F1 Bastidores do GP dos EUA entre motor e suspensão da Mercedes e Pietro no aquecimento - Julianne Cerasoli Skip to content

Bastidores do GP dos EUA entre motor e suspensão da Mercedes e Pietro no aquecimento

A traseira da Mercedes batendo no chão na sexta-feira

Sabe aquele papo da Red Bull na Turquia sobre a melhora da potência da Mercedes? Era o pano de fundo da briga de bastidores de momento (digo isso porque a temporada inteira está sendo assim, com Red Bull e Mercedes testando a paciência da FIA tentando barrar novidades uma da outra). O que o time de Verstappen quer na verdade é implicar que a peça que a Mercedes colocou no motor a combustão é uma atualização de performance, o que eles não poderiam fazer porque já gastaram suas fichas de desenvolvimento. Mas é permitido fazer mudanças por confiabilidade, então é mais uma reclamação que deve entrar para a lista das que não deram em nada.

Mesmo se os problemas mais agudos de confiabilidade do motor a combustão forem realmente resolvidos, a situação de unidades de potência de Hamilton não é tranquila, porque ele só pode usar o motor a combustão trocado na Turquia daqui até o final do ano. São sete provas (usando só sábado e domingo). Dá para fazer, mas ele vai chegar no final com um motor menos potente justamente no momento decisivo. E a Red Bull já deu a entender que, se a Mercedes trocar, eles muito provavelmente trocam também.

Em relação ao movimento que se viu na traseira dos Mercedes na Turquia, por sua vez, a Red Bull não tem como reclamar. É como se o conceito do DRS fosse adotado para a suspensão, usando a pressão aerodinâmica da reta em conjunto com amortecedores/barras de torção que permitem um movimento maior para permitir que o carro abaixe mecanicamente na reta, diminuindo o arrasto. É algo que as equipes tentam explorar já há algum tempo, mas não é fácil encontrar o ponto certo para fazer funcionar, e isso inclusive varia de pista para pista. Em Austin, eles tiveram que diminuir o efeito disso devido às ondulações, porque o risco era o carro não aguentar até o final porque estava batendo no chão. Imagino que em uma pista como Abu Dhabi seja algo bem eficiente para turbinar a velocidade de reta de Hamilton e Bottas. E trata-se de uma das pistas em que é difícil apostar quem estará melhor.

Voltando a Austin, Pietro Fittipaldi chegou a ficar no aquecimento, treinando o pescoço e andando de kart quietinho, sem muito alarde. Isso porque Nikita Mazepin conseguiu o visto para os EUA aos 45 minutos do segundo tempo. Ele teve que ir à embaixada russa no México para conseguir, e só teve a confirmação de que poderia viajar bem em cima. Dias antes, Leclerc também tinha passado por apuros, porque o NIE (uma isenção do governo americano para receber pessoas de determinados países, incluindo todos os europeus, na pandemia) que ele tinha não foi aceito no embarque. Ele teve que marcar outro voo, imagino eu com outra companhia aérea, para conseguir viajar.

Foi o primeiro GP ‘normal’ depois do início da pandemia. Explico: havia regras diferentes para os chamados “eventos fechados”, e o GP dos Estados Unidos foi o primeiro a não ser classificado desta forma. Isso significou, por exemplo, que as equipes puderam levar mais funcionários e que até eventos de marketing maiores puderam acontecer, como a ação bem legal que envolveu a NBA e o Google, com ex-jogadores de basquete, entre eles, a lenda Mutombo, que deu muito trabalho para um tal Michael Jordan, “ensinando” os pilotos a encestar. Bom, alguns realmente precisavam, como Max Verstappen e Esteban Ocon, que arremessavam segurando a bola com as duas mãos paralelas ao solo, como crianças quando pegam uma bola de basquete pela primeira vez.

Hamilton queria ir, mas acabou não dando sua palhinha por questões comerciais entre ele e a NBA. Mesmo assim, ele não deixou de ser tietado por Chris Bosch, que correu para entregar sua autobiografia ao inglês. Pelo visto, o campeão da NBA e olímpico é fã do Drive to Survive. Ficou super empolgado ao conhecer Verstappen também.

Para finalizar, vai ser interessante saber como a F1 vai sair dessa: o Bahrein pagou para receber o lançamento dos carros de 2022. Até aí, tudo ok. O problema é que as equipes querem testar estes carros primeiro em Barcelona, devido à proximidade das fábricas – se algo dá errado ou se uma peça fica pronta em cima da hora, ela chega à pista em questão de horas. Isso significa que todo mundo já vai ter visto os carros antes deles chegarem ao Bahrein, que recebe já o segundo teste, mais perto da prova de abertura. Eles até estão pressionando para que seja um primeiro teste sem mídia para evitar vazamentos. Um segredo um pouco difícil de ser segurado, convenhamos.

Em se tratando de testes tão importantes, com carros totalmente novos, é possível que, pelo menos desta vez, o dinheiro não fale mais alto na F1.

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