F1 Abrindo o bico - Julianne Cerasoli Skip to content

Abrindo o bico

Bicão de um, biquinho de outro
Bicão de um, biquinho de outro

A parte frontal dos carros têm roubado a cena de 2012 para cá, quando a Federação Internacional de Automobilismo passou a intervir na região a fim de proteger a cabeça dos pilotos dos bicos altos – e acabou gerando algumas aberrações.

Depois de temporadas terríveis, com degraus e chifres, as regras adotadas para 2015 tornaram as frentes dos carros mais harmoniosas – mas isso não significa que os bicos deixarão de chamar a atenção quando os primeiros carros começarem a serem revelados, em fevereiro.

Afinal, a moda agora é torná-los os mais curtos possíveis, terminando antes mesmo da asa dianteira.

Mercedes e Williams são carros já desenvolvidos há mais tempo para terem o bico curto. Red Bull e McLaren, por exemplo, adotaram o conceito ao longo da última temporada. Até que, ao final do ano, a Ferrari ficou sozinha com seu ‘bicão’.

A possibilidade foi aberta com as mudanças feitas no regulamento entre 2014 e 2015, que abaixaram ainda mais os bicos e criaram restrições para evitar soluções pouco estéticas, e todos logo perceberam que, quanto menor – e mais estreito na ponta – é o bico, melhor para o fluxo aerodinâmico nesta importante parte, que tem bastante influência no restante do carro.

A ideia é obter mais performance e equilíbrio, maximizando o fluxo de ar na parte debaixo do carro e ‘selando’ a região próxima aos sidepods, fazendo com que o carro fique mais grudado no chão. Para isso, o bico foi retraído ao máximo e elevado, com apenas a parte final indo mais próxima ao solo para ficar dentro das regras.

Mas não se trata de um conceito plug and play. A primeira dificuldade é passar pelos testes de impacto e, depois, fazer o novo bico casar bem com o conjunto aerodinâmico do carro. Para se ter uma ideia, a Red Bull estreou o bico mais curto no GP da Espanha e só sentiu que ‘acertou a mão’ na Inglaterra, quatro etapas depois.

No caso da Ferrari, é a posição do apoio das suspensões que dificulta a implementação do bico mais curto. Afinal, o time é o único do grid a adotar as suspensões pull rod, cuja geometria significa a necessidade de um apoio mais baixo, evitando, assim, a elevação do bico e dificultando a tarefa de passar no crash test com uma frente mais curta.

Não é surpresa, portanto, que os boatos que vêm da Itália a respeito do novo carro dão conta de que o conceito da suspensão em pull rod, adotado em 2012 e que visava abaixar o centro de gravidade e gerar ganhos aerodinâmicos, será o primeiro a cair, abrindo caminho para uma Ferrari bem menos ‘bicuda’.

9 Comments

  1. Julianne, a Ferrari pode ter ganho de performance razoável com a possível mudança de suspensão e bico mais curto?

    • Fala-se em 0s2, o que é bem razoável para o mundo da F-1. Mas acredito que o grande foco de ganho de performance hoje continue sendo o motor.

  2. ju ,essa Ferrari com nova suspensão e um bico curto, pode realmente melharar em ganho uns 0,4 ou é muito? pq ela é a única q num usava esse bico e se todos entendem q o bico curto é melhor , então vejo q nessa área a Ferrari pode realmente evoluir, já ouvi q vão mudar o formato do motor tipo como a mclarem usa em V , procede?

  3. Julianne não daria para Ferrari manter a suspensão pull rod e ter um bico curto e ter ainda mais ganhos aerodinâmicos e consequentemente dar um salto maior do que a concorrência?
    Abraços.

  4. Bem, ainda é cedo para saber se teremos um campeonato de duas equipes. Esperemos pra ver os resultados, mas cada décimo é fundamental para um piloto como Vettel que sabe muito bem fazer voltas voadoras.

  5. Jú, sempre ouvi falar que a parte mais importante de aerodinâmica do carro é a asa dianteira que em harmonia com o bico guiam todo o fluxo de ar.
    A Ferrari apesar de não passar no crash test não deveria insistir nela, já que é um diferencial em relação as outras equipes?
    Outro assunto que não sei se você vai trazer mais pra frente, o que você achou da nova chincane na pista de monza? Eles só sabem fazer isso…rs? Criar uma reta um curva de raio longo nada, agora S é o que mais tem..
    Um abraço

    • É justamente isso que eles avaliaram ano passado. Ser diferente não quer dizer poder ser melhor.

      Quanto a Monza, é bem limitado o que se pode fazer lá. É como se fosse um circuito no meio do Ibirapuera.

  6. Construir um carro do zero e com novos conceitos é muito mais difícil do que evoluir um carro com conceito em evolução. Acredito que se a Ferrari trocar o seu conceito agora no ano de 2016 dificilmente vai conseguir disputar o título esse ano com a Mercedes como pretende, pois precisarão de tempo para “acertar a mão” no novo carro e colocar tudo nos seus lugares na nova carroceria.
    Mudar o bico talvez seja viável para 2017, mas não para esse ano se eles realmente quiserem disputar com as Mercedes.
    Abraços a todos do blog!


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