F1 Raio-X do GP de Miami - Julianne Cerasoli Skip to content

Raio-X do GP de Miami

Se em Imola o final de semana complicado pelo frio, chuva e o fim de semana atípico da sprint dificultaram cravar que as atualizações da Red Bull fizeram o time superar a Ferrari no que vinha sendo sua grande vantagem até aqui, a conservação dos pneus, a corrida de Miami não deixou dúvidas que o time do ainda líder do campeonato Charles Leclerc precisa melhorar na próxima corrida, quando todos levarão novidades, se quiser se manter na briga.

Não que a diferença seja enorme. Verstappen errou em sua última tentativa na classificação, mas mesmo antes do erro as duas Ferrari estavam próximas. Seria uma pole definida nos detalhes de qualquer maneira, muito em função da maior facilidade que Leclerc e Carlos Sainz vêm encontrando para aquecer os pneus. Com isso, eles fecharam a primeira fila, com Verstappen e Perez logo atrás e Valtteri Bottas à frente de Lewis Hamilton na terceira fila.

A Mercedes vinha sendo um caso à parte, e volto nesse ponto mais adiante. Na largada, todos os que estavam do lado mais emborrachado se deram bem, e Verstappen passou Sainz. Não demorou para os pneus dianteiros do composto médio de Leclerc começarem a abrir e o holandês foi para o ataque decidido.

Ele tinha mais velocidade no final da reta, como nas primeiras corridas do campeonato, e agora também tinha pneus em melhores condições, e isso desequilibrou a corrida a seu favor. Especialmente com o composto médio, a Ferrari sofria e, quando Leclerc parou, na volta 24, a diferença já era de 3s5.

Mais atrás, as coisas não pareciam estar muito melhores para a Ferrari, com Perez colado em Sainz. Até que o fantasma que impede que a Red Bull esteja liderando o mundial de construtores voltou a assombrar a equipe, com uma perda de potência no motor do mexicano. Isso foi resolvido com um reset em um sensor do cilindro que apresentou o problema, a um custo de 20kw para o restante da corrida.

Safety Car poderia ter mudado a história do GP de Miami

Com isso, mesmo quando Perez colocou pneus médios aproveitando um Safety Car causado pela batida entre Pierre Gasly e Lando Norris, o mexicano parecia estar mais rápido, mas não chegava no final das retas em posição de ultrapassar, com Sainz usando muito bem a boa reaceleração e a estabilidade da Ferrari para se manter à frente.

As Ferrari não pararam nesse momento por avaliarem que não tinham o pneu adequado (eles tinham um jogo de macios e outro de duros), o que também aconteceria com Lewis Hamilton. Na verdade, o composto duro com o qual Sainz e Leclerc tinham feito perto de 20 voltas estava funcionando melhor à medida que estava mais usado.

No entanto, após avaliar os dados depois da prova, a Ferrari admitiu que poderia ter colocado pelo menos Leclerc nos pneus macios, já que eles se mostraram mais consistentes do que o esperado. E também ninguém poderia prever que o Safety Car duraria sete voltas.

Na relargada, Leclerc conseguiu pressionar Verstappen por algumas voltas, algo que parecia impensável antes do SC, quando a diferença entre os dois superava os 7s. Esse ataque se deu, novamente, pelo melhor aquecimento de pneus da Ferrari, e deixou Leclerc com a impressão de que ele poderia ter passado Verstappen se o DRS tivesse sido liberado logo na relargada. Isso só aconteceu duas voltas depois, e os pneus da Red Bull tinham começado a chegar na janela.

Os altos e baixos da Mercedes

Este Safety Car, na volta 41, ajudaria o final da prova a ter alguma emoção, depois que pouco aconteceu pela maior parte da corrida. Largando em 12º, George Russell aproveitou o ritmo da Mercedes quando teve pista livre para fazer a estratégia de largar com o pneu duro funcionar. Quando todos os que largaram com os médios foram parando, ele foi escalando o pelotão e estava em quinto quando o SC foi acionado. Isso aconteceu na melhor hora possível para Russell, dentro de sua janela para parar e colocar os médios. Isso deixou a Mercedes em situação difícil em relação a Hamilton, que não tinha pneus médios novos. 

Com o pitstop de George, ele perdeu posições para Bottas e Hamilton, mas estaria em boa posição na relargada, já que o primeiro tinha parado na volta 26 e o segundo, na 22.

Não demorou para Bottas sair de sua frente. O finlandês saiu um pouco do traçado e perdeu o carro “em câmera lenta”, perdendo o quinto lugar para ambas as Mercedes. Duas voltas depois, Russell passou Hamilton (tendo de devolver a posição logo em seguida e retomando-a com uma ordem) para ser quinto. Ele segue como o único piloto a terminar todas as corridas no top 5 da temporada até aqui.

E a Mercedes segue com mais perguntas do que respostas. O carro pareceu ganhar vida com a superfície pouco aderente e temperaturas altíssimas na sexta-feira. No sábado, a frente do carro parecia não responder, os pilotos reportaram um nível altíssimo de bouncing. No domingo, o carro pareceu acalmar-se um pouco, mas a esperada melhora de ritmo não apareceu. Antes do Safety Car, Hamilton e Russell tinham levado quase 1s por volta dos líderes, como nas primeiras corridas.

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