F1 Raio-X do GP da Cidade do México e o ‘lapso’ que a Red Bull superou - Julianne Cerasoli Skip to content

Raio-X do GP da Cidade do México e o ‘lapso’ que a Red Bull superou

(Photo by Mark Thompson/Getty Images Red Bull Content Pool)

Terça pós-GP é dia de Ju Responde, mas no momento (terça de manhã) ainda estou presa em Miami depois de ter dois voos cancelados, sem minha mala, e sem poder gravar o vídeo. Se tudo o que deu errado der certo a partir de agora, consigo gravar e subir o vídeo na quarta.

Houve um momento em que parecia que a temporada teria uma outra reviravolta quando os mecânicos da Red Bull trabalhavam freneticamente nas asas traseiras de seus dois carros mesmo durante a classificação, enquanto seus pilotos sofriam com um carro nervoso, sem conseguir preparar bem seus pneus. Afinal, o fim de semana até ali tinha sido um passeio de Max Verstappen e Sergio Perez e o carro parecia estar sob trilhos, ao contrário da Mercedes.

Todo o drama da classificação fez com que Valtteri Bottas conquistasse a pole e Lewis Hamilton fechasse a primeira fila, com as Red Bull em terceiro e quarto. A Mercedes apostava em sua asa traseira menor que a da Red Bull, que lhe dava muito mais velocidade de reta, para se manter na frente mesmo sabendo que teria menos ritmo. Não demorou muito para o cenário mudar totalmente e a briga do time passar a ser para manter a segunda posição.

Bottas deu a trajetória normal para Verstappen na largada, e o holandês agradeceu, podendo frear no lado emborrachado e no melhor ângulo para fazer a primeira curva. É bem verdade, também, que as Mercedes frearam cedo, pois tiveram problemas nas freadas por todo o fim de semana. Isso tem a ver com a pouca carga aerodinâmica que o time consegue colocar no carro mesmo quando está usando sua configuração de maior downforce. É essa diferença entre os dois carros, que passa pela sua filosofia de rake, o grande motivo para a vantagem da Red Bull no México. Até porque, do lado da unidade de potência, a Mercedes precisou abrir muito menos o carro em busca de refrigeração que no passado (até recente, na Áustria, outro circuito em que a altitude tem influência no rendimento do motor).

Voltando aos primeiros metros, Bottas saiu de combate, atingido por Ricciardo, e deixou Hamilton sozinho entre as duas Red Bull. Não demorou muito para ficar claro que a briga do inglês não seria pela vitória, já que Verstappen abriu com facilidade e logo passou a administrar o ritmo. Seu único momento mais tenso foi quando ele administrou tanto que perdeu temperatura nos pneus dianteiros, mas logo recuperou.

Restava saber se seria possível para Hamilton segurar o segundo lugar.

O calor do domingo ajudou a Red Bull, já que, quando o fator limitante é o superaquecimento dos pneus traseiros, eles se dão melhor do que a Mercedes. Com isso, Perez se mantinha perto o suficiente para conseguir o undercut em Hamilton se parasse antes, e as duas equipes monitoravam a distância para quem vinha atrás procurando um espaço no trânsito.

Eles esperavam para parar e voltar na frente das Ferrari, e essa janela abriu na volta 29. Christian Horner depois revelou que eles iam parar Perez neste momento, mas a Mercedes se antecipou e defendeu o undercut, mesmo que Hamilton tenha voltado atrás de Leclerc. Como ele não perdeu muito tempo atrás do monegasco, restava à Red Bull deixar Perez na pista para que ele tivesse pneus mais novos para atacar no final.

Ele ficou mais 11 voltas na pista, e voltou 9s5 atrás. Enquanto ele tirava a diferença, Hamilton ia cuidando de seus pneus para se defender no final. E conseguiu, em uma pista na qual é difícil ultrapassar até porque o DRS é menos efetivo no México por conta do ar menos denso.

Verstappen, Hamilton e Perez fecharam o pódio, com Pierre Gasly em quarto. O francês teve ritmo para se defender do ataque duplo das Ferrari, primeiro cobrindo a tentativa de undercut de Leclerc na volta 30, e depois não permitindo que Carlos Sainz, que tinha pneus 12 voltas mais novos, se aproximasse.

Foi por conta dessa diferença de estratégia, inclusive, que a Ferrari fez a inversão de posições entre seus pilotos com 14 voltas para o final, quando os pneus de Leclerc já tinham perdido rendimento. E, como Sainz também começou a sofrer com seus pneus e não chegou perto de pressionar Gasly, a equipe voltou a inverter posições, com Leclerc chegando em quinto e Sainz, em sexto.

Foi um ótimo resultado para a Ferrari, em uma tarde em que a McLaren perdeu Ricciardo logo no começo, no toque com Bottas, e tinha Norris largando no fundo do grid por uma punição. O inglês conseguiu pontuar, e teve um momento de protagonismo quando, com pneus bem mais novos, segurou Hamilton quando estava prestes a levar uma volta, mostrando o tanto que a Mercedes estava sofrendo com os traseiros.

Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso (mesmo com uma parada lenta) aproveitaram as posições que ganharam com as punições de troca de motor (foram três) e a dificuldade em se ultrapassar no México e pontuaram, em sétimo, oitavo e nono, e Norris chegou no seu objetivo mínimo, tendo largado em 18º, de pontuar, em décimo.

No final, teve mais festa nas arquibancadas, com os mexicanos enlouquecidos com Perez, do que ação na pista, e Verstappen reestabeleceu a lógica ao mesmo tempo em que, mais uma vez na temporada, a Red Bull sentiu os efeitos de um carro que é rápido, mas também um pouco temperamental quando a temperatura da pista cai.

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