F1 GP da Espanha horários e tudo sobre - Julianne Cerasoli Skip to content

Guia do GP da Espanha

No palco do GP da Espanha, não dá para esconder os pontos fortes e fracos de um carro. Este é um dos motivos que fazem do Circuito da Catalunha o destino de testes predileto das equipes da Fórmula 1. E também ajuda a explicar por que as corridas por lá não costumam ser das mais agitadas, embora alguns fatores desafiem essa máxima.

AQUI OS HORÁRIOS DO GP DA ESPANHA

Mas isso pode ter ficado no passado. No primeiro ano em que a F1 voltou a usar o traçado sem a chicane na parte final, foram 65 ultrapassagens, acima da média da temporada. O Circuito da Catalunha agora é uma pista de alta e média velocidade, e isso muda muita coisa.

LAT Images/Mercedes

É comum no GP da Espanha vermos os companheiros de equipe alinhados lado a lado no grid. Outra realidade do esporte: em uma categoria na qual cada equipe faz seu carro, as diferenças entre os equipamentos supera a diferença entre a maioria dos pilotos.

A nova geração de carros foi feita justamente para tornar corridas justamente em circuitos como o do GP da Espanha mais emocionantes. E o clima também pode jogar a favor da prova, que passou de maio da junho (mais perto do verão europeu).

Como acertar o carro para o GP da Espanha

A pista da Catalunha tem curvas rápidas, de raio longo e médio, curvas de média velocidade, e uma reta longa. Inclusive, a distância entre a posição do pole e a primeira freada é a terceira maior do campeonato, com 612m.

A carga aerodinâmica é de média a alta, mesmo com a reta longa. Afinal, o asfalto desgasta os pneus, e essa configuração faz com que o carro fique menos arisco nas freadas. Mas a carga diminuiu agora que Barcelona perdeu seu trecho de baixa velocidade no final da volta.

Fazer a pole é importante, já que o primeiro colocado do grid venceu mais de dois terços das corridas disputadas lá. E, para fazer a pole, é imprescindível não cozinhar os pneus antes do terceiro setor, e nem deixá-los frios demais na volta de aquecimento, para evitar escorregar no primeiro setor.

Neste sentido, o céu aberto, sem nuvens, influencia muito, já que o asfalto é escuro e retém mais temperatura quando faz sol.

Ultrapassagem no GP da Espanha

Na primeira década dos anos 2000, a pior em termos de ultrapassagens na história da F1, houve GPs da Espanha (em 2005 e 2008) com apenas duas manobras. Em 2000 e 2002, foram três. Não é a toa que o palco do GP da Espanha se tornou sinônimo de corrida com poucas ultrapassagens, mas isso depende muito do desgaste de pneus.

As duas últimas provas comprovam isso, ficando acima da média das temporadas. Em 2021, foram 50 manobras. Em 2022, 48. A explicação para isso é que foram corridas em que fazer duas paradas e buscar recuperar a posição na pista foi um pouco mais eficiente do que ficar na pista e tentar se segurar.

Uma variação de alguns graus para baixo na temperatura da pista e o cenário seria diferente. A temperatura do asfalto chegou a 51.8C durante a corrida de 2022.

LEIA TAMBÉM: Como é e quanto custa curtir o GP da Espanha ao vivo

Barcelona teve, nos últimos anos, alguns problemas crônicos, como curvas de raio longo (em que a turbulência se faz sentir mais) e o fato de a pista ser muito usada para testes, o que faz com que os acertos cheguem muito otimizados. Mas agora o efeito da turbulência é menor e a pista predileta para testes é o Bahrein. Com a corrida acontecendo em junho, com mais calor, dá para apostar que a velha fama do Circuito da Catalunha está com os dias contados.

Um fruto do menor efeito da turbulência com a nova geração de carros é a decisão de usar o último setor sem a chicane. Ela foi colocada ali justamente para diminuir a velocidade dos carros antes da reta e permitir a aproximação para que fosse possível tentar a manobra na freada da primeira curva. E a corrida movimentada de 2023 apontou que isso realmente não era mais necessário.

Qual é a melhor estratégia no GP da Espanha

O GP da Espanha tem um lado estratégico interessante. Perde-se 23s no pitstop, o que é relativamente pouco, e isso torna táticas com mais de uma parada interessantes. Fernando Alonso, com pneus que estavam se desgastando muito em 2013, ganhou o GP da Espanha saindo de terceiro e com 4 pit stops!

É claro que essa flexibilidade esbarra na dificuldade de ultrapassar, mas ela pode ser usada por carros com o rendimento muito igualado, como uma aposta. Os compostos também não costumam apresentar diferenças tão gritantes de rendimento, então é uma corrida em que podemos ver permutações com os três compostos. Isso abre ainda mais o leque do que os estrategistas podem fazer.

Mas isso geralmente não fica claro logo de cara. O jeitão mais comum do GP da Espanha é começar como uma prova em que todos estão em fila indiana economizando pneu. Até porque é uma prova com incidência razoável de Safety Car (e você não vai querer ter parado logo antes de um SC em Barcelona, porque será muito difícil se recuperar). Então, o jeito é esperar o momento certo para dar uma cartada e deixar para os outros a missão de reagir.

Como foi em 2023

Foi no GP da Espanha que a diferença entre Verstappen e Perez começou a ficar um abismo impossível de ignorar. Não era um circuito de rua como Miami ou Mônaco, não tinha calor, chuva, foi uma corrida franca. E a velocidade de Verstappen na curva 14 (a “nova” última curva) era absurdamente maior do que de todos, inclusive daquele que tinha o mesmo carro com ele. O resultado foi uma vitória para o holandês e um quarto lugar para Perez.

Verstappen venceu com 24s de vantagem para Lewis Hamilton e deu sinais de estar segurando o ritmo durante a prova. As Mercedes foram outro grande assunto da prova, correndo em um circuito de verdade pela primeira vez com o carro bastante modificado. O céu nublado ajudou o carro a ficar em uma boa janela de funcionamento durante a corrida, especialmente em um asfalto escuro, em que uma nuvem é capaz de fazer diferença. E Hamilton e Russell completaram o pódio, mesmo tendo largado em quarto e 12º.

Mas não foi uma revolução no ritmo da Mercedes e, sim, um bom desempenho nesse tipo de pista com curvas de média a alta velocidade, que se repetiria algumas vezes em 2023.

3 Comments

  1. Julianne, parabéns pelos seus textos, é muita informação de qualidade!

  2. Alguém da frente (leia-se as Mercedes, RBR, McLaren ou Ferrari) podem tentar fazer uma parada iniciando com o pneu médio e trocando para o duro?

  3. Excelente informação como sempre muito acertiva. Muito obrigado e continue assim seu texto é muito bom parabéns.


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