F1 Drops dos bastidores da balada holandesa (quer dizer, do GP) - Julianne Cerasoli Skip to content

Drops dos bastidores da balada holandesa (quer dizer, do GP)

Cinco horas antes da corrida

A atmosfera foi bem especial no retorno de Zandvoort à F1 depois de 36 anos, o maior hiato da história da categoria. Claro que o hype em cima de Max Verstappen era gigantesco, e responde por grande parte de todo o clima de festa que se viu nas arquibancadas. Mas engana-se quem pensa que os torcedores só estão tão animados porque Max está vencendo: as corridas são mostradas na TV há décadas e existia um público fiel e um outro potencial público latente, me dizia já há algum tempo o pessoal que faz a transmissão por lá. Era só ter um piloto vencendo que a marola laranja se transformaria em mar.

Vejo algumas pessoas associando os torcedores de Max com a agressividade que se vê vindo de alguns nas mídias sociais. Mas o clima em Zandvoort era de festa, e vi todo mundo respeitando quem estava lá para torcer por outros pilotos, inclusive Lewis Hamilton. Aliás, até avistei dois caras de boné de Hamilton e camiseta laranja de Verstappen! E absolutamente todo mundo que estava com macacão da Red Bull era aplaudido. Até um convidado que resolveu ir a caráter. “Eles devem pensar que sou o Max”, me dizia o rapaz, acenando para a torcida e aproveitando seu momento de fama.

Nesta festa, houve algumas particularidades. Vinte e seis mil pessoas foram de bicicleta para a pista e apenas 2% usando carro (até porque não dava para parar em nenhum lugar a menos de 45min da pista); e a música eletrônica, que começou bem cedo. Para quem não sabe, estilos mais pesados como trance e bigroom, muitas vezes mixados em hardstyle (ou seja, ainda mais acelerados e com a batida ainda mais forte), são quase como a MPB holandesa. E a galera curtia como se estivesse numa balada mesmo. Mesmo horas após a prova ter acabado.

Até porque os festivais, tão famosos na Holanda, não estão acontecendo devido às restrições feitas pelo governo, permitindo festas de até 750 pessoas, ao mesmo tempo em que eventos esportivos do tamanho do GP em Zandvoort, com 70 mil pessoas por dia, possam acontecer. E por isso o evento foi muito questionado na Holanda – e muita gente vai ficar de olho nos dados de covid após a bonança.

Falando em meio de transporte, vários pilotos evitavam andar entre os dois paddocks separados que foram montados em Zandvoort, em um dos sinais de que o autódromo é menor do que seria o ideal para a F1. As equipes estavam bem apertadas no pitlane, cuja distribuição ficou bem curiosa: duas garagens para uma equipe e uma terceira dividida entre dois times! 

A pista em si também era estreita, algo que foi aprovado pelos pilotos por conta do desafio, mas que, imagino, tenha sido uma dor de cabeça e tanto para Michael Masi, já sob bastante pressão. Dor essa que só deve ter piorado quando a primeira sessão de treinos livres quase não aconteceu, com a demora para recuperar o carro de Sebastian Vettel. No final, como a equipe tinha a informação de que a unidade de potência estava segura, mesmo que a luz verde indicativa não estivesse acesa, foi mais uma falha de comunicação, mas que deu o sinal para a FIA de que seria um longo fim de semana em relação aos fiscais de pista.

E não foi só isso: teve problemas de comunicação entre a pista e Biggin Hill, onde as imagens são processadas para vocês verem na transmissão. E também na cronometragem. Mas, é claro, com o potencial que esta prova tem depois de tanta festa mesmo com as restrições, tudo isso vai ficar em segundo plano.

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