F1 Turistando na F-1 entre o joelho de porco e o bolo de chaminé - Julianne Cerasoli Skip to content

Turistando na F-1 entre o joelho de porco e o bolo de chaminé

O tal bolo de chaminé da Hungria

Lembra do schnitzel da Áustria? Ele também costuma estar no cardápio da região de Hockenheim, outro canto pelo qual a Fórmula 1 passa que não costuma ter as melhores opções do mundo quando o assunto é comida. Cerveja é outra história, claro, mas encher a barriga que é bom, pode ser uma tarefa difícil.

São linguiças para todos os lados e de todos os tipos. Na sala de imprensa, eles costumam fazer uma bizarra torre de linguiça, como se fosse uma escultura. Talvez para compensar o sabor. Mas, pelo menos para mim, não cola: Hockenheim é séria candidata a uma das piores salas de imprensa do campeonato e certamente o rango oferecido não ajuda.

Costumamos ficar ou na sisuda Mannheim ou na bela Heidelberg para o GP da Alemanha e a segunda, por ser turística, tem mais opções. São ambas cidades com muitos imigrantes, como a Alemanha em geral, e há restaurantes típicos de vários países. Muitos deles, turcos.

Mas, quem quiser provar a culinária local vai encontrar muita sopa – quase sempre bem encorpadas e cremosas, ou seja, nada muito light – carne de porco e de vitela e muita batata. Inclusive na sopa. É aquela culinária típica de país frio, e conta também com a massa alemã, spatzle, que é como um espaguete grosso cortado em pedaços. Não me surpreenderia se fosse feito de… batata.

O que está livre de batata é o Flammkuchen, uma espécie de pizza bem fininha e que pode ser uma boa chance de comer algo além de carne pesada por lá. Mas, se porco e vitela são sua praia, pode ir treinando a pronúncia de dois dos pratos mais tradicionais da região onde fica a pista: Schwarzwälder Schinken para uma espécie de presunto local, e Kalbsrouladen para a carne de vitela.

Combinadas com a cerveja de trigo – não me vá até a Alemanha tomar lager, por favor! – esses pratos ficam beeem pesados. Mas pelo menos você não fica com fome tão cedo!

Já Budapeste, e eu já disse isso por aqui algumas vezes – é uma das melhores etapas do ano para acompanhar in loco. E as inúmeras opções de comida fazem parte disso. As opções são para todos os gostos, e muitas vezes no mesmo lugar, pois a moda dos food trucks pegou por lá.

Mas, por algum motivo que não sei explicar muito bem, sempre acabamos indo em restaurantes italianos quando estamos em Budapeste. A Trattoria Toscana foi a favorita do mundo da F-1 por muitos anos (lembro que comi lá um risotto de arroz negro e frutos do mar divino), e ano passado foi o primeiro em que não comi lá em nenhum dos dias. O motivo era simples: o chef abriu seu próprio restaurante, chamado La Fabrica, e migramos para lá. É do La Fabrica a foto dessas mozzarellas incríveis que ilustram o post, feitas exatamente como em Napoli. Confesso que devo ter ido lá por umas três noites ano passado e ainda não provei nenhum prato. As entradas, com várias comidas de rua também típicas da região de Campania, são tão maravilhosas que não tem necessidade de ir adiante no cardápio!

Outro lugar em que costumamos bater o ponto é em um restaurante medieval chamado Sir Lancelot, onde é tudo como se estivéssemos voltado no tempo. A cerveja, de um litro, vem em um copo tão pesado que é difícil segurar só com uma mão, e a comida é basicamente todas as carnes que você pode imaginar acompanhada de vegetais. E, no meio da comilança, vira e mexe tem uma performance com pessoas com roupas da época. É tanta comida que alguém uma vez começou a fazer guerra, jogando pedaços de carne na cerveja do outro, e isso também acabou virando tradição: a partir de determinado momento, é melhor comer com uma mão (detalhe, não tem garfo, só colher e faca) e proteger a cerveja com a outra. 

Mas e a culinária húngara? O carro-chefe é a goulash, uma sopa com batata (ela de novo), beterraba e carne. É um prato bastante simples, que te esquenta e alimenta, mas nada de outro planeta. Outra sopa famosa é a de peixe, com um caldo forte de páprica. O tempero, inclusive, é muito usado em vários pratos húngaros, assim como pimentão, tomate, batata e (o que eu tive que ir no google para traduzir para o português) creme azedo – é sour cream, diria que um parente mais cremoso do cream cheese.

Como é uma cidade muito festeira, Budapeste também tem muitos estabelecimentos de comida de rua, abertos até bem tarde. A comida de rua mais tradicional da Hungria chama-se lángos e é uma mistura impossível de dar errado: uma massa frita com o tal sour cream e queijo. Mas o cheiro que me vem à mente quando penso em Budapeste é do kurtoskalács, uma massa tipo brioche coberta geralmente com açúcar e canela. Até aí, nada de diferente, mas o curioso é que essa sobremesa também é chamada de bolo de chaminé, por causa do seu formato. É algo que chama a atenção quando você chega por lá e o reflexo é logo provar, mas o gosto em si perde para a apresentação, e o cheiro.

2 Comments

  1. Só discordo quando diz que Heidelberg tem mais opções que Mannheim: até por ser uma cidade maior, Mannheim tem bastante restaurantes com culinária estrangeira (além dos alemães é claro) e geralmente um pouco mais em conta do que Heidelberg.


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