Se Hamilton trocou a McLaren pela Mercedes visando colher frutos no futuro, sua ex-equipe a partir do GP do Brasil de 2012 fez opção semelhante. Sergio Perez tem sido o piloto de maior destaque no meio do pelotão mas, aos 22 anos e com dois anos de experiência, certamente é mais uma promessa com uma grande chance de se afirmar do que uma realidade.
O principal desafio do mexicano será mostrar que consegue lutar entre os gigantes em iguais condições. Os grandes resultados do piloto da Sauber ocorreram sob as mesmas circunstâncias: fora do top 10, consequência ora do rendimento do carro, ora de sua deficiência em classificação, pôde escolher com que pneus largaria. Podendo adotar uma estratégia otimizada, executa-a com primazia, economizando os pneus ao mesmo tempo em que não perde velocidade, sabendo o momento de forçar.
E isso vem desde sua estreia, na qual surpreendeu até os técnicos da Pirelli ao fazer uma parada apenas para colocar a Sauber no top 10 (e, escrevendo isto, lembrei de um depoimento legal do jornalista espanhol Miguel Sainz que colhemos na época). Porém, qual a valia de tudo isso quando largar com os pneus supermacios usados, nas primeiras filas, nas mesmas condições de todos? Como será a mágica conservação de pneus de Perez quando ele não puder escolher a melhor estratégia? Felizmente, a McLaren nos deu a chance de termos esta resposta.
O melhor desta história é que Perez terá a comparação direta com Button, ainda que, verdade seja dita, o inglês tenha mais fama de cuidar dos pneus do que resultados que provem isso. Afinal, precisa que o carro esteja absolutamente neutro para render bem.
O que nos leva a outra questão que será respondida a partir de 2013: quem perdeu mais, a McLaren ou Hamilton? É justo dizer que, das cinco maiores equipes, o time de Woking terá teoricamente o líder mais fraco, aquele que precisa do carro mais perfeito para render bem. Por outro lado, se a Mercedes não fizer um carro minimamente competitivo, a velocidade de Hamilton de pouco servirá.
No final das contas, a McLaren acabou com uma dupla pra lá de intrigante. E, se Perez provar que seus encantos sobre os pneus independem de largar com os compostos ideais, Button que se cuide.
7 Comments
Esse ano está tão divertido que até as mudanças de pilotos entre equipes foi e está sendo mais interessante. Vai ser difícil ano que vem, a gente ficou mal acostumado, não dá pra esperar que 2013 em diante sejam tão legais como 2012…
A propósito, excelente também o texto do Sainz!
Mas e o Kobayashi? O japa tem que ficar!!!
Excelente texto Julianne. Parabéns. 2013 promete 🙂
Acho que o maior lucro foi da Mercedes…
Vamos ver se o Perez é essa maravilha toda.. estamos curioso!
Não acredito que o Perez seja essa maravilha toda. Um piloto bom qualquer levaria essa super Sauber a boas corridas. Pode dar outra sorte de Kovalainen. Que venha 2013 pra que Perez me faça engulir o que falei.
Além dos pneus ideais, nos momentos propícios, temos que nos lembrar que a Sauber não é uma Mclaren…Teoricamente, ponto para o mexicano. Posso estar redondamente enganado, mas em uma equipe vencedora como a Mclaren, a chance é enorme de Perez se dar bem, afinal o carro ajuda muito.
Julianne,
Creio que a McLaren saiu ganhando. O ambiente de trabalho da equipe será menos conturbado.
Lewis Hamilton pode ter um grande talento, mas não parece interessado em fazer uso total dele. Para mim, perdeu o foco, parece ter outras prioridades…
Abraço!
Acho que, quando o carro é equilibrado um bom piloto consegue economizar pneus e ser competitivo, independente da posição que larga.
Se o piloto consegue cumprir uma determinada estratégia com competência num time médio como a Sauber, ele capaz de fazer isso e vencer com um carro superior.
Como já disse, não entendo nada de F1 mas olhando assim, dá pra ver que Perez é um piloto rápido, consistente e principalmente ambicioso. Características que eu considero fundamentais pra se estar na F1.
Ele é inexperiente? Sim, ainda vai ter que aprender a se classificar melhor e, uma vez entre os primeiros, terá a dura tarefa de se virar lá na frente com Alonso, Kimi e quem mais estiver ao seu lado. Isso não é fácil, acredito.
Mas se ele evoluir em alguns fundamentos pode sim vir a ser um piloto vencedor.
Títulos? É impossível dizer. Vitórias? Muito provável.