F1 A Fórmula 1 dos V6 é lenta? - Julianne Cerasoli Skip to content

A Fórmula 1 dos V6 é lenta?

Muita gente torceu o nariz em Mônaco ano passado quando terminou a classificação da GP2: o pole position na ocasião, Jolyon Palmer, que viria a ser campeão da temporada, fizera um tempo melhor do que o último colocado da Fórmula 1, Marcus Ericsson, da Caterham.

Para efeito de comparação, o orçamento da pior equipe do grid da F-1 é 25 vezes maior do que de um time da GP2. As mudanças de regulamento tinham ido longe demais?

Essa noção de que a Fórmula 1 tinha perdido a mão ganhou força junto das reclamações pelo ruído mais fraco dos motores V6 turbo híbridos e pelo domínio de apenas uma equipe.

A expectativa é que pelo menos o problema dos tempos de volta esteja sanado já no segundo ano de uma tecnologia que, temos de lembrar, é pioneira, especialmente na recuperação de energia calorífica para gerar mais potência. Com o desenvolvimento das unidades de potência, a Pirelli espera uma evolução de dois a três segundos por volta.

Caso isso se confirme, significaria um retorno aos tempos de volta da época em que a Fórmula 1 teve seus carros mais velozes – mais especificamente, em 2004, ano em que foram obtidos todos os recordes, excluindo as pistas novas ou que foram alteradas de lá para cá. E olha que estamos falando de V10 e aerodinâmica mais livre.

Na verdade, os carros ano passado, mesmo com os motores pouco desenvolvidos, ficaram a 10km/h do recorde de velocidade máxima da categoria, que é de 372km/h e foi estabelecido nessa época.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=SOeCmNCqzng]
É claro que os pneus são outros, não há reabastecimento e hoje utiliza-se o DRS na classificação. A comparação, portanto, é difícil. Também é verdade que os carros ficaram devendo mais em termos de pressão aerodinâmica (para comprovar isso, basta ver em que tipos de circuito a diferença para 2013 foi maior) do que de motor.

Ainda assim, inquietos com esse aumento dos tempos de volta, a falta de barulho e a noção de que a Fórmula 1 vem perdendo sua aura de topo do automobilismo, os dirigentes já acenam com mudanças para 2017. Estariam se mexendo cedo demais ou toda essa onda de energia recuperada não tem a ver com a categoria?

23 Comments

  1. Ju, acho que tem um erro no trecho ” ficaram a 10km/h do recorde de velocidade máxima da categoria, que é de 272km/h e foi estabelecido nessa época”, não seria 372?

  2. Pra falar a verdade, tem a ver com a pressão de todos aqueles que pensavam que iam se dar bem em cima dos demais e viram que o tiro saiu pela culatra, e agora choram, rsrsrs. . . É sempre assim, quando alguém (piloto ou equipe) se destaca, providencia-se logo uma mudança de regras, seja em pontuação de pilotos ou em configurações técnicas dos carros. Lamentavelmente, parece ser mais fácil fazer isso que queimar a “mufa” nas pranchetas por parte de todos os que não se deram bem. Já é uma tradição. A última a ser derrubada artificialmente foi a Red Bull, agora a bola da vez é a Mercedes. Para tanto – MUDANÇAS – todos os argumentos são brandidos: progresso, ecologia, tradição, revolução etc. etc. etc. Depois os cavalheiros que dirigem o esporte não entendem o porque das calvícies nas arquibancadas de lugares onde a F 1 tem tradição.

  3. Acho que é mais uma questão de tempo os carros se desenvolverem ate atingir o melhor da sua performance,ate porque é normal um queda nos tempos de volta depois de uma mudança tão grande no regulamento. Os carros de 2004 por exemplo,donos da maioria dos recordes são baseados no regulamento de 98 com poucas mudanças, se os modelos atuais tiverem esse mesmo tempo de desenvolvimento não é bom duvidar que superaram todos os recordes de velocidade ja estabelecidos.

  4. O maior problema é o barulho, os carros são rápidos e provavelmente ficarão ainda mais este ano, olha o tempo da pole em interlagos este ano e a velocidade de reta também aumentou, a força do carro não esta só no motor, tem uma série de coisas que antes não tinha. Agora o barulho deste carros é tenso..

    • Na era turbo da decada de 80 ninguem reclamava,é uma questão de acostumar.

      • Não viaja, eu fui no Rio de Janeiro em 1986, pole de Ayrton, Mansel em terceiro pula para segundo, o barulho era grande, os motores roncavam bem alto, não eram tão estridentes como os V10 de 21.000 rpm, mas na reta você tinha que tapar os ouvidos.

        Fui este ano em interlagos e pela primeira vez desde 1985 não precisei de tampões nem fechar os ouvidos, foi brochante, sem alma, sem graça.

        Isso não é automobilismo, se você se acostumou, parabéns, bem vindo ao mundo dos ecochatos.

      • Mas na década de 80 os carros nao usavam recuperador de energia e nem limite de giros. Entao eles falavam alto, mesmo sendo turbo.

    • Mas em interlagos os carros ficaram mais rápidos por causa da reforma da pista que colocaram um asfalto novo, e com isso, a pista ficou muito mais aderente.

  5. Acho que será show de bola uma F1 em 2017 com motores mais baratos (alguns componentes padronizados, como a turbina), e ainda assim passando dos mil cavalos, além de pneus mais largos.

  6. Nenhum problema com a tecnologia de recuperação de energia em si e sua relação com a F1. Mas absurdamente onerante, Marússia e Caterham que o diga. Não faz sentido economizar 30% de combustível e em contrapartida pagar com a alma os propulsores híbridos.

  7. Pra mim a F-1 deveria ser o que sempre foi, uma excentricidade! Mantenham um motor por corrida! Pneus a livre escolha, mas com números delimitados! Dizer que o automobilismo dá mau exemplo me parece temerário ora, são beberrões, barulhentos e caros? Paciência, são excessão ao politicamente correto, mas se é pra regularizar, por que não acabar com os motores a combustão naos céus por exemplo, pois aquele rastro no horizonte, longe dos olhos e do coração poluem pra baralho!!! Na boa, a F-1 não vai salvar o mundo! Carros híbridos, que tal carros elétricos, a hidrogênio, mas no trânsito do dia-a-dia! O que não pode ser normal e acabar com a disputa, diminuindo os motores por temporada, embarcando muita tecnologia e tornando-os impraticáveis, pois UM MOTOR custar 5, 6 milhões de dólares não pode ser normaL!!!

    • Nem fala,bons tempos em que cada um podia apostar na tecnologia que quisesse. Podiamos discutir se o melhor era o V10 da Renault ou o V12 da Honda,questionar a teima da Ford com seu velho V8,suspensão ativa da Williams ou o cambio semi automatico da Ferrari? Hoje em dia não espaço para novidades,todo mundo seguindo a mesma cartilha,chato pra caramba.

  8. Oi Ju,

    Parabéns pela análise!

    Mudanças são necessárias e a Fórmula 1 sempre foi um laboratório, mas isso no passado. De um modo geral a indústria automobilistica já não depende tanto do mundo das corridas para implantar suas tecnologias.

    Por este ponto de vista já descaracteriza o tamanho da mudança introduzida ano passado.

    Porém, não resta dúvida de que este novo segmento de unidades de potências da Fórmula 1 é muito interessante, e pioneira, como você bem lembrou, e o que está errado são as regras, como por exemplo, o famigerado limite de 100kg/h de combustível.

    Carro de corrida foi feito para correr, e não para piloto ficar economizando gasolina. Isso é um item que precisava ser mudado. Acabando com esta regra, aumenta a potência, a velocidade, o desempenho dos carros.

    O outro fator a ser estudado é a falta do barulho. A Stock Car hoje faz mais barulho que a Fórmula 1, e isso não está certo. Pergunte a qualquer um que já teve a oportunidade de assistir uma corrida de Fórmula 1 no autódromo até 2013 o que mais lhe chamou atenção e dez entre dez vão responder que foi o barulho.

    Li uma matéria do Livio Oricchio com o Mario Illien em que o engenheiro dizia que o problema da falta de barulho está no posicionamento das válvulas de escape e no layout atual. A explosão acontece dentro do escapamento que é longo e bem grosso, então o som é perdido.

    Não é nem o fato de a Mercedes estar dominando a categoria que está assustando os torcedores, a Fórmula 1 sempre foi marcada por épocas de domínio de uma determinada equipe. O que torna complicado é o fato de estar havendo regras mal elaboradas que não não cai no gosto dos fãs. E o barulho realmente é um desses fatores.

    Se estas unidades de potência fossem barulhentas e os carros mais atraentes aos olhos de quem os vê, ninguém estaria reclamando da categoria. Nem as audiências caindo.

    Um abraço!

  9. Obrigado pelas suas respostas no post anterior, caros Wagner e Aucam. Como este post é uma comparativa do desempenho dos equipamentos, me atrevo a postar o video de novo, para que quem não viu, tenha a oportunidade de ouvir o rugir da F1 nestes últimos 25 anos. Belíssimas imagens desde o zenital dos pilotos, ou como disse Aucam, algumas inusuales vistas no final. Comparem a tocada e disfrutem da sinfonia.

    https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=uOsaAp822xk

  10. acho que esses de 2015 naum, mas os de 2016 será …o problema destes novos regulamentos ao meu ver é o custo desses motores para quem compra ,pq quem fabrica vende e ganha grana com isso, mas quem compra paga caro demais e se mantiverem assim daqui a 5 anos só estará mercedes red bull STR Ferrari e mclarem as demais quebram… e esse ronco de aspirador de pó ao meu ver os da honda parace ser mas agradável vamos aguardar

  11. O maior problema da F1 atual, é que ela sempre busca fazer um regulamento com que beneficie a criação de tecnologias para carros de rua, como a mudança dos motores v6, o limite de combustível etc etc. O propósito da categoria, é que as equipes ganhem retorno do seu investimento em novas tecnologias que possam ser usados e carros de rua. Com isso, o regulamento leva muito pouco e conta a questão do automobilismo em si, da competição, da corrida de verdade, e se baseia na criação de novas tecnologias, por isso também estão sempre mudando. A F1 não é como a F Indy que privilegia a competição e o esporte em si, a F1 privilegia o retorno dos investimentos com a tecnologia. O necessário, é fazer um regulamento que leve os dois em conta, mas seria muito difícil, pois a F1 como categoria máxima do automobilismo deveria ter os carros mais rápidos e mais difíceis de guiar, o que não permitiria que a maioria das tecnologias criadas por esse tipo de regulamento sejam aproveitadas em carros de rua. Por isso, pra mim, ou você escolhe a competição e o esporte em si como a F Indy, ou, você deixa a F1 do jeito que está, sem nenhuma graça, mas que com certeza daqui há alguns anos aproveitaremos essa novas invenções.

  12. Muito interessante a montagem, colocando caros de épocas diferentes na mesma pista, e no mesmo local. Dá para perceber nitidamente a diferença que os separa.
    Ótimo parâmetro.

  13. Há dois aspectos relevantes na Formula 1. O primeiro, é que o regulamento técnico sempre foi alterado ao sabor das pressões políticas e econômicas, principalmente na era Ecclestone. Mas o fator principal é outro. Durante décadas a Formula 1 foi esporte por esporte, e um esporte puramente mecânico. Na época das Lotus, Brabham, McLaren e Lolas, não havia indústria automobilística por trás, não havia grandes negócios associados ao circo e a transferência de tecnologia era uma decorrência da criatividade das escuderias. A fórmula 1 hoje é a terceirização dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento das grandes montadoras. Os carros servem explicitamente para se testar conceitos que em 5 a 7 anos precisam estar incorporados a carros de rua. Carros de rua não tem motores v-12 de 3 litros que consomem 1 litro de gasolina por volta. É por isso que a Formula 1 atual deveria mudar de nome para Formula Focus: motor 1.6, turbo, com limite de giro, limite de consumo, limite de número de motores de temporada, limite de número de câmbios por temporada, recuperação de energia, aerodinâmica de estrada e até multa pra piloto que ousar ser piloto de verdade

  14. Estou bem satisfeito com a Fórmula 1 atual. Não acho que ela seja perfeita. Gostei muito do barulho dos motores com o turbo incorporado. A velocidade e o desempenho estão plenamente compatíveis. O desenvolvimento de tecnologia é a base de vultosos investimentos que são feitos pelas grandes montadoras. Parte desta tecnologia desenvolvida potencialmente integrará nossos futuros veículos. Eu não entendo esta choradeira. Como esporte, a Fórmula 1 hoje em dia irrita pelo excesso de inovações, que buscam corrigir distorções verificadas no decorrer da competição. Também destaco como negativos o alto custo, o excesso de politicagem e apadrinhamento. Acho também que o desenvolvimento de toda a mecânica deveria ser liberado. Enfim, é algo mais dos bastidores. Tivemos EXCELENTES corridas nesta temporada de 2014 e a expectativa é de que as corridas de 2015 sejam ainda melhores. O resto é picuinha de gente que reclama de tudo. Vamos reclamar do futebol brasileiro, isso sim é motivo – fizeram estádios superfaturados, quebraram o país e tomaram de 7 a 1 do país mais representativo na F1 atual. Na F1 tudo está normal. Sejamos razoáveis…

  15. Nem me fala,bons tempos quando cada um podia apostar na tecnologia que quisesse. Podiamos questionar a teima da Ford com seu velho V8,era melhor o V10 da Renault ou o V12 da Honda,cambio semi automatico da Ferrari ou a suspensão ativa da Williams? Hoje não ha tanto espaço pra novidades,todos seguindo uma cartilha só,chato pra caramba.

  16. Acho que a discussão na F1 deveria se centrar mais nos custos do que em mudança de regulamento de motores. Se os motores são caros, certamente mais dinheiro ainda foi gasto no seu desenvolvimento, e é uma pena ver maravilhas da tecnologia como essas sendo tão achincalhadas. Acho que a galera reclama demais.

    Pros próximos anos, deveriam no máximo cogitar dos pneus mais largos atrás, pois aderência mecânica faz uma diferença e tanto, e ainda faz bonito pro público. E não sei se lembram, mas tem a previsão de suspensão ativa de volta pra 2017, o que vai compensar ainda mais a perda aerodinâmica (que será consideravelmente reduzida pela engenharia dos times até lá, com certeza).

    E concordo que deveria haver uma liberdade maior de ação entre os times, mas a coisa por ora está complicada nesse sentido.


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