F1 Turistando na F1 e mergulhando no desconhecido no Japão - Julianne Cerasoli Skip to content

Turistando na F1 e mergulhando no desconhecido no Japão

A cara do Japão: comer, gostar, e não saber o que é

O melhor lugar para comer: o sushi de Yokkaichi (acho que essa até quem mora lá não sabe!)

O que evitar: Se pedir uma pizza no Japão, acabou a amizade

Pensei em fazer da terceira temporada do Turistando uma volta ao mundo culinária durante o último ano, e passei a colecionar fotos das minhas refeições. Achei que tinha feito um bom trabalho até ver a lista e perceber que, basicamente, só tinha pratos do Japão. Eu devo ter fotografado todas as refeições que comi nas duas semanas em que fiquei por lá ano passado. Não foi por acaso: eu amo o Japão e desconfio de quem não gosta.

Não que eu entenda qualquer coisa de comida japonesa. Na verdade, minha grande diversão é comer coisas que eu nem consigo decifrar o que são. Como já expliquei no texto sobre a comida da China, na Ásia é normal os menus terem muitas fotos, então você tem uma ideia vaga do que é, aponta e torce pelo melhor.

Uma coisa curiosa que acabou “aparecendo” na minha mesa foi um quiabo empanado. Achei curioso porque eu nunca tinha visto quiabo fora do Brasil, mas também acho que não me interessaria por um prato de okra, a estranha tradução de quiabo para o inglês! Outra surpresa que eu tive por lá foi encontrar um pé de caqui em uma trilha perto de Kyoto. Estava morrendo de fome, então foi providencial.

O que muita gente não sabe sobre o Japão é que dificilmente você vai encontrar, como no Brasil, um restaurante que sirva ao mesmo tempo sushi e tempura, por exemplo. Lá, você vai ter os especializados em sushi e sashimi, os de tempura, de udon, tonkatsu, yakitori, etc. 

Outra lição importante é que o Japão é daqueles países em que os lugares menos pretensiosos geralmente são os melhores. Fui em lugares incríveis que nunca encontraria sozinha, com locais que conheci viajando ou nas ruas de Tóquio mesmo, como um bar de whiskey que ficava alguns andares abaixo do térreo – o celular até perdeu o sinal – e meu amigo, japonês, parecia estar falando códigos para passar de porta em porta. Quando chegamos, era um bar com uns 6 lugares no máximo e atendimento VIP.

Não que bares e restaurantes minúsculos sejam raridade. Ano passado eu e um colega da F1 fomos parar, às 3h da manhã, em um bar em que deviam caber umas duas pessoas dentro e o resto ficava em pé do lado de fora. Éramos os únicos não japoneses e viramos atração.

Em outro bar, também em Tóquio e também minúsculo, só tinha lugar no segundo andar e as escadas eram difíceis de subir, desconfortáveis. Até pensamos em trocar de bar, mas desistimos. Ainda bem, pois logo descobrimos que poderíamos abrir uma pequena “porta” no chão, que dava acesso direto ao barman! E eles tinham um sistema de cordas bem artesanal para fazer a bebida “subir”. Genial.

Mas Suzuka não é nem um pouco perto de Tokyo e, dependendo de onde você se hospeda, as opções não são tantas. Tanto, que muitas vezes o pessoal que se hospeda em Shiroko acaba indo em um restaurante espanhol! Acho isso um sacrilégio, mas confesso que já jantei por lá. Só não estiquei igual um colega que já passou dos 60 anos faz tempo e ainda tem energia para beber todas no restaurante espanhol e, segundo ele, ser “puxado” para um karaokê na acanhada Shiroko por Mika Hakkinen. Até as 5h da manhã.

Voltando à comida, o que gostamos de fazer em lugares onde a culinária é muito boa e diferente é pedir várias porções e dividir com todos na mesa. Sempre tem que ter gyosa e edamame, algum tipo de yakitori (frango ou outra carne no espeto, com molho adocicado), algo com tofu e com camarão ou outros frutos do mar. 

Mas cadê o sushi? Lembra que contei no texto da itália que a pizza do Al Anbic tinha feito eu praticamente parar de comer pizzas em outros lugares, já que seria inútil tentar superá-la? O mesmo aconteceu com o sushi depois de ir a um restaurante em que cabem umas 15 pessoas apertadas em Yokkaichi, e cujo nome eu não faço ideia. Foi o Jayme Brito, produtor da Globo, quem me apresentou o lugar, onde ele vai pelo menos uma vez por GP com a turma da 

emissora, claro, e uma turma de alemães – e nas últimas vezes o chefe da Racing Point Otmar se juntou à turma também, com direito a tratamento diferenciado: especialmente para ele, criado nos EUA, o sushiman faz california rolls. Eu sou mais os sashimis, já que a qualidade dos peixes é imbatível. E não precisa inventar muito: o bom e velho atum de lá é inesquecível. Mas também é só uma vez por GP: a conta ano passado para cinco pessoas ficou quase o mesmo que as quatro noites de hospedagem do meu hotel. E olha que a hospedagem do Japão é a mais cara da temporada!

Outra coisa imperdível no Japão são os supermercados. É impressionante o número de produtos que são muito difícil adivinhar do que se trata, ao mesmo tempo em que a variedade é incrível, o que também se aplica a mercados pequenos, com comida rápida. Lá eu vi um kit de bananas que iam de uma bem verde até outra pronta para comer, embaladas lado a lado para você comer uma por dia. E encontrei também um ovo, cozido, pronto para um lanche. E a imbatível “geladeira” quente, para chás e cafés.

Confesso que, desta vez que fiquei mais tempo no Japão ano passado, em alguns momentos cansei do adocicado da comida e da constante aventura que era escolher comida. Mas essa sensação sempre passava rápido!

5 Comments

  1. Se pedir uma pizza , acabou a amizade?
    Como assim?
    Moro no Japão há um bom tempo, juro que não entendi…

    • Sou contra ir até um lugar com tanta opção diferente e escolher algo que qualquer um já sabe o gosto só por ser uma escolha segura.

  2. Acho estranho que o economiaki nunca pegou fora do japao. Bom, barato, divertido de ver sendo feito…. mas nunca nem tentaram por ai, acola, elsewhere….

  3. Outro lugar onde encontrei o quiabo empanado Ju foi na capital o do Alabama – Birminghan, quando pedi comida local, era um dos pratos, mas realmente é difícil de se encontrar fora daqui…agora pelas suas fotos da pra ver a qualidade da comida.


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