F1 Passando o bastão - Julianne Cerasoli Skip to content

Passando o bastão

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Eles estavam lado a lado na coletiva de imprensa: Carlos Sainz, Fernando Alonso (com um ar ainda mais pesado do que o habitual, usando óculos escuros devido a um terçol) e Roberto Merhi. Sainz é perguntado sobre suas lembranças no Circuito da Catalunha e descreve o dia em que, há 10 anos, entrou no paddock da F-1 pela primeira vez e conheceu Alonso. “Meu ídolo, que está do meu lado agora”, frisou.

Alonso sequer se moveu em um primeiro momento. Mas depois que foi perguntado sobre como se sentia sendo chamado assim, abriu um sorriso e garantiu: “Todos estão surpreendidos [pelo trabalho de Sainz] mas eu não estou. Ele é o futuro de nosso país e estou feliz de estar ao lado dele.”

E Merhi? O outro espanhol, resignado, apenas olha para baixo, pensativo.

A cena ilustra bem a realidade do trio neste final de semana de GP da Espanha. Os donos da casa, que não poderiam ter objetivos diferentes no momento. Um está surpreendendo ao andar, pelo menos, no mesmo ritmo de Max Verstappen, chamado de ‘novo Senna’ por Helmut Marko. Está vivendo o sonho e não consegue conter sua empolgação. O outro, convive com a mesma pergunta a cada final de semana: ‘até quando você vai aguentar conviver com uma McLaren que não luta por vitórias?’. E está louco para tirar a atenção de si. E o terceiro sabe que pode estar vivendo seu último GP da Fórmula 1, uma vez que tem um contrato de cinco corridas e não vem correspondendo às expectativas.

O surgimento de Sainz, com uma carreira bem administrada e projetado para conviver bem com a expectativa de ser um sucessor do homem que tornou a Fórmula 1 popular em seu país, vem como um alívio para mídia e organizadores, que viram o interesse pelo esporte decair especialmente nas últimas duas temporadas. Em 2012, com Alonso lutando pelo título, a Espanha foi um dos únicos redutos, junto da Itália, que apresentaram aumento na audiência. De lá para cá, contudo, isso não se manteve. Tanto que, a partir do ano que vem, a categoria, que chegou a ocupar de 3 a 4h da programação do domingo, deixará de ser transmitida em TV aberta ao vivo.

A atual situação espanhola com a F-1 é difícil de definir. Nem mesmo os jornalistas parecem confortáveis, pendendo entre a sensação de entressafra e a esperança de que a McLaren desencante antes que Alonso perca a paciência. Um bom momento para testar se foi possível estabelecer um legado ou se toda a Alonsomania não passou de uma histeria com data para virar história.

4 Comments

  1. A F1 continua perdendo mercado por estar cada vez menos interessante. Também é cara e está afastada dos simples mortais. Se na Alemanha também tem havido um desinteresse, na Espanha,também devido a crise econômica, isso é bem compreensível. Acho que assíduos são os que gostam da F1, independente da nacionalidade dos pilotos. É lógico que sempre teremos um preferido, mas que assiste só por causa de um piloto acaba perdendo o interesse, mesmo se este piloto ainda está em atividade.

  2. A reportagem diz q o piloto espanhol com menos prestígio pode fazer sua ultima corrida, pelo contrato e por não estar correspondendo às expectativas.
    Fico pensando, o que o piloto da Manor poderia fazer para ter um desempenho que satisfaça mais sua equipe além de se esquivar dos outros carros durante a corrida.

    • No caso deles, o que conta é o desempenho em relação ao companheiro. Merhi vinha bem mais gabaritado que o Stevens, mas está sofrendo na mão do inglês e é o primeiro a reconhecer isso. Se vem alguém com mais dinheiro e prometendo mais performance, perde a vaga.

      • Não tinha me atentado a isso. Merhi tem chegado em média uma volta atrás do Stevens. Realmente uma perfirmance bem abaixo do esperado!
        Obrigado por esclarecer.


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