F1 McLaren dá aula de como perder oportunidades - Julianne Cerasoli Skip to content

McLaren dá aula de como perder oportunidades

Enquanto a Red Bull aposta na máxima de que “em time que está ganhando não se mexe” e a Ferrari faz a lição de casa para se atualizar na nova realidade do desenvolvimento “sustentável” da F-1, a McLaren falha em todos os âmbitos. O avanço do carro que começou com boa vantagem para os demais foi pra lá de irregular e os incontáveis problemas nos finais de semana tiraram seus pilotos precocemente da luta pelo Mundial – e, mesmo que seja possível questionar as classificações de Button, a dupla não pode ser culpada por isso. Ao contrário da Ferrari, que pode focar seus esforços na aerodinâmica, facilmente identificável como seu grande problema no momento, as falhas da McLaren são tão difusas que fica difícil arrumar a casa.

Curiosamente, eles são os donos do maior número de poles do ano – oito, contra 6 da Red Bull – e venceram cinco provas (todas largando da primeira fila). Se, por um lado, pode-se dizer que um carro dominante aos sábados não necessariamente teve a mesma predominância aos domingos neste ano, o fato é que 14 dos 18 GPs até aqui foram vencidos por pilotos que saíram entre os dois primeiros. Dos quatro restantes, em três há um padrão: Lewis Hamilton liderava até uma quebra ou falha nos boxes acabar com sua corrida.

Em grande forma neste ano, Hamilton não foi o único “premiado” com o sem-número de problemas por que a McLaren passou, mas perdeu uma quantidade tão incrível de pontos que os ingleses até resolveram colocar na ponta do lápis e chegaram a 110 pontos, o que lhe colocaria na ponta da tabela. Claro que dá para questionar um ou outro número, afinal, é um exercício coberto de “se”, mas é inegável que a equipe falhou demais da conta.

Jenson Button, se comportando como o primeiro piloto da equipe ultimamente, reclamou em público. “Nós tivemos algum problema praticamente em todos os finais de semanas. Precisamos dar um fim nisso. Não sei o que acontece”.

A grande questão não é ficar chorando os pontos derramados. O que deve preocupar Whitmarsh e companhia é a extensa gama de problemas vivenciados neste ano: quebras (de câmbio, suspensão, alimentação de combustível); muitos erros de acerto, que prejudicaram principalmente Button, o piloto mais sensível; pit stops inconsistentes (ainda que tenha havido uma melhora incrível ao longo do ano, ainda falta acertar sempre, como fazem os rivais diretos) e a série de decisões bizarras que levaram à desclassificação de Hamilton no sábado do GP da Espanha.

A McLaren foi a única equipe que chegou a ter um carro tão dominante quanto a Red Bull tem hoje, e o fez nas duas primeiras etapas e entre Budapeste e Monza. Mas não maximizou essas oportunidades e sofreu apagões inexplicáveis. Como resultado, levou um banho operacional de Ferrari e até da Lotus e uma lavada de desenvolvimento da Red Bull.

7 Comments

  1. Juliana, se aplicarmos ainda esse jogo do “se” no mundial de construtores, considerando apenas os 50 pontos perdidos pelas quebras do Hamilton em Singapura e Abu Dhabi, mais 18 pontos do Button em Monza a Mclaren estaria ainda também na disputa no campeonato de construtores, onde pegaria alguns milhoes de dolares a mais, perdidos nesses problemos todos citados no post. Agora o contrato com a Vodafone termina no final desse ano? ou do próximo ano? já li estas duas coisas e fiquei na duvida.

    • O contrato vai até o final de 2013.

  2. Muito bom Julianne, parabéns.
    Eles realmente parecem q. ainda estao tentando achar o caminho de casa…nem parece o time com o curriculo q. tem. E pra 2013 ainda vao ter q. lapidar o S. Perez…pelo visto teremos muitas emoçoes na próxima temporada 🙂
    Abrçs

  3. Excelente e justa análise, Julianne. Penso que para a McLaren voltar a entrar nos eixos será preciso Ron Dennis apertar alguns parafusos do Whitmarsh. O mínimo que se pode dizer é que Lewis estaria agora embolado com Vettel e Alonso, não fossem tantas as quebras em seu carro e maus trabalhos de boxes. Houve também estranhas quedas de rendimento no carro de Hamilton no início da temporada, especialmente em retas, após ter feito poles. Li em alguns sites ingleses comentários de internautas apontando e protestando contra uma suposta preferência de Whitmarsh por Button; a ser verdade talvez já em decorrência de o contrato de Lewis estar em seu último ano. Nesta temporada Hamilton dirigiu magnificamente até aqui, inclusive aquele choque com Maldonado foi dentro do contexto de que dois bicudos não se beijam. Não sei se aquela queixa dos internautas ingleses procede, mas fico com a sensação de que a McLaren no mínimo não se esforçou para que Hamilton levasse o título. Acho que todos esses percalços contribuíram para a saída de Lewis, uma das duas decisões mais surpreendentes que vi na Fórmula 1. A outra foi a saída de Emerson para a Copersucar, curiosa e coincidentemente da McLaren. Ambas me deixaram perplexo.

  4. A McLaren nao aprende nunca, ja fez o raikkonen perder 2 campeonatos e agora fez o mesmo com o hamilton. Do que adianta carro rapido, mas q nao termina corrida?! E ano que vem ainda estará com 2 pilotos de desempenhos inconstantes. Alias, o contrato do Perez e do Button vao até que ano?

  5. Ju, o mais engraçado de tudo isso, é sabermos que para uns vencer, outros tem que ser menos melhores, mas quando vemos erros grotescos, sejam de execução, adiministração ou mecânico, ficamos inconformados, afinal, como podem grandes equipes, ainda mais em uma F-1 tão tecnológica…Hehe, ainda mais com tanta grana e ter um túnel de vento obsoleto e descalibrado…Nunca a falibilidade humana teve um peso tão grande como nessa categoria enxuta e à prova de quebras!


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