F1 Turistando na F-1 entre cervejas e pizzas (e alguns quilos a mais) - Julianne Cerasoli Skip to content

Turistando na F-1 entre cervejas e pizzas (e alguns quilos a mais)

A vista da casa de Spa

É impossível não voltar com uns quilos a mais da dobradinha Bélgica e Itália. Na primeira semana, porque é difícil escapar da tentação de provar as maravilhosas cervejas locais – até porque, lá, você compra Leffe, por exemplo, a um euro a garrafa, o que é um incentivo a mais. E, na segunda, porque a Itália dispensa apresentações quando o assunto é comida. E sempre tem aquele pãozinho na mesa para você besuntar de azeite e tornar tudo mais ainda light. Só que não.

Viver de Leffe e das famosas cervejas trapistas belgas pode ser uma tentação, mas não é exatamente praticável. Uma opção para manter o ingrediente é provar um dos pratos mais tradicionais da Bélgica, o Carbonnades Flamandes ou Stoverij, dependendo da região em que você está no país. Afinal, trata-se de uma carne cozida justamente na cerveja. 

Mas a grande estrela da culinária belga são mexilhões, com os mais variados temperos. É humanamente impossível não andar por uma cidade belga sem ver anúncios de Moules Frites por todos os cantos. É meio chato de comer, abrindo um por um, mas pelo menos é gostoso. E, mesmo sendo um prato típico de um país europeu não mediterrâneo, milagrosamente não envolve alguma carne pesada e batata.

A Bélgica, é claro, também é famosa por seus chocolates e pelos waffles, mas confesso que o segundo eu nunca provei por lá. Meu foco, na verdade, é nos queijos. Não sei se já contei por aqui que, em Spa, alugamos duas casas, uma ao lado da outra, nas montanhas e ficamos lá em 10, 12 jornalistas. Ainda bem que são quatro as geladeiras, já que as cervejas costumam tomar conta. A homarada costuma confiar nas mulheres da turma para se alimentar, o que é um erro neste caso, pois somos em duas representantes pouquíssimo animadas para cozinhar. Então nossas refeições são basicamente pizzas congeladas e, em um dos dias, os argentinos assumem a churrasqueira.

Mas comecei a contar sobre a casa por conta do queijo. A família que é dona da propriedade monta o que é o melhor café da manhã da temporada justamente pela seleção incrível dos mais variados queijos locais. E país que tem chocolate bom geralmente tem queijo bom também, já que a qualidade de ambos depende do leite. E as vacas justamente da região das Ardenhas, onde fica a pista, são famosas por produzir leite de ótima qualidade.

A tal pizza do Al Anbiq

Sei que é chover no molhado, mas come-se muito bem na Itália. Não sou uma grande entusiasta da parte norte do país, onde fica a pista, e tenho que dizer que a melhor comida italiana da temporada está em Budapeste e não por lá, como já contei por aqui, mas isso não quer dizer que o nível não seja altíssimo. 

Há dois restaurantes por lá que ficaram gravados na memória. Um é chamado Risoamaro, um nome bem estranho para um restaurante, que fica na cidadezinha de Mariano Comense, ao norte de Monza. A base da culinária italiana é a simplicidade e a qualidade dos ingredientes, e esse lugar segue isso à risca. Tanto, que comi uma salada caprese, prato mega simples, em 2011, e não esqueci até hoje!

Já o outro restaurante – também com nome estranho, Al Anbiq – fica em Monza mesmo, perto do circuito, e ir lá é uma grande oportunidade de cruzar com algum piloto – Alonso batia cartão por lá. Mesmo com o nome árabe, é um restaurante de comida italiana, que basicamente me fez evitar comer pizzas em qualquer outro lugar. Não adianta tentar me convencer: não existe pizza melhor do que a do Al Anbiq.

O bom da Itália é que, a exemplo do que também acontece na Espanha e na França, você muitas vezes é surpreendido pela comida de um lugar simples e barato. E a cada ano vamos fazendo mais descobertas: a do ano passado em Monza foi o Uova e Farina (finalmente um nome que faz sentido!), que tinha um menu de uns nove pratos no máximo, de excelente qualidade. Lembro que estávamos em três e eu paguei o almoço. Então ficou barato mesmo!

E tem os vinhos… sempre abro o menu e vou direto na seleção de vinhos procurar o Cerasuolo d’Abruzzo. Não sei ao certo se o vinho tem mesmo relação com a família, acho que vou ter que ir lá perguntar. Os Cerasoli são, afinal, da região de Abruzzo, então alguma relação deve ter. Mas, infelizmente, é raro encontrar o bendito vinho. Acho que, na verdade, vou assumir o negócio da família…

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