? ao lixo que era a lotus do piquet, ai ele não faz quase nada naqueles anos? vão me dizer que era só braço?

      depois, se for pra comparar, os 70 é que foram os melhores, então, com uma variedade imensa de pilotos e equipes disputando vitórias. ou os 60. ou os 50. ou a época dos grand prix…

      concordo com a julianne, e com o Stewart. estamos assistindo uma ótima geração de pilotos.

      … e olha que eu tenho sim saudades dos ’80…

  2. Concordo com o texto, muita gente vive voltada para o passado, tudo no passado era melhor. Os adultos normalmente dizem que sentem falta da época de criança, porem nunca ouvi uma criança dizer que se orgulha de ser criança. O presente momento nunca é bom o suficiente, nem poderia, como concorrer com lembranças que ganharam com o tempo toques de nostalgia e romantismo? Fica difícil.

    • Vc tem q concordar que era campeonato mundial de pilotos e hj é de construtores, certo? O que era péssimo no passado era o nível de acidentes fatais, isso melhorou fantasticamente. Nem tudo era melhor.

      • Como tudo na vida, com o tempo certas coisas melhoram e outras pioram.
        Creio que a virtude esta em ver as coisas boas de cada época e principalmente do momento que vivemos, porque passado é só lembrança e o presente é onde vivemos. Mudanças são inevitáveis, brigar com elas é inútil. É só ver a história do mundo….. 🙂

  3. JULIANNE,VOCÊ É SEM DUVIDAS UMA DAS MAIORES JORNALISTAS NO RAMO JUNTO COM O livio oricchio,SOU MUITO SEU FÃ SEMPRE IMPARCIAL E USANDO A RAZÃO PARABÉNS.

  4. Ju, aprendo muito sobre F-1 com você e os amigos do blog. Nada como ter a mente aberta para o conhecimento e o reconhecimento de méritos . Esse é um esporte onde a soma de homem e máquina se complementam, enfim, ninguém carrega carro nas costas em um esporte de equipe. Seu texto mostra como inúmeras variáveis podem definir uma vitória, é um esporte complexo, e para analisarmos tempos diferentes, com seus atores e máquinas distintas, requer-se imparcialidade de julgamento, e você com toda sua desenvoltura e capacidade, destrincha mitos e valora momentos de forma digna, enfim, parabéns e continue nos brindando com seu profissionalismo! Well done!

  5. Excelente texto. É isso mesmo.

    O saudosista é antes de tudo um chato.

    Mas essa onda nostálgica e conservadora não acontece apenas no automobilismo mas também na música, na política, no comportamento, etc…

    É um tempo meio chato e perigoso esses que vivemos.

    • Concordo Dé, inclusive tivemos a “débil” marcha em São Paulo pedindo a volta da ditadura!!! Em um futuro que não será visto por nossa geração, teremos uma sociedade brasileira que usufruirá de democracia plena, com saúde, educação e civilidade verdadeiras, mas imagino isso em uns 80, 100 anos, kkkkk. Ainda prefiro a liberdade tortuosa da democracia incoerente brasileira atual, ao AI-5!!! Ps: em um ataque de saudosismo incontido, James Marshall Hendrix é inigualável, kkkk.

      • É, Hendrix é inigualável, concordo. Só não acho bacana um moleque querer soar como ele hoje em dia.

        Todo mundo quer que a F1 seja aquela de trinta, quarenta anos atrás, sem se tocar que estamos assistindo uma geração de pilotos incríveis e temporadas excelentes.

        DRS é artificial? Ah, vá plantar batatas! Carro, gasolina, pneus… tudo isso é artificial, cacete!

        Quanto à tal ‘marcha’ a favor da ditadura, considero isso ignorância mesmo. Gente burra.

  6. Hehe, valora, entenda-se valoriza ,kkkkk. Plagiando o amigo Aucam: “ansiedade enviolítica” precoce (adendo) hehe…..

    • Considero-me um caso perdido, Wagner, rsrsrsrs. . .
      Forte abraço e um Feliz e Próspero Ano Novo.

  7. Até faço algumas objeções aqui ou ali (principalmente DRS e excessos de pit-stops, mudanças excessivas e radicais de regras, regulamentos castradores no que tange à pilotagem em aspectos que não sacrificam a segurança), nesse ou naquele particular a alguns aspectos da F 1 atualmente, mas de uma coisa eu tenho ABSOLUTA CONVICÇÃO, do alto da minha insignificância: os pilotos de HOJE TECNICAMENTE E EM MATÉRIA DE TALENTO INATO nada ficam a dever aos do PASSADO. E Massa tem toda a razão: esses carros de hoje não são feitos para serem dirigidos como os de antigamente. Sua inserção em derrapagens controladas um pouquinho além da conta acarreta intransponível perda nos tempos de volta. No entanto, ainda assim, vemos com frequência essa “garotada” de hoje demonstrando altíssimo domínio de suas máquinas, inclusive os até muito jovens, como Kvyat e o recém-chegado Verstappen, quando algo sai errado em suas trajetórias no traçado, em que pese sua relativa pouca experiência com máquinas da F 1 – mais velozes e mais pesadas que as das categorias de acesso.

    Por isso, não vejo como procedentes críticas à extrema juventude de alguns, como Kvyat e, principalmente, Verstappen. Não é a pouca ou mais idade que pode determinar o sucesso ou não de um piloto, mas sim, antes de qualquer coisa, o talento inato e a rapidez de reflexos. Ora, mas também consideremos que quanto mais jovem, mais rápidos são os reflexos para ser muito veloz e preciso. Pilotos mais maduros compensam em parte a perda natural de reflexos com a experiência, mas o talento inato tem de estar ali. E quanto à experiência (ou falta dela) que muita gente critica no Verstappinho, é preciso que se atente para o fato de que a vida EM GERAL se apresenta muito rápido aos jovens de hoje, então essa experiência vem muito rápido também – quem nos dá um magnífico e cabal exemplo disso tudo é o jovem alienígena da Moto GP Marc Márquez. No automobilismo esse exemplo foi dado também por muitos como Vettel, Hamilton, Alonso, Button e Raikkonen. O recorde de precocidade do título mundial de Emerson Fittipaldi perdurou 34 anos e, uma vez batido, o foi sucessivamente, um ano seguido do outro, primeiro por Alonso, depois Hamilton e depois Vettel.

    No entanto, no que tange à experiência versus reflexos, é bom sublinhar que falo do MUNDO REAL, onde as coisas acontecem À VERA, com transferência de peso em curvas, frenagens e acelerações, avaliação de velocidade e distância (com imersão nelas), além da pressão aerodinâmica real em cima do “cavalheiro” que vai ao volante, diferente do MUNDO VIRTUAL de games e simuladores, vide o relativo fracasso na F 3 Europeia do campeão e “bamba” do MUNDO VIRTUAL Jan Mardenborough e, principalmente, do Lucas Ordonez. AMBOS, no MUNDO REAL, ficaram muito aquém do que prometiam no MUNDO VIRTUAL, até porque no REAL TUDO tem consequências. . . o que evidencia a “habilidade” rsrsrs de quem acha que tudo é “facinho” à vera sendo apenas e tão somente um exímio de jogador de games.

    Mas é claro que é impossível comparar DIRETAMENTE pilotos e carros de épocas diferentes, as peculiaridades de carros e idiossincrasias de pilotos são bastante diferentes em cada circunstância, em cada tempo.

    Carros com Força G cada vez maior, maior capacidade de frenagem, desaceleração, aceleração, mais sensíveis ao mínimo toque, nervosos, que andam “sobre trilhos”, com “n” possibilidades de regulagens, compreensão de telemetria versus cada pedaço de pista, 27 botões no volante, engenheiros inconvenientes berrando instruções nos ouvidos na entrada de uma curva a 250 km p/hora, sensibilidade para tratar e avaliar pneus programados para se esfarelarem, preparação física (não consigo imaginar vetustos e adiposos cavalheiros ao volante dessas máquinas de hoje), fluxômetros (é preciso acelerar não acelerando, copyright Chaves), comissários pra lá de chatos, compromissos com patrocinadores, poxa, essa “garotada” de hoje “corta um dobrado” (!) e tem que ser respeitada TAMBÉM, mas sem, de jeito algum, menosprezar a tocada feita com o coração, com a paixão e a extrema coragem das turmas de outras épocas. Se muito dificilmente veríamos o profissionalismo precoce de um Verstappinho ou Kvyat na F 1 na década de 50, por outro lado também muito dificilmente veríamos na F 1 de hoje alguém simplesmente com a paixão, o coração a temeridade e o perfil de um Marquês de Portago (ou “simplesmente” Alfonso Antonio Vicente Eduardo Angel Blas Francisco de Borja Cabeza de Vaca y Leighton), (ah o livro de Robert Daley para falar dele!).

    http://continental-circus.blogspot.com.br/2010/10/o-piloto-do-dia-alfonso-de-portago.html mas este site é muito bom, e nos dá a dimensão do lendário Marquês.

    • Aucam f1 fiquei impressionado com o quanto você se tornou preconceituoso com os veteranos, você deve estar confundindo futebol com f1, porque no futebol a vida útil de um jogador é bem menor do que na f1, pelo que percebi se você fosse dono de uma equipe só colocaria moleques sem experiência para correr só por achar que ele tem melhores reflexos, experiência não vale nada, então para que a mclaren em vez de gastar uma fortuna com alonso e button não contratou dois moleques baratos jogadores de video game, se sua teoria estiver certa o hamilton de hoje é bem pior do que aquele hamilton de 2007 afinal ele perdeu reflexos, aucam deixa eu falar um pouco sobre reflexos apesar de eu não ser um experte em f1 eu pratico artes marciais tenho 48 anos e ja medi meus reflexos e descobri que reflexos rápidos são um dom que nascemos assim como existem seres humanos com QI mais elevado existem humanos com super reflexos que mesmo perdendo uma pequena parcela com a idade ainda assim continum mais rápidos que outras pessoas jovens que tem reflexos normais, outra coisa aucam quem pratica esporte intensamente e não faz uso e drogas ou alcool só começa sentir perda de reflexos depois dos 58, não são minhas palavras são palavras de médicos. procur no youtube Isao Machii e vai descobrir que ele é considerado um super humano com super reflexo mesmo com 41 anos.

      • aucam se sua teoria dos reflexos estiver certa vettel perdeu para ricciardo porque e dois anos mais velho, e ano que vem kviat vai dar uma surra em ricciardo, afinal ele é bem mais novo e tem melhores reflexos.

        • Carlos, nada a ver uma coisa com a outra, VET x RIC ou RIC x KVYleia de novo cuidadosamente o meu comentário lá em cima e o novo abaixo. Espero ter aclarado os meus pontos de vista.

      • Meu caro Carlos, ou você não entendeu o meu pensamento ou eu realmente me expressei mal, o que é bem possível, dado o seu protesto. Em primeiro, NÃO sou preconceituoso com relação a qualquer coisa que seja, muito pelo contrário, sempre procurei e procuro pautar minha vida e meu comportamento pelo Humanismo e pelo Humanitarismo. Também quero dizer-lhe de antemão que respeito sua opinião, expressa de forma educada e embasada em argumentos, como convém a este excepcional Blog da Julianne. Então, vou preferir arcar com o ônus de ter me expressado mal e vou TENTAR clarificar meus pontos de vista, não sei se conseguirei. Seria motivo para um ótimo papo e bem longo, e vou TENTAR (inutilmente rsrs) não ser prolixo (já tenho essa tendência) para não ser cansativo.

        Como apaixonado por automobilismo e sendo velho (nada de eufemismos como idoso rsrs), vivencio a F 1 desde a segunda metade da década de 50, já vi portanto muita coisa e por isso mesmo TENHO O MAIOR APREÇO pelos ases do Passado, cujas façanhas e histórias acompanhei contemporaneamente, de todas as maneiras que me foi possível fazê-lo em cada momento, por leituras, ao vivo nos autódromos ou pela TV. Posso lhe dizer, do alto da minha insignificância, que já vi pessoalmente grandes ases do Passado em ação que me deixaram perplexo com seu talento excepcional, com a sua habilidade fora-de-série, aos quais dou o devido e justíssimo valor. Agora, peço que RELEIA cuidadosamente essas três frases, pinçadas do meu comentário em questão:

        “Pilotos mais maduros compensam em parte a perda natural de reflexos COM A EXPERIÊNCIA, MAS O TALENTO INATO TEM QUE ESTAR ALI” (faço o grifo em caixa-alta agora, para enfatizar).

        “Mas é claro que é impossível comparar DIRETAMENTE pilotos e carros de épocas diferentes, as peculiaridades de carros e idiossincrasias de pilotos são bastante diferentes em cada circunstância, em cada tempo”.

        “poxa, essa “garotada” de hoje “corta um dobrado” (!) e tem que ser respeitada TAMBÉM (já tinha feito o grifo em caixa-alta no comentário original lá em cima, e agora grifo o restante da frase, para enfatizar) MAS SEM, DE JEITO ALGUM, MENOSPREZAR A TOCADA FEITA COM O CORAÇÃO, COM A PAIXÃO E A EXTREMA CORAGEM DAS TURMAS DE OUTRAS ÉPOCAS”. Explicação: quando grifei em caixa-alta a palavra “TAMBÉM” e complementei o resto do meu pensamento, PENSEI estar sendo claro que não estava preterindo uma geração por outra (s), por isso, repito a frase com o grifo. Citei, inclusive, o espírito romântico e aventureiro do Marquês de Portago, aliado à sua habilidade natural em vários esportes, inclusive o automobilismo, a ponto de impressionar Enzo Ferrari.

        Caro Carlos, sugiro que você RELEIA cuidadosamente o parágrafo do meu texto acima que fala de pilotos egressos do MUNDO VIRTUAL: faço toda uma explicação de que a REALIDADE é DIFERENTE do mundo virtual: a própria Nissan, que patrocina um programa virtual desses, reconhece a NECESSIDADE de dar a esses pilotos VIVÊNCIA NO MUNDO REAL ANTES DE LANÇÁ-LOS ÀS PISTAS DE VERDADE (foi assim que ela fez com os CAMPEÕES Ordonez e Mardenborough). Este é outro tema muito polêmico, que divide opiniões, mas leio e ouço coisas sobre o tema que me deixam pasmo).

        Se você for leitor habitual deste magnifíco Blog da Julianne, certamente viu HÁ POUCO TEMPO que expressei em TODOS os meus comentários a minha preferência por BUTTON ao lado de Alonso, então valorizo SIM, e muito, a experiência – estão registrados no Blog. Se você tiver paciência de procura-los, vai encontra-los e comprovar o que digo.

        Quando me refiro a velocidade de reflexos, vou lhe contar uma coisa: certa feita, conversando com um chefe de equipe de kart em Interlagos, ele me disse que se puséssemos lado a lado dois competidores – um com 30 anos de idade e outro com 16/17 ou 18 anos – de igual talento e peso, sem qualquer experiência prévia ou então experientes, com o mais velho tendo sido campeão de kart e o mais jovem sendo atualmente um campeão de kart, o competidor mais velho – por mais que se esforçasse – não conseguiria jamais virar os mesmos centésimos ou milésimos de segundos mais rápido que o mais jovem. Estou lhe repassando o que ouvi. Concluo que o kart exige reflexos ultrarrápidos. No automobilismo isso existe também – em especial na F 1 – e a EXPERIÊNCIA FAZ O RESTO. O automobilismo de altíssima performance – da qual a F 1 é a expressão máxima – demanda, SIM, reflexos ultrarrápidos também.

        Agora, vamos entrar num terreno minado: porque você acha que Alonso tem pressa em ter um carro à altura de seu excepcional e indiscutível talento fora-de-série? Quero crer que ele sabe que aos 45 anos de idade não terá mais condições de enfrentar de igual para igual um piloto igualmente fora-de-série porém com 29 anos (idade atual de Hamilton). Particularmente, caro Carlos, no automobilismo, EM ESPECIAL NA F1, eu acredito que um piloto tem uma faixa ideal de performance – que vai desde que entra na F 1 até uns 38 anos de idade no máximo – é um ponto de vista pessoal meu, e não sou o dono da verdade, então Hamilton (cuja tocada é a que mais me empolga nesse grid fortíssimo que está aí) está ainda bem longe de sua aposentadoria e em seu esplendor como piloto, juntando EXPERIÊNCIA e REFLEXOS. Francamente e me desculpe Carlos, eu não consigo imaginar um piloto de 47 anos, (por mais excepcional que seja) – idade em que Fangio foi campeão pela última – andando HOJE na frente de um piloto extremamente talentoso como ALO/HAM/VET que recebe formação PROFISSIONAL desde a MAIS TENRA IDADE, inclusive na parte de preparação física, com carros atingindo força G cada vez maior! Atenção, aviso aos navegantes: não estou comparando Fangio com ninguém de hoje, nem menosprezando-o, citei-o apenas como exemplo de alguém que competiu no mais alto nível e foi campeão nessa idade 47 anos, mas em outra época, de menos preparação física e com média etária maior que a de hoje. Eu acredito que a idade PESA no automobilismo, acredito que as dificuldades do retorno de Schummy não se deveram apenas a um tipo diferente de pneus ao qual ele estava acostumado, como muita gente afirma (deixo BEM claro que o fato de não ter sido bem sucedido na sua volta em nada diminui sua grandeza anterior).

        Caro Carlos, eu não entendo coisa alguma de futebol e o esporte NUNCA me atraiu, da mesma forma que também não sinto atração por artes marciais, no entanto não interprete isso como menosprezo ao futebol ou às artes marciais, apenas simplesmente não me atraem, o que é natural, as pessoas não são iguais, felizmente. Então, como não entendo de futebol e de artes marciais, não me aventuro a dar opinião sobre reflexos em atividades/esportes sobre as quais não tenho o menor conhecimento. Se você diz que a rapidez de reflexos não influencia nas artes marciais eu vou concordar, posto que você é um praticante delas e eu não. No automobilismo, baseado APENAS OBSERVAÇÕES, já que nunca pilotei um Fórmula 1, e da mesma maneira que respeito o que você diz por você ser um praticante de artes marciais, eu também dou valor e respeito à opinião do ex-piloto de Porsche 917, vencedor das 24 Horas de Le Mans e ex-piloto de F 1 Helmut Marko, ao acolher Max Verstappen. O Dr. Marko tem um faro incrível para pinçar talentos e a realidade de Vettel, Ricciardo e Kvyat são a melhor prova disso. Sem dúvida Marko tem infinitamente mais capacidade de avaliar um piloto do que eu – um simples, apesar de fervoroso – amante do automobilismo, além do que ele tem acesso a informações que eu não tenho, como telemetria e outras coisas.

        Para concluir, eu acho que não se pode comparar pilotos de épocas diferentes, os do Passado tiveram incrível valor, MAS o que não concordo é sobre DIMINUIR os méritos da geração atual, como muitíssimos aficionados fazem. Assim procedendo, perdem a perspectiva histórica e nem conseguem mais apreciar talentos como os atuais. Pilotos do Presente e do Passado são equivalentes nas dificuldades que encontraram cada um a seu tempo, mas HOJE a coisa é feita de maneira tão profissional e quase científica desde a mais tenra idade que acaba impondo até uma carga maior de competência aos pilotos atuais, que não precisam apenas ter talento natural, mas também de outras qualificações, até extrapista e extra-automobilismo. Nunca saberemos quão grandes seriam ALO/HAM/VET no Passado ou quão grandes seriam Fangio/Clark/Schummy/Senna no Presente, ou comparados diretamente entre si, se tivessem corrido uns contra os outros contemporaneamente, isso é o que eu penso, mas tenho uma certeza: TODOS SERIAM GRANDES, seriam os melhores.

        No mais, esta é a minha opinião, não sou o dono da verdade e peço-lhe mil desculpas se não bate com o seu ponto de vista, mas, como lhe disse, cada pessoa tem a sua própria visão, o que é normal. Acho salutar as pessoas pensarem de modo diferente, pois são essas diferenças, esses questionamentos que movem a Humanidade pra frente.

        Um abraço!

        • Caro aucam eu que te peço desculpa pela maneira de me expressar, aucam artes marciais é o esporte que mais exige reflexo do ser humano mais do que f1 ou qualquer outro esporte, eu concordo que em media um homem de 22 e outro de 38 tem uma certa mudança de reflexo não excessivamente expressiva mas existe mas o que quero dizer é que existes pessoas que nascem com um dom com reflexos muito superiores a outros dai o porquê de se sobressaierem em certos esportes principalmente artes marciais, eu medi meus reflexos recentemente e foi provado que eu tenho super reflexos e mesmo que eu tenha perdido uma porcentagem boa dos meus reflexos, eu ainda continuo acima da média da maioria das pessoas comuns porque nasci com um dom, tenho filhos e netos aucam e medi os reflexos dos meu neto de 11 e de meu filho mais novo de 16 e eles pontuaram menos do que eu, afinal eles tem reflexos normais não nasceram com um dom natural, por isso eu digo reflexos variam de pessoa para pessoa auguns jovens podem ser bom em matemática e ter respostas motoras lentas, na f1 pode haver pilotos jovens que não nasceram com dom de tomar decisões rápidas e com precisão e outros que nasceram com uma capacidade acima da média que mesmo com o avanço da idade ainda continuam com reflexos superiores aos pilotos que tem reflexos normais, mas acredito que o que mais castiga um piloto de f1 com o avanço da idade seja a parte física por isso pilotos como button que é tri atleta pode ter uma sobre vida maior na f1, valeu forte abraços .
          Carlos Razuki

          • OK, caro Carlos, acredito que consegui aclarar meu ponto de vista e aceito o que você afirma sobre a questão dos reflexos nas artes marciais, afinal nada melhor que um praticante delas para opinar sobre o tema. E parabéns pela sua boa forma, sinônimo de uma futura velhice com muita saúde, o que é ótimo!

            Forte abraço.

  8. O problema é que a média de 55 ultrapassagens a partir de 2011 é ilusória, pois se deve a recursos artificiais como a tal da asa móvel e os pneus farelentos. Os carros de hoje nivelam por baixo, e isso acaba mascarando o verdadeiro talento – olha o exemplo do Vettel, tetracampeão absoluto que de repente leva um pau do companheiro de equipe novato. A simplicidade que existia até os anos 80 deixava as coisas mais às claras, ou seja, dava para saber quem era realmente bom e quem enganava. Hoje isso não é mais possível, e não é coincidência que essa crise que a F1 vive tenha eclodido justamente nesses tempos. Todo esse palavrório defendendo a F1 de hoje é uma tentativa de vender o peixe; o problema é que esse peixe não tem sabor capaz de torná-lo atraente.

    • Uma das questões é o freio: ele é tão eficiente que o cara freia em cima da curva, a diferença entre um cara bom e um ruim é mínima, se ambos tiverem o mesmo carro.

      Pilotos dos anos 80, ao pegarem carros dos 90, se assustaram com isso. Às vezes freavam tão cedo que tinham que reacelerar antes do ponto ideal de frenagem.

      O problema é que tirar os freios de carbono diminuiria a segurança e ninguém mais quer isso.

  9. Meu primeiro campeonato foi o de 1986. Eu tinha 10 anos…
    Falar que antes era melhor, sim, é saudosismo puro. Fala quem acompanha há 28 anos. O texto da Ju é fantástico.

    Mas há uma coisa me provoca profunda saudade: o sistema de pontuação 10-6-4-3-2-1…

    Ai… que saudade…

  10. Julianne,

    Dah uma olhada nesse video e como o David Coulthard desce do carro da Williams…

    Será que esses carros sao assim tao faceis ? Acho que nao…. anyway, tem gente que tem medo do futuro, sempre valorisa o passado e nao vive o presente…

    https://www.youtube.com/watch?v=x7ekrT6bTqo

    Feliz 2015.

    • Não tinha visto isso ainda, obrigado por postar.
      De fato, é bacana ver DC falando essas coisas.

    • Gostei do vídeo, Fernando, obrigado por compartilhar. Nada melhor que o testemunho de um piloto!

  11. Alguns dos argumentos são quase sofismas.
    Número de ultrapassagens? Cresceu por conta de pneus que se deteroriavam rapido demais, kers e asas móveis.
    A questão toda, quando se trata de hoje, e daí vem o saudosismo, é a pasteurização do show. Há vários e graves defeitos na f1 atual. Pistas que não significam nada, como Coreia, Cingaputa, China; o sumiço do calendário de outras importantes: tal qual Mexico, Estoril etc.
    Uma direção de prova que pune absolutamente tudo.
    Pilotos muito ditados por staffs, o que impede que um ” Nelson Piquet”, e que rivalidades mais cruentas existam hoje_ rivalidades princplamente entre perfis, já que pilotos profissionais de tornam cada vez menos livres a terem personalidade própria.
    O principal, e esse sim, desse ano: não se pode ter corrida de carro com motor que não tem som. O som do motor é uma parte fundamental desse negócio, não um detalhe.
    Enfim, não sei se sou saudosista: acho a F1 mais chata enquanto evento, enquanto corrida. Acho que não gera mais interesse como antes porque está tudo muito domado, pasteurizado, asséptico: e sim sem graça. Falta um bocó feito o Mansell, falta um desbocado feito Piquet. Falta a Peraltada.
    E isso está sim matando o esporte.
    Deveria-se reverter as análises que fazem. A audiência em queda da F1, com seu foco em televisão, seus custos crescentes para implementar mudanças que não geram valor para seu principal ativo, o PÚBLICO CATIVO, mostra o quanto sua direção está equivocada. Quem faz a engrenagem do dinheiro motivar anunciantes a pagarem a conta é o INTERESSE DO PÚBLICO. As mudanças que se tem feito, algumas ruins, melhoraram o valor do produto, renovaram o público, e atrairam assim novos anunciantes?

    Enfim, não sei se sou saudosista.
    Sou apenas um gearhead desses que acorda para ver os GPS da Austrália, de Suzuka etc. E estou vendo cada vez mais dificuldade de me manter de olhos abertos: porque o produto F1 está sim cada vez mais chato.

    • Quer um conselho, eh de graca e desnecessario, deixa de acompanhar a F1 e ponto.

      Eu vejo essa coisa desde 1976, vi o Emerson, Lauda, Piquet, Prost, Senna e sempre curti, o lance eh poder ir ao Autodromo e conferir cada estilo, quem freia onde freia, sentir o cheiro do combustivel e curtir. Se esta chato nao veja imagina que triste vc acordar todos os domingos de corrida sem gostar do que vai ver e segue vendo nada mas para sentir saudades de como era bom e ficou ruim.

      Eu vou seguir vendo por que curto a F1 ano a ano enfim… nao quero voltar ao passado, que ela siga viva e bem.

      • Fernando, me desculpe, mas acho que você não entendeu absolutamente nada do que o Marco Lima escreveu. Acompanho a F1 desde os anos 60 e desde a sua primeira transmissão ao vivo e sei exatamente o que ele está querendo dizer. Cada período teve seus pontos positivos e negativos. E não há como querer reverter o progresso. Isso posto, ainda hoje curto muito acordar cedo para ver uma corrida. Mas se me fosse dada a opção de ver uma corrida com carros e pilotos de 2014/2015 ou uma hipotética com carros e pilotos dos anos 70/80, não teria dúvidas de escolher voltar a ver uma daquelas corridas do passado.

  12. Parabéns JU belissimo texto,,,a diferença é q nos anos 80 quem dominava era uma equipe com piloto brasileiro, e hoje em dia é uma equipe alemã com piloto ingles.

  13. Saudade de seu texto Bonitinha

    Não é facil descrever a sensação de perseguir alguem em alta velocidade, vc foca nas marchas, sente o asfalto, paira o olhar no apex da curva e resiste a todo custo pensar na natureza de seu ataque, procura entrar em sintonia o mais intimamente consigo mesmo é quase uma projeção astral ao volante, existe o anseio tentador de ir cada mais a frente ao mesmo tempo que os pneus começam a cantar mais alto e então o volante a ficar mais leve o pedal do freio a vibrar mais e mais e então voce percebe que precisa refrear a si mesmo, relembrar os tempos de kart pensar no tamanho da corrida e no tempo consideravel que terá para chegar aos poucos, a maquina cobra nada menos que uma atitude clara de sua parte e suas pernas e braços exigem uma convicção além do corpo sua mente exige fé em seus movimentos e seu espirito estar decidido em seu esforço,
    não é facil domar a propria vontade,
    e só é possivel entender isso quem consegue entender os limites de um amor poderoso
    A tecnica nada mais é que o instrumento intermediario entre o homem e seu amor,
    foi o mais proximo que da pra chegar bonitinha
    mas Não existe melhor ou pior piloto, há casos de paixao e amor consequentemente.

  14. Acompanho F-1 há muuuiito tempo (me recuso a dizer desde quando). Pra mim, a F-1 é sempre incrível, mesmo uma corrida em Hungaroring torna-se uma experiência incrível. Detesto receber visitas no dia da corrida, pois quero ouvir TUDO o que é dito nas transmissões. Inclusive vejo coisas além de um carro de alto desempenho em um pista com asfalto bom. Quando acontece de ter alguém “diferente” em casa, ele logo soltam um: _ “Esse cara é louco!!!”.

    Vejo emoção até em dois carrinhos de pipocas carenados disputando tempo contra o relógio. Babo também em carros de rua incríveis. Meu batimento cardíaco fica acelerado quando fico lado a lado com BMW M, Mercedes AMG, Audi S, enfim, carrões incríveis. Fico assim com eles desligados porque, quando ligam o motor e aceleram, aí é uma coisa de louco…

    Estou satisfeito com a F-1 moderna. Ainda acho que o piloto tem muita importância no desempenho final. Não fosse isso, se qualquer um munta, acelera e chega na frente, massa e rubinho teriam sido campeões. Minha bronca é só com os últimos representantes brasileiros que não representam MEU estilo de pilotar e postura na pista, atrás do volante. Também acho que o felipe nasr não é de nada e vai provocar muito sofrimento pra quem torcer pra ele.

    No meu círculo de amigos (ou fora dele) é muito difícil encontrar alguém que acompanha F-1. Só ouço a frase mais tosca da F-1. “Eu até acompanhava, mas, depois que Senna morreu, eu parei…”.

    Por conta disso, estou sempre por aqui. na JuCera, que é perfeita e dá pau em todos os cuecas que dizem entender uma barbaridade da coisa…

  15. Poutz! Julianne, seus argumentos são perfeitos! Lembro que na época do Senna na Maclaren eu acordava, via a largada e se ele pulasse na frente simplesmente voltava a dormir e acordava para ver ele ganhando. Só um exemplo…

  16. Ju já estava sentindo sua falta. E veio com outro ótimo post.
    Eu acho que quem gosta de velocidade e da F1, simplesmente gosta. Se acordávamos cedo ou de madrugada na era Schumacher, em que haviam poucas ultrapassagens e a Ferrari era dominante, agora melhorou muito. Como as regras são iguais para todos, ou quase todos, quanto mais disputas melhor. Mas como já disse o Aucam, ver um piloto extrair o máximo do seu equipamento é fascinante. Mesmo sendo o melhor carro do grid. E poucos conseguem admirar isso.
    E para aqueles que dizem que qualquer um ganharia com um carro dominante, pergunto então porque pagam milhões para terem os melhores ao volante destes carros. Se qualquer um ganharia, melhor pegar um Marcus Ericson que ainda leva uma boa grana para a equipe.
    Feliz ano novo a Ju e todos os colegas deste agradável espaço.

  17. Pessoal. Para sanar de vez as dúvidas sobre se as corridas de antigamente era melhores do que as atuais, recomendo revê-las.

    Particularmente, acho que nos anos 80 e 90 havia mais corridas legais do que as atuais. Não falo sobre TODAS serem melhores, mas digo que a chance de ter uma corrida legal em um domingo qualquer era maior do que agora. Exceto pelos campeonatos de 2011 e 2012, o século atual está morno de tudo.

    Link para ver as corridas antigas está aqui: https://www.facebook.com/f1corridasclassicas?fref=ts

  18. O poeta falava “Vivir para lembrar”, mas hoje falar isso significa que vc é um saudocista (merdes de palavra que parece com sadomasoquista, racista ou seudoqualquer coisista). Eu já disse por aqui que o mundo cada dia esta mais chato com aqueles que se acham donos da razão promulgando a doutrina do que deve ser politicamente correto. E parece que lembrar do bom que foram certas coisas do passado, já te converte em alvo de tanta pedanteria.

    Como diz o Power ai encima, eu também gosto até de competição de carrinhos de bebes (mais emocionante com os bebês dentro). Eu já tive oportunidade de competir e isso te faz escalar um ponto onde até caminhar na fila do metrô te faz vc andar fazendo ultrapassagens no meio da gente.

    Nem tudo tempo passado foi bom, mas qual é o problema de falar do que foi maravilha? Grande parte do prazer da vida é vivir e lembrar, e poder mesurar e compartir. Lastima que tem tanto pindamonhamgaba enchendo o saco.
    Sácamelo!!

    • Perfeito Bruz!!

  19. Em relacao a emocao pode ate ser verdade o q vc escreveu, mas em dificuldade falou bobeira…
    Hoje eh simples saber qual carro eh mais facil de pilotar, existe simuladores no mercado disponivel para qq um, basta testar…
    Nos F1 atual vc sai andando pela primeira vez sem problema e consegue completar uma volta tranquilo mesmo q seja devagar. Nos carros dos anos oitenta a coisa muda pouco de situacao, mais ainda da p levar. Agora nos carros dos anos 60 (mais precisamente 67, qdo os carros ja passavam dos 300km/h vc nao consegue andar em linha reta, sem exageros…p conseguir completar uma volta, mesmo que seja devagar eh uma dificuldade extrema.
    Entao minha amiga, nao eh papo de saudosista esse lance de falar q antes era mais dificil pq era mesmo, mais dificil e mais perigoso.

  20. Daqui a vinte anos muitos estarão falando que na década de 2010 que tínhamos corridas de verdade. E assim segue a humanidade.

    A maior diferença de agora para as décadas de 90 para trás é a quantidade de informação que o público tem. Hoje todo mundo tem twitter, Facebook e o cacete à quatro para dar e ler opiniões e todo mundo se acha especialista que qualquer coisa.

    Finalmente, na época de Senna, não tinha brasileiro reclamando quando vencia com 40 segundo de diferença para o segundo colocado. Ninguém achava ruim quando o brasileiro disparava na frente e com 10 voltas já tinha 20 segundos de frente. Tinha muita corrida chata naquela época.

  21. Concordo e discordo… Concordo que não são nem mais fáceis, nem mais difíceis, apenas diferente… Porém sobre o número de ultrapassagens você usou a “arte de mentir com números” (conforme dito pelo Cj Abreu), porque as ultrapassagens hoje são bem mais fáceis do que antigamente, já que na maioria dos casos não podem ser evitadas dado o uso do DRS… Sou grande fã do esporte e acompanho há muito tempo, ainda gosto muito, mas acho que hoje a competitividade é um pouco artificial por causa das ultrapassagens forçadas…

    • O que seria o DRS senão uma tentativa de reduzir o efeito aerodinâmico aos níveis “de antigamente”?

      • Puxa, la esta o velho correio popular ainda vivo. Guerreiro.

        Julianne, voce esta certa no que diz sobre o DRS, MAS antes o DRS era o tempo todo para todos numa maneira metaforica (configuracao aerodinamica fixa). Agora essa porcaria vale para o que esta somente atras e num ponto bem injusto para quem esta na frente para se defender. Nao ha quase chance de defesa.

        Sim, o numero de ultrapassagens ate pode ser maior hoje, mas concordo com quem disse que he por conta dos pneus farofas e dos gadgets para dar mais potencia ou menos arrasto aerod.

        Sem saudosismo, mas ha sim muita diferença entre os anos 80 e 70 e hoje. Grande parte da decada de 90 e 2000 eu acho uma tranqueira tambem.

        Bom 2015 ($$) para o seu website.

        • Perfeito PK

  22. Será que o novo ministro do Esporte terá olhos para o automobilismo?

  23. Os pontos de vista tem que ser respeitado e cada um tem o seu. Embora ache o contexto do texto muito simples para tudo que representa uma corrida.
    Os pilotos de hoje são bem diferentes daqueles formados até os anos 90.
    Hoje o domínio é da tecnologia, não da perícia, da sensibilidade ou da percepção do piloto em entender o carro. O box comanda quase tudo, vê as linhas dos computadores e encaminham as msg, via rádio, ao piloto. Então os engenheiros fazem as mudanças ou os pilotos através dos botões. Até os anos 90 não havia nada disso, acerto do carro era o piloto que dava, sem ele seria um monte de peças sem rumo. Cada piloto tinha que tirar o máximo de sua capacidade ou a corrida estaria comprometida. Hoje se muda as características do carro durante a corrida, em passado próximo, era impossível.
    Estamos vivendo um nivelamento eletrônico tão grande que os pneus dão o tom das corridas???? A quebra de qualquer componente, simplesmente tira o carro da corrida, não há mais o desafio do homem contra os limites da máquina.
    Entendo a juventude não ter essa dimensão, afinal eles são fruto do controle eletrônico, assim fica difícil o devido entendimento da vitória de Senna no Brasil com apenas a sexta marcha. Na F1 de hoje isso é impossível, o carro tem que rodar sem falhas, estando impecável ou a eletrônica impede dele andar. Esse é um dos exemplos que não vemos mais hoje.
    Hoje o V6 turbo tem 700 cv, na primeira passagem da era turbo eles chegavam a incríveis 1.200 cv. Vai lá controlar uma máquina nervosa dessas NO BRAÇO.
    Diminuiu o nível de exigência com habilidade do piloto, embora essa turma que chega a F1 ainda seja diferenciada e a anos luz dos simples motoristas.
    As vezes fico rindo sozinho no trânsito ao ver um motorista a 30 km tangenciar em um retorno. Acorda filho, você tá quase parado, abrir o angulo não faz a mínima diferença. Isso talvez ajude a entender um pouco de toda situação, não é apenas e unicamente uma questão de saudosismo barato.
    A diferença existe e é enorme quando o parâmetro é o piloto. Hoje o resultado depende 30% do piloto, até os anos 90 isso ficava na casa dos 70%

    • Entendo seu ponto de vista, caro Moreira, mas me parece temerário dizer porcentagem de trabalho que um piloto exerce em cada época, afinal, como vc bem disse, são épocas e equipamentos diferentes. Piquet disse com sabedoria algo sobre Shumacher, algo mais ou menos assim:…”Shumacher foi o piloto certo para sua época, talvez em minha época, tendo que conhecer mais de mecânica como eu conhecia, não teria vencido tanto”…enfim, épocas diferentes, dificuldades diferentes. Veja bem, tinha-se mais perigo, imprevisibilidade, carros que quebravam mais,menos down force, menos eletrônica, menos preparo físico, contra mais down force, maior velocidade em contorno de curvas, freios que ti levam ao limite de tangência nas curvas, aerodiâmica mais refinada que dificulta o vácuo, enfim, cada piloto tem que se mostrar o melhor com o que cada época exige. O que a Ju quiz mostrar no texto, é que o que hj é reclamado, também acontecia e sempre acontecerá, onde os melhores nos melhores equipamentos, darão show, o texto tenta desmistificar a ‘aura mágica’ vendida pela imprensa nacional, onde o passado dominado pelos brasileiros era o paraíso. Sempre torci por Senna, mas a vitória citada por vc, mesmo que genial no tocante a pilotagem para corrigir as deficiências mecânicas, demonstram que sorte, habilidade, e um motor/câmbio que eram trocados de corrida a corrida, sem limites de quilometragem ou punições, contribuíram para o sucesso da empreitada do GP Brasil de 1991, além do câmbio ser sequencial…o mesmo Senna quando se viu tecnologicamente inferiorizado na disputa com as Willians em 1992, que já tinham o câmbio automático, exigiu o mesmo equipamento à Mclaren, enfim, em questões de vencer, ninguém quer ficar para trás, nem mesmo o grande Ayrton Senna. Enfim, pergunte aos pilotos dos anos 60, 70, 80, se não gostariam de ter direção hidraulica, freios em carbono, cockpit de kevlar, telemetria, simuladores, claro que gostariam, o fato é que o desenvolvimento é lento e gradual, mas como já foi bem dito aqui, a geração de hj tecnicamente falando, tem outros 1001 desafios, dentro e fora das pistas, e dizer que teem vida fácil me parece um argumento raso…

  24. Sem brincation, acho que estamos diante da maior geração de pilotos da história. Cinco campeões mundiais e vários pilotos com capacidade para sê-lo, como Rosberg, Ricciardo, Bottas, Kvyat, Grosjean e Magnussen. Isso porque Kubica teve de deixar a categoria.

    • Igualmente sem brincation, não dá para olhar o presente e prever o futuro. Ninguém tem bola de cristal. São excelentes pilotos, mas só otempo para dizer. No futuro, quem sabe se algumas dessas promessas de concretizem. Mas ninguém pode afirmar, como você, que estamos diante da maior geração de pilotos da história. Basta ver o que aconteceu com a “promessa” Robinho, no futebol. Agora, por favor, dê uma checada no grid de largada do GP da Alemanha de 1969. Cinco campeões (Hulme, Surtees, Brabham, Hill, Stewart), outros 4 pilotos já vencedores (Rindt, Siffert, Ickx, Pedro Rodriguez, sendo que o Rindt seria campeão póstumo no final da temporada), dois outros futuros campeões que ainda nem haviam vencido (Emerson e Andretti) e outros cinco outros futuros vencedores (Cevert, Peterson, Regazzoni, Gethin e Beltoise). Isso em um grid de 25 carros. Você ainda ache que esta é a maior geração de pilotos da história?!!!

      • Caramba, caro Edu, que “RETRATO” impressionante esse que você postou do grid de 1969 do GP da Alemanha!!! Só feras! Já que é impossível no MUNDO REAL comparar DIRETAMENTE ENTRE SI aqueles pilotos com os de hoje (na minha opinião), será que algum dia haverá um SUPERPROGRAMA rodado num SUPERCOMPUTADOR que permita essa comparação – SIMULAÇÃO – no Mundo VIRTUAL aproximada ao máximo possível da REALIDADE? Fico pensando. . . Hoje em dia até choques entre galáxias são simulados em computadores. . . Eu me alinho entre aqueles que acham impossível comparações diretas entre pilotos de épocas diferentes, veja que Vettel (sobre o qual não tenho qualquer dúvida sobre seu talento excepcional), confrontado com uma realidade diferente em 2014, enfrentou e vivenciou dificuldades de adaptação antes INSUSPEITADAS e verdadeiramente SURPREENDENTES (pelo menos para o meu ponto de vista). Já que você também é “da antiga”, qual a sua opinião? Quantas feras daquele grid se dariam bem nos dias de hoje e quantas feras dos dias de hoje se dariam bem naqueles carros? Ainda mais observando-se as mesmas condições físicas que ostentavam (ostentam, os de hoje). Acresça-se a isso a sensibilidade natural para lidar com carros mais toscos e com carros digamos assim “cibernéticos” – ainda que haja extraordinária ajuda de também extraordinária retaguarda de engenheiros e técnicos. Veja o que o Eric M. Souza ponderou lá em cima sobre a questão de FRENAGENS (hoje se freia muito mais dentro, mas em compensação TAMBÉM HÁ NECESSIDADE DE TER EXTREMA E VELOCÍSSIMA SENSIBILIDADE PARA SENTIR O PONTO EXATO DE FREAR, A PRESSÃO CERTA NO PEDAL (fora a percepção para ajustar o balanço de freios) PARA NÃO FRITAR PNEUS E OVALIZÁ-LOS. É essa diferença MÍNIMA, MAS QUE EXISTE DE VERDADE, que separa os que têm talento excepcional daqueles que não têm, então essa diferença continua existindo, não importa o quanto se progrediu. Acho fascinante esse exercício de imaginação, mas, de qualquer forma, é forçoso se reconhecer os talentos naturais de todos eles, à parte outras considerações, fatores e circunstâncias diferentes.

        Um abraço!

        • Aucam, adoro os seus textos, mas acho que você não entendeu a minha ponderação.

          Não estou querendo comparar o grid de 69 com o de 2014. Nem dizer que eles eram melhores que os atuais. Por favor releia o que escrevi.

          O que coloco é que não dá para bater o martelo e dizer que esta é a “maior geração de pilotos da história”! Só o tempo dirá. Apenas quando chegarmos lá na frente e olharmos para o passado é que poderemos dizer quais dessas promessas que verdadeiramente se realizaram e quais foram apenas lampejos.

          Concordo com você que qualquer comparação DIRETA entre épocas é simplesmente um exercício idiota. Mas toda vez que se afirma “esta é a melhor xyz de todos os tempos” (uma versão do “nunca na história deste país…”), isso tem que ser feito olhando o passado.

          Peguei um grid de 69 como poderia ter feito em qualquer outra época.

          É óbvio que as exigências de hoje são completamente diferentes das do passado, como você bem citou. Creio que um piloto de talento nato do passado, como um Stewart, um Rindt, um Villeneuve (pai) se tivesse nascido na mesma época de um Alonso, um Hamilton, um Vettel, igualmente seriam pilotos diferenciados atualmente como o foram em sua época. Porem jamais saberemos.

          Ah, e tenho certeza de que você concorda que aquele grid era realmente excepcional!

          • Não, não, Edu, eu entendi SIM muito bem o que você ponderou, creio que agora você foi quem não entendeu minhas DIVAGAÇÕES sobre um hipotético confronto entre os talentos de hoje e os do Passado, e eu CONCORDO PLENAMENTE com você: SIM, um timaço de talentos fora-de-série ESSE que você relacionou, faria apenas um reparo de que esse grid citado deve ser o de 1970, posto que Emerson Fittipaldi, Peterson e Regazzoni só estrearam na F 1 em 1970, mas esse pequeno lapso não invalida – minimamente sequer – sua argumentação, haja vista a magnitude dos astros reunidos. É que às vezes fico divagando sobre como seria FANTÁSTICO um confronto direto entre os grandes de Hoje e os grandes do Passado. Mas TODOS os nomes que você citou e os expoentes de hoje são talentos diferenciados. Em suma, para aclarar melhor a minha opinião, eu tenho IGUAL CONSIDERAÇÃO pelos ídolos do Passado e pelos de hoje. Acho que cada época teve ou tem suas dificuldades, e passei a considerar, ultimamente, haja vista o que ocorreu com Vettel neste ano de 2014, que EVENTUALMENTE alguns dos atuais expoentes pudessem não se dar tão bem com os carros de antigamente E VICE-VERSA, e baseio minha suposição nessa dificuldade que Vettel INESPERADA e SURPREENDENTEMENTE teve diante de um carro bastante diferente em vários aspectos de dirigibilidade, em função de o regulamento ter sido virado de ponta-cabeça (eliminação do difusor soprado, transferência de potência às rodas mais abrupta pelo torque maior e mais imediato das unidades híbridas, paradoxalmente menor potência, fluxômetro, freios by wire que retirou sensibilidade nas frenagens etc). Não sei se você concorda. Mas veja, eu NÃO tenho a menor dúvida sobre o talento fora-de-serie de Vettel, acho apenas que ele demonstrou não ter a mesma capacidade de adaptação a um carro diferente que Alonso e Hamilton demonstraram e provaram ter (Hamilton extraindo tudo e mais alguma coisa de um carro dominante e Alonso extraindo o impossível de um carro altamente problemático como foi a Ferrari F-14T, e a diferença abissal entre o seu desempenho e o de Raikkonen (também um campeão mundial) evidenciou e provou a capacidade excepcional de adaptação de Alonso). Lembro também que Emerson só rendia 100% de seu talento com um carro PERFEITAMENTE ajustado ao seu gosto, AO CONTRÁRIO de Peterson. Essa característica de Emerson pode ser o caso de Vettel. Você deve se lembrar que Emerson precisou do ano inteiro de 1971 para ajustar – com a genialidade de Chapman – o Lotus 72 que lhe deu o título no ano seguinte, ou seja, em 1972.

            No mais, eu achei muitíssio interessante seu comentário e quis apenas saber o seu ponto de vista mais esmiuçado, pois também aprecio muito suas intervenções lá no Blog do Ico, onde você costuma comentar com maior frequência.

            Forte abraço.

          • MUITÍSSIMO, e não muitíssio. . .

          • Faço minhas as suas palavras e, realmente, o grid é de 1970.

            Na hora em que você viajou na maionese, realmente não entendi suas divagações! kkkk

            Abs

  25. A melhor geração sem duvida foi a dos anos 90 com senna, prost, schumacher, mansel, rakkinen e piquet no fin de sua carreira mas esteve la.


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