Lá nos idos de 2010, eu comecei um blog totalmente independente. Minha ideia era escrever coisas que eu gostaria de encontrar na internet, mas não conseguia. E não é que tinha mais gente com a mesma “sede” que a minha? Não demorou para o Faster F1 ser notado por profissionais da área e, no final do ano, Luis Fernando Ramos, o Ico, me convidou para escrever um texto no blog dele. E logo depois ele e o Felipe Motta me chamaram para fazer parte do time do TotalRace. Quase dez anos depois, chegou a hora de eu retribuir. Selecionei 12 textos entre as dezenas que me mandaram e espero que curtam o material que vai ser publicado até meados de janeiro por aqui. Esse é o último da série e, sem dúvida, meu predileto. Espero que também gostem de mergulhar nessa história!
Por Cinthia Venâncio
Em 2019 finalmente consegui realizar meu sonho de ir ao GP Brasil de Fórmula 1. Para realizar esse sonho de infância, tive que fazer um grande exercício de paciência, controle de ansiedade e financeiro. Como todos já sabemos, automobilismo é uma brincadeira bem cara, então foi preciso me programar. O objetivo desse texto é contar um pouco da parte prática de ir para Interlagos pela primeira vez (gastos com viagens e afins) e falar também de toda a parte emocional que esse momento envolve.
Minha preparação começou ainda em janeiro, quando decidi oficialmente que faria a viagem. Quando comecei a conversar sobre isso com a Déborah do Boletim do Paddock, ela ofereceu a casa dela como hospedagem, eu ficaria com a minha amiga e seria um gasto a menos, maravilha né? Mesmo assim cheguei a procurar por hospedagem na época, porque vai que alguma coisa dava errado?
Ao longo do ano, mensalmente eu separava uma grana e pagava o boleto “GP BRASIL”. Obviamente não era um boleto real, mas era o valor que eu juntava para a viagem. Como eu sempre fui bastante controlada com dinheiro – obrigada, mãe! – não tive problemas para fazer essa poupança. Se você é mais desregrado, uma dica que eu te dou é: tenha um lugar exclusivo para esse investimento. Sugiro algum desses bancos digitais que não possuem taxas e ainda fazem seu dinheiro render. Eu consegui fazer tudo só com aquele roxinho lá, mas existem opções azul, laranja, verde, etc. Guarde o dinheiro para o “projeto” lá e deixa quieto. Não fica andando com o cartão pelo amor do que for sagrado para você! Não leve a tentação contigo!
Ao longo do ano, fui juntando tudo o que podia. Qualquer economia era válida, até a do sorvete de R$1,50. Sim, porque a gente não é de família rica e tem que abrir mão de algumas coisas para conseguir outras. Então você tem que pesar suas prioridades para saber como um evento desses afeta o seu orçamento.
O valor total a ser gasto depende muito do que você vai fazer lá [MAS CÊ JURA?]. Comece pelo mais fácil: o setor em que você vai ficar. O setor A me custou R$ 870,00 parcelados em 4x sem juros (quem compra antes consegue parcelar em 5x). As passagens de avião exigem um pouco mais de cuidado, não deixe para a última hora porque você pode pagar muito mais caro e correr o risco de ficar sem nada. O voo Fortaleza-Guarulhos saiu por R$ 740,00 (ida e volta de madrugada com taxas e escolha de assento, passagem comprada em agosto e o preço não baixou até novembro – eu sei porque um amigo foi a para a CCXP agora em dezembro e acabou pagando um pouco mais caro que isso). Se eu tivesse escolhido Congonhas, esse valor teria triplicado então, mesmo pagando R$ 90 reais de Uber para ir do aeroporto até a casa da Débora, saiu mais barato assim. Você pode fazer como eu e criar um alerta de preço nesses sites que vendem passagens, mas a minha dica é sempre conferir no site da companhia aérea para não ter problemas. Outra coisa, procure por voos que te deem uma margem de segurança no horário da volta, assim você aproveita Interlagos ao máximo (quem está no setor A pode invadir a pista depois da bandeirada) – se você tiver que voltar cedo, pode não curtir esse momento. Meu voo saiu de Guarulhos às 23:35 do domingo, deu super de boas. Algumas agências de viagem criam pacotes para o GP que incluem passagem, hospedagem e traslado para o autódromo, pode ser uma boa caso você não queira ter trabalho com isso. A essa altura, os gastos já estavam em R$ 1.610,00 e eu nem tinha saído do Ceará ainda.
Algumas coisas que você não pode deixar de levar para Interlagos: protetor solar, boné, óculos de sol e capa de chuva. Não importa a previsão do tempo, leve e use! Além disso também levei uma daquelas blusas UV que os surfistas usam pra ajudar na proteção. O outfit para o fim de semana incluiu shorts e sandália para os três dias (sim, a cearense aqui encarou 18ºC com chuva em São Paulo e se sente muito orgulhosa disso). Na verdade fui vestida assim porque a Déborah me deu uma dica valiosa: vista algo que dê tempo secar em caso de chuva. Usei tênis apenas no domingo porque fez sol, se tivesse ido com eles na sexta, teria voltado com um par de tênis molhados no avião. Ah! Usar shorts/bermuda na chuva é melhor do que ficar com calça molhada e grudenta no corpo – pense nisso!
Você vai passar o dia inteiro no autódromo então prepare o bolso para gastar com comida lá dentro. Uma garrafa de 300ml de água por R$ 6,00 é a coisa mais barata que você vai conseguir comprar. Gosta de cerveja? Cada latinha vai te custar R$ 15,00, o mesmo valor de um cone de batata frita e de um potinho de sorvete que custa R$ 4,00 em qualquer mercadinho perto da sua casa. O espetinho custa R$ 13,00 e o sanduíche natural é R$ 18,00. Ainda tem pastel e cachorro quente que custam uns R$ 10,00 mais ou menos. Tudo isso é pago com um cartão “cashless”. Você faz a retirada no lugar indicado no site oficial do GP e recarrega na hora ou lá no autódromo, esse cartão custa R$ 10,00. Eu gastei R$ 149,00 nos três dias só com comida e água, você pode pedir reembolso do que não gastar, mas não valia pegar a fila pra fazer isso, então ficou um real lá. Esse ano autorizaram a entrada de três alimentos por pessoa no autódromo, então levei salgadinho e biscoito recheado, já ajudou bastante.
Dentro de Interlagos existem lojas vendendo produtos oficiais. Esse ano só teve Mercedes, Ferrari e Red Bull, em algumas, você encontrava coisas da Alfa Romeo e pouquíssimos itens da Renault. Não tinha nada, nadinha da McLaren, absolutamente 0 coisinhas para os Papayas como eu. Nem das outras equipes. O que me deixava triste e feliz ao mesmo tempo, porque eu economizei uma grana gigantesca. Um boné de equipe não saía por menos de R$ 300,00 e as camisas por R$ 400,00. Vi um casaco da Alfa Romeo por absurdos R$ 1.500,00! Os produtos mais baratos estavam na loja do Senna, bonés e camisas a partir de R$ 80,00. Acabei trazendo uma camisa de R$ 120,00 para o meu pai. Lá tinha uns chaveiros com os carros clássicos do Senna por R$ 80,00, mas fiquei só olhando. Para mim mesma, só comprei um copo decorado de R$ 15,00 e um cordão de crachá de R$ 20,00. Foi o que teve para o dia.
As atividades no autódromo se encerram no fim da tarde, à noite existem algumas opções de lazer pra você não ficar forever alone no hotel. Na sexta, fui para o encontro do Boteco F1, gastei R$ 46,00. E no sábado teve o encontro do Café com Velocidade que eu não fui porque dei plantão no hotel para encontrar os pilotos da McLaren – e consegui! Recomendo que você não estique a saída no sábado porque domingo é o dia que você mais precisa acordar cedo para chegar no autódromo logo e garantir um bom lugar.
No fim das contas, somando todos os gastos, foram cerca de R$ 2.300,00 o fim de semana inteiro. E as dívidas já acabaram porque a fatura do cartão de crédito foi paga em dezembro. Como ficou tudo dentro do que eu tinha planejado, já tenho uma grana para o ano que vem. Tomara que dê certo de novo!
Acho que deu para falar bem sobre a parte prática e financeira da viagem, agora vamos para o outro lado.
Se eu chorei? Magina… #BrazilianGP #BrazilGP #F1 #McLaren #CarlosSainz #LandoNorris pic.twitter.com/4eGS6tD1gi
— Stormtrooper do Ceará (@cindy_vx) November 15, 2019
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A princípio, controlar a ansiedade foi muito, mas muito mais difícil para mim do que controlar o dinheiro. Dormir e acordar pensando em tudo o que poderia acontecer sempre me fazia rir ou chorar, não importava onde eu estivesse. Depois que comprei ingressos e passagens, em agosto, fiz um trabalho psicológico bem forte para não ficar contando dias e surtar até novembro. Tentava falar sobre o assunto apenas quando alguém vinha me perguntar – contei para poucas pessoas sobre o GP. Cheguei em São Paulo com o sentimento de “não vou criar expectativas”, meu pensamento era o de aproveitar ao máximo tudo o que acontecesse, assim eu evitaria me decepcionar com o que “perdi”.
Fomos de metrô para o autódromo na sexta, já pegando chuva, por isso deixo aqui a minha gratidão às capas de chuva de R$ 5,00. Entrar no autódromo na sexta-feira é tranquilo, a fila é pequena e tem revista, você passa seu ingresso na maquininha (e fica com ele depois) e voilá, lá está você dentro do templo sagrado do automobilismo. A entrada do setor A é num lugar lindo, nas arquibancadas logo depois da subida dos boxes, por ser bem alto, dá pra ver boa parte da pista de lá. Fiquei um tempinho admirando a paisagem e processando a ideia de que eu finalmente estava naquele lugar, que o meu sonho estava realmente se realizando. Ali começavam os melhores três dias da minha vida, independentemente do que acontecesse.
Pegamos nossos lugares embaixo das árvores perto da posição 23 e fomos nos apresentando para a galera. É muito legal conhecer de fato todas aquelas pessoas que você tem contato quase que diário pela internet, ótimos abraços naquela hora. Início de TL1 e o coração começou a acelerar, como estávamos em frente à entrada dos boxes, dava para ver os pilotos voltando das voltas de instalação, até que Carlos Sainz Jr. passa rasgando a reta na nossa frente. Nesse momento eu não resisti, comecei a gritar e a chorar de emoção. O momento que eu mais esperava estava bem ali diante dos meus olhos cheios de lágrimas com muitos gritos e aplausos. Logo quem? Um piloto McLaren, o Smooth Operator, o que seria um dos grandes nomes da corrida de domingo.
Voltar ao seu estado normal não é tão fácil assim, o bom é que quem está lá contigo não se importa porque eles sentem exatamente o mesmo que você. Inclusive, quem vai há mais tempo gosta de olhar para a cara de quem vai pela primeira vez só pra ver a expressão facial da gente “na hora da largada”. Ouvi alguns “vai, pode chorar” na primeira volta do Sainz. Consegui fazer alguns vídeos e fotos para guardar de lembrança e depois fiquei com os olhos na pista, mesmo sendo só treino livre, quis aproveitar tudo ao máximo e ver cada detalhe possível – e eu também não tinha credencial de cinegrafista para filmar o treino inteiro, né? Só quis curtir o frio, a chuva e o treino. Que sensação incrível aquela! Acho que foi nesse momento que a ficha realmente caiu.
Ainda de manhã aconteceu uma coisa bem chata, no setor A tinha um lounge coberto com uns puffs e dois painéis bem legais para tirar foto. Um desses painéis tinha imagens de alguns pilotos como Raikkonen, Hamilton, Vettel, Leclerc e Verstappen. Eu fui tirar fotos com as meninas e tava tudo bem até aí. Quando fui tirar uma foto da Rafaela (do Garota da F1) no painel do Hamilton, chegou um cara bêbado perto de mim se oferecendo para tirar uma foto minha e da Rafa juntas, eu só disse que não queria e voltei a olhar pra frente. O cara continuou insistindo, “mas vocês não são amigas? Vai lá” e eu dizendo não até ficar de saco cheio e ter que endurecer um pouco o tom de voz para dizer “moço, eu não quero”. Tirei duas fotos da Rafa e me afastei o mais rápido que pude, acho que o cara ainda ficou lá falando besteira. Só contei essa história para lembrar a toda que não significa não. Independente do quanto você queira ser legal, se a pessoa não quer nada de você, ela não quer nada de você. Aceite. E quando a gente fala em respeito às mulheres, por favor entenda que não é só cantada sem graça e mão boba que incomodam, qualquer tentativa de aproximação que você não tem abertura pra fazer não deve ser feita. Deixa a gente quieta. Não insista e não encha o saco. A gente só quer circular livremente sem ninguém incomodando. É isto.
O treino da tarde foi tranquilo, tinha parado de chover, mas ainda estava frio – para mim fez frio o tempo todo. A volta pra casa foi de metrô, a Débora e a Rafa foram para os hotéis tentar encontrar os pilotos, eu preferi voltar porque jamais conseguiria encarar o frio da noite só de short.
Banho morno e fui com o Rubens (Boletim do Paddock) para o encontro do Boteco F1, as meninas encontraram a gente lá depois, tava bem apertadinho no local, mas foi bem legal encontrar a galera. Depois fomos para outro barzinho ver o pessoal do Café com Velocidade, é sempre bom seguir o pessoal da mídia alternativa porque eles são ótimas opções para reunir o público, assim você pode conhecer mais gente e compartilhar experiências #FicaADica.
Sábado de manhã lá estávamos nós novamente, previsão de tempo nublado e sem chuva, para mim, frio. Aproveitamos que tinha pouca gente para tirar umas fotos, eu fiz uma camiseta com a frase icônica do Kimi Raikkonen para esse dia e levei a da McLaren na mochila, junto com uma calça jeans e um agasalho. A ideia era ir ao hotel tentar encontrar os pilotos da McLaren.
Estar bem em frente à entrada dos boxes tinha suas vantagens, uma delas era ver os carros passando bem lentamente na nossa frente. O lado ruim era ouvir o motor Honda de perto, que barulho feio! Parecia um Fusca engasgado. Horrível! Mas funcionou, né? Max Verstappen foi o pole no sábado.
Ver o qualy com live timing na mão ajuda bastante porque o autódromo não tem aquela torre com as posições dos pilotos que a gente vê em outros lugares e às vezes você não consegue ouvir a narração do autódromo por causa do barulho da arquibancada. Mas eu só descobri isso lá, então a cada volta eu tinha que ficar pescoçando o celular de alguém para saber o que tava acontecendo.
Naquela altura eu não sabia o que tinha acontecido com o carro do Sainz ainda, só sabia que ele não ia treinar, mas fiquei super feliz com o 7º lugar do Lando Norris, mais uma vez como o melhor do resto. A McLaren teve uma ótima temporada em 2019 e eu estava lá para testemunhar isso.
Fim de treino e fui com a Débora para os hotéis tentar encontrar os pilotos, contei no Twitter como foi essa aventura. Para esse texto não ficar ainda mais longo, deixei tudo nesse Moments para quem tiver curiosidade.
Como o campeonato já estava decidido, as atenções se voltavam para ver quem ficaria com o terceiro lugar. Eu só queria ver o caos. E a corrida de domingo me deu o caos desejado. Esse GP serviu para provar que Interlagos não precisa de chuva para ter uma corrida boa, vou usar esse argumento toda vez que alguém disser que tem que chover.
Antes da corrida teve a homenagem ao Ayrton Senna com o Bruno pilotando a McLaren clássica vermelha e branca. Meus amigos, QUE MOMENTO! Eu ainda era criança quando o Senna faleceu, então quase não tenho memória reais dele, mas não teve como não se emocionar com aquele momento. Que fim de semana perfeito para se estar em Interlagos!
O caminhão que levou os pilotos para o desfile passou na nossa frente duas vezes, já que ele sai dos boxes pela entrada, na contramão, para dar a volta no circuito. Nessa hora eu estava com o celular numa mão e minha camisa-troféu na outra (ver o Moments vai entender por que). Fim do desfile, agora era hora só de esperar a corrida começar. O coração batendo mais forte e a ansiedade aumentando. O alinhamento dos carros no grid deu uma quebrada nesse turbilhão em que eu estava porque ele acontece de uma forma que eu nunca imaginei. Eu achava que os carros chegavam ao grid e cada um ia para o seu lugar como na volta de apresentação, mas quando eles deixam as garagens, os mecânicos já vão todos para a pista, os carros param no fim do grid e são empurrados até suas posições de largada. Tanto que o Carlos Sainz foi o primeiro a chegar lá, a equipe trabalhou no carro dele até o último minuto e valeu a pena, viu? Ô se valeu! Eu lembro de ter comentado com o Rubens (do Boletim do Paddock) “já pensou se o Carlos chega em 3o”? Ali eu ainda não sabia, mas nós dois tínhamos apostado nesse resultado do Sainz, literalmente. Quando a largada acontece, todos mundo volta correndo para os boxes e essa cena é infinitamente melhor ao vivo.
Caso você tenha dúvidas de como os carros se alinham no Grid, é assim: #BrazilGP #BrazilianGP #F1 #Interlagos pic.twitter.com/mJ9WkODFrl
— Stormtrooper do Ceará (@cindy_vx) November 18, 2019
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Acompanhar corrida ao vivo é ainda mais difícil do que o qualy quando se trata de saber as posições oficiais dos pilotos. Adicione dois safety car e a festa está completa. Quando percebi, o Sainz já estava na zona de pontuação e nessa hora bateu o medo do pit stop, sabe como é a McLaren, né? Ainda bem que deu tudo certo. Eu ficava contando os carros que passavam para saber onde os Papayas estavam. Ficar no setor A é ótimo, tem sombra na parte da tarde e o vento é frio, mesmo com o sol que fez no domingo. A gente vê a corrida de pé e eu confesso que estava esperando algum incidente acontecer por ali, mas a Bo77ada e a treta entre os carros da Ferrari foram bem longe, fazer o que né?
Perto do fim da corrida, comecei a sentir uma coceira muito grande nos olhos, muita irritação, depois o Rubens me disse que era fuligem, mas para todos os efeitos eu estava chorando de emoção haha
Bandeirada final e chegou o momento da invasão à pista. Fazer isso é uma aventura! A gente corre para um canto que tem um buraco na grade. Para passar por esse buraco, é preciso pular a mureta. Pulando a mureta, você se depara com um mini-barranco e torce pra sair inteiro de lá. Se isso soa difícil, imagina quando centenas de pessoas tentando essa empreitada ao mesmo tempo! O esforço vale a pena, andar na pista de Interlagos é sensação maravilhosa. Vi a cerimônia do pódio e gritei o nome do Gasly com todo mundo lá, queria ter podido gritar o do Sainz também. Quem sabe na próxima?
Quando a champanhe acabou, ainda fiquei por lá tirando fotos com o pessoal, registrando tudo o que podia. Vi gente levando pedaço de asfalto pra casa, eu me contentei com uma estrelinha na posição 7. Depois de uma última foto da posição 23, fomos para casa. Estava no McDonald’s (pela terceira vez em quatro dias) quando saiu a notícia da punição do Hamilton. Pódio da McLaren que eu queria muito ter visto e comemorado, pelo menos fui com o coração leve pra casa. Valeu muito!
Já no aeroporto, vi algumas pessoas com camisa de equipe, supus que eles também estavam no GP e só desejei que eles tivessem tido um fim de semana tão incrível quanto o meu. Sou muito grata por ter podido viver tudo isso. Ir ao GP Brasil superou qualquer expectativa que eu pensei em ter, no melhor estilo “não vamos estabelecer uma meta” porque a meta foi batida e dobrada inúmeras vezes.
E daí que eu mal dormi, me alimentei mal e passei frio? Ir para Interlagos faz cada gota do seu suor valer a pena. Cada centavinho que você juntou vai garantir uma felicidade diferente de todas as outras que você já experimentou. Ouvir e ver aqueles carros de perto é algo que definitivamente não tem preço. Se você tiver dúvida se deve ir ou não e aceitar meu conselho: vá. Apenas vá. Depois você me diz se eu tenho razão ou não.
3 Comments
Muito legal o depoimento! Eu também estava lá no Setor A em 2019.
Que demais!!!
Que empolgação, que texto, que experiência essa menina se permitiu e se propôs e vivenciou… Congratulations!
E eu achando que sou fã de F1…
Curto isso ininterruptamente desde 1973, e era pela Rádio JovenPan e depois fui até Jacarépagua e na volta a Interlagos (moro no ABC Paulista) fui anos seguidos e agora só tenho vontade de “estar lá, na hora…”, mas não ir…se é que me entende…então ler este textão foi muito bom, foi maravilhoso…obrigado querida e tomara que repita a dose várias vezes… sem moderação!!!
Texto chato do caramba. A maioria desses especiais foi.