F1 Quem é quem entre os chefes de equipe - Julianne Cerasoli Skip to content

Quem é quem entre os chefes de equipe

TUDO SOBRE A F1 2021:

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REGRAS ESPORTIVAS
MUDANÇAS NAS EQUIPES E PILOTOS
QUEM SÃO OS CHEFES DE EQUIPE
CALENDÁRIO 2021

O post apresentando os novos chefes que estão chegando em 2021 na Fórmula 1 me deu outra ideia: por que não falar da trajetória de todos os chefes de equipe do grid? Lembro que há uns dois ou três anos fiz uma matéria para um veículo internacional sobre a vida de chefe de equipe e lembro que a grande dificuldade destacada por eles era a necessidade de lidar com coisas completamente diferentes em um curto espaço de tempo. Uma hora você está tratando da estratégia de desenvolvimento, decidindo o que merece foco agora e o que precisa começar agora para colocar o time em vantagem lá na frente; e outra você está ‘’fazendo sala’’ para possíveis novos investidores.

Então são habilidades específicas, mais do que alguma formação em si, que vão determinar se um chefe é mais apto ao cargo do que outro. E também há equipes organizadas de maneiras diferentes: Toto Wolff e Christian Horner por exemplo lidam com um pouco de tudo, já Andreas Seidl é um cara mais ‘’de pista’’ e Otmar Szafnauer é um cara mais de negócios. Mas há paralelos entre todos.

Mais sobre a temporada:

O que muda em 2021: Pilotos e nomes de equipe
Os desafios do calendário no segundo ano da pandemia

Williams: Simon Roberts, britânico, 58 anos

@Williams

O rosto de Simon ficou mais conhecido ano passado, quando ele assumiu a posição de chefe de equipe efetivo da Williams, após a venda da equipe. E foi confirmado no cargo em definitivo no final do ano. Mas Roberts já está na Fórmula 1 desde 2003, com passagens pela McLaren e pela então Force India (em 2009). Ele chegou a voltar para a McLaren, onde ocupou vários cargos de chefia operacional ao longo dos anos, até sair do time inglês e logo ser contratado pela Williams em junho de 2020, poucos meses antes de se tornar chefe.

Como aconteceu com vários chefes na F1, Roberts tem formação em engenharia (no caso dele, engenharia mecânica), mas logo em seus primeiros cargos – sempre voltados à indústria automobilística – ele foi ocupando funções de comando. No caso dele, começou numa companhia britânica chamada Perkins Engines, onde logo se tornou chefe de produção. Um dado curioso da carreira do chefe da Williams é que ele participou de um projeto importante na Europa de trens de alta velocidade chamados pendolinos, que são usados até hoje.

Haas: Guenther Steiner, italiano (da região de Bolzano, na fronteira com a Áustria, daí o nome e o sotaque), 55 anos

@Andy Hone / LAT Images

Um dos chefes mais carismáticos do grid da F1, Guenther começou como mecânico no rali ainda na década de 1980, subinido para cargos mais perto da chefia em times do esporte, sempre subindo de categoria, chegando a trabalhar com o lendário Colin McRae na equipe M-Sport no Mundial de Rali. Foram cerca de 15 anos no rali até assumir o cargo de diretor administrativo da Jaguar na F1 em 2002 e, quando o time foi comprado pela Red Bull, em 2005, tornou-se seu diretor de operações técnicas. 

Logo depois, Guenther foi trabalhar num projeto da própria Red Bull na Nascar e fundou sua própria empresa de fibra de carbono voltada ao automobilismo na Carolina do Norte, onde, entre outras, está a base da equipe Haas da Nascar. Então não foi uma surpresa quando Gene Haas conheceu alguém de confiança e que também conhecia a F1 para ser o chefe de sua equipe logo no começo do projeto, em 2014.

Alfa Romeo: Fred Vasseur, francês, 52 anos

@Alfa Romeo

Ele já foi chefe de Lewis Hamilton, Sebastian Vettel, Nico Rosberg e hoje trabalha com Kimi Raikkonen. Fundador das equipes ART Grand Prix e ASM, Vasseur colecionou títulos nas categorias de base do automobilismo – foram 8 na GP2, 9 na GP3 e 12 na Fórmula 3 Euro Series. Voltando um pouco na história, Vasseur se formou em engenharia automotiva e aeronáutica na famosa escola de engenharia francesa ESTACA e logo depois fundou sua primeira equipe na base, a ASM, em 1996, já com bastante sucesso, e depois a ART em 2004. Paralelamente a isso, Vasseur começou a investir em tecnologia híbrida em 2012 e viu sua empresa, a Spark, ser escolhida para fazer o primeiro carro da Fórmula E, em parceria com a Renault.

A relação com a montadora francesa, inclusive, sempre foi forte, e Vasseur chegou a ser chefe da Renault na F1 em 2016, mas não durou muito no cargo por desentendimentos com Cyril Abiteboul. Não demorou muito para a Sauber, em 2017, contratá-lo. Vira e mexe o nome de Vasseur aparece cotado em uma transferência para algum time que luta por posições mais à frente, e isso não é por acaso.

AlphaTauri: Franz Tost, austríaco, 65 anos

@Red Bull Content Pool

O austríaco (que Lewis Hamilton não sabia quem era) é outro que fez carreira nas categorias de base antes de chegar à F1. Tost tem toda pinta de engenheiro, mas sua formação é, na verdade, em ciência do esporte e administração esportiva. E nas pistas: Tost foi piloto, chegando a ser campeão austríaco na Fórmula Ford em 1983, mas logo percebeu que o talento não seria suficiente para tentar emular seu ídolo Jochen Rindt, campeão póstumo de 1970.

Tost então foi trabalhar na escola de pilotagem da pista que hoje é o Red Bull Ring, e seis anos depois, se tornou o chefe da equipe Eufra Racing, da Fórmula 3. Lá, chamou a atenção de Willi Weber, empresário de Michael Schumacher, que o levou para seu time na F3. Foi então que ele começou uma relação com Ralf Schumacher, trabalhando já no marketing da Weber Management, que o levaria até a F1. Em 2000, com Ralf na Williams/BMW, Tost se tornou responsável pela operação de pista do time e, quando a Red Bull comprou o espólio da Minardi, no final de 2005, ele foi contratado para ser o chefe da equipe, muito pela influência de outro austríaco, Gerhard Berger, que na época tinha participação na organização.

Ferrari: Mattia Binotto, suíço, 51 anos

© Scuderia Ferrari Press Office

Engenheiro mecânico de formação, Binotto fez seu mestrado em Modena, perto da fábrica da Ferrari, na Itália. Lá, ele estudou engenharia veicular e logo entrou na Ferrari na divisão de motores, em 1995. Foram vários anos fazendo parte da equipe de testes, fundamental para que a Scuderia vencesse seis campeonatos seguidos entre 1999 e 2004. 

Foi neste último ano da era Schumacher que Binotto foi promovido para o time de pista, como engenheiro de corrida do próprio Schumacher, e depois chefe de engenharia. Nos anos seguintes, Binotto acabou voltando para uma posição mais de fábrica para ajudar a desenvolver o KERS, primeira tecnologia híbrida adotada pela F1, em 2009. Os nomes dos títulos dele dentro do time foram mudando, mas querem dizer a mesma coisa: do final da primeira década dos anos 2000 até 2016, ele chefiou a parte de motores da Scuderia e, quando James Allison saiu do time italiano depois que sua mulher morreu de forma repentina e quis voltar para a Inglaterra para ficar com os três filhos, foi Binotto quem assumiu o comando técnico da Ferrari. Allison depois seria contratado pela Mercedes, e Binotto se tornaria o chefe da Ferrari em 2019.

Alpine (ver post sobre novos chefes)

Aston Martin: Otmar Szafnauer, romeno/norte-americano, 56 anos

O nome incomum tem porquê: Otmar nasceu no leste da Romênia, quase na fronteira com a Hungria, e tem pai norte-americano de família alemã (daí o sobrenome). Emigrou ainda criança para os Estados Unidos (e é mais americano do que qualquer coisa). Radicado em Detroit, estudou engenharia elétrica e fez mestrado em finanças e negócios. A carreira no mundo automobilístico começou na Ford, e ele inclusive aproveitou a escola de pilotagem da empresa para arriscar-se como piloto na década de 1990. Foram 12 anos de Ford até Szafnauer dar o salto para se tornar diretor de operações da equipe BAR na F1, sendo depois contratado pela Honda. Na companhia japonesa, era o vice-presidente da equipe de F1 e membro do conselho, saindo durante a transição Honda-Brawn. Logo foi contratado pela Force India como chefe operacional, e permaneceu na equipe quando ela foi comprada por Lawrence Stroll.

McLaren: Andreas Seidl, alemão, 45 anos

@McLaren

Uma das melhores contratações na Fórmula 1 nos últimos anos, Andreas Seidl foi peça importante na guinada que a McLaren deu desde sua chegada, em maio de 2019, completando a implementação de mudanças na estrutura da equipe que já tinham desde após a saída de Eric Boullier. O caçula entre os chefes sempre respirou automobilismo é engenheiro mecânico por formação, tendo entrado na F1 pela primeira vez por meio da divisão de motorsport da BMW que, no início dos anos 2000, tinha um acordo com a Williams e depois uma parceria com a Sauber. Ele depois se tornou chefe de operações de pista da própria equipe BMW quando os alemães assumiram o controle da Sauber, e ficou na função até a saída da  montadora, em 2009. Ainda na BMW, Seidl depois teve sucesso na DTM e, em 2013, foi para  a Porsche, atuando como diretor de operações e depois chefe da equipe na LMP1.

Red Bull: Christian Horner, britânico, 47 anos

@Red Bull Content Pool

Horner começou no mundo do automobilismo como piloto, e disputou até a F3000, que na época seria algo equivalente à Fórmula 2. Mas ele logo desistiu da carreira e fundou sua própria equipe na base, a Arden, iniciando, assim, uma carreira bastante precoce como administrador, aos 25 anos. Acabou, mesmo, sendo uma carreira meteórica: em menos de uma década, Horner já tinha vencido o campeonato da F3000 por duas vezes em 2003 e 2004 e chamara a atenção de Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, que primeiro começou a apoiar o time e, depois, quando a empresa comprou o espólio da Jaguar na F1, deu a Horner o cargo de chefe do time, em 2005. Isso faz dele o chefe de equipe que está há mais tempo no cargo entre todos do grid.

Mercedes: Toto Wolff, austríaco, 49 anos

@Steve Etherington/Mercedes

Frank Williams foi criticado quando vendeu ações do time para um jovem empresário ambicioso chamado Toto Wolff em 2009. As negociações entre eles não poderiam ter sido mais simples: ‘’Ele falou: ‘Então é você que vai pagar a minha hipoteca?’ quando nos conhecemos”, conta o austríaco, um amante do automobilismo e piloto frustrado que fez fortuna investindo no setor de tecnologia nos anos 1990. Esses investimentos tinham levado-o à HWA AG, empresa que desenvolve os carros de corrida da Mercedes, e a empresariar alguns pilotos. Na Williams, ele rapidamente foi ganhando poder, tornando-se diretor executivo em 2012 e depois ajudando um de seus pilotos, Valtteri Bottas, a entrar na equipe. Ao mesmo tempo, ele ampliava seu investimento na Mercedes, comprando ações do time de F1 e tornando-se chefe de toda a operação de automobilismo dos alemães em 2013 e chefe da equipe que se consagraria nos anos seguintes o conjunto mais vitorioso da história da Fórmula 1.

2 Comments

  1. Mais um excelente trabalho.
    Todos eles são homens com muitos anos de automobilismo e com grande conhecimento da F1. De todos, um que eu admiro bastante pelo trabalho que fez antes, é o Andreas Seidl. Com ele, ou por causa dele, a McLaren cresceu muito.

    cumprimentos

    visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/

  2. Oi Ju!

    Espero que esteja tudo bem!

    Verdade que a transmissão da F1 vai para a Band nos próximos 2 anos?!

    Beijo grande,

    Lici

    Cordialmente,

    Liciane Rossetto, Dra
    Sócia Diretora
    24H Escritório de Viagens
    Av Carlos Gomes, 1672 – Porto Alegre / RS
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