F1 Verstappen roubou a cena na Espanha - Julianne Cerasoli Skip to content

Como Verstappen roubou a cena e a tranquilidade da dobradinha da McLaren na Espanha

Foi lá pela décima volta que Max Verstappen teve a certeza de que não poderia lutar contra as McLaren, vendo Oscar Piastri abrir a diferença na ponta e Lando Norris colocar muita pressão tentando a ultrapassagem depois de ter perdido a segunda posição para o holandês na largada. Ou pelo menos lutar com as mesmas armas.

A Red Bull tinha chegado ao GP da Espanha acreditando que, com as curvas rápidas em que conseguiu endurecer o jogo no Japão e em Imola, e com a diretiva técnica que controlava mais a flexibilidade das asas dianteiras, poderia lutar pelo menos de igual a igual com a McLaren, mas as coisas não estavam correndo como programado. O carro parecia nervoso, os líderes do campeonato não perderam nada com a nova asa, fazia muito calor em Barcelona e o melhor controle de temperaturas dos pneus deles estava fazendo a diferença.

Verstappen, então, mudou sua estratégia de duas para três paradas. Estaria livre para forçar o tempo todo, mas teria que descontar o tempo de uma parada a mais. As McLaren e a maioria do grid fariam duas.

Red Bull muda a estratégia para três paradas

Verstappen entrou na volta 13. Alguns pilotos já tinham feito suas primeiras paradas: Hulkenberg parou na volta 9 arriscando um undercut em Pierre Gasly e outros pilotos que estavam nas últimas posições também tentaram sair do trânsito.

Verstappen estava a 5s de Piastri quando parou, e voltou 5s à frente, na liderança da prova, quando o australiano fez sua primeira parada na volta 22. E é aí que as coisas começam a ficar interessantes.

O ritmo de Verstappen é bem forte. Na volta 34, ele está a 9s da McLaren tendo parado uma vez a mais, ou seja, está no meio do caminho para fazer a estratégia funcionar basicamente tendo feito meia corrida. E a McLaren pede a seus pilotos para eles forçarem o ritmo. A resposta? Não temos mais pneu para fazer isso.

A diferença chega a cair um pouco, mas se estabiliza antes do que seria a última parada dos três pilotos – a segunda de Piastri e Norris, a terceira de Verstappen. E finalmente a McLaren respiraria aliviada.

Ou mais ou menos. A Mercedes de Antonelli teve uma quebra e causou um Safety Car com 10 voltas para o final. A Red Bull tinha duas opções: se deixasse Verstappen na pista, com pneus macios de sete voltas, ele iria para a liderança, pois as duas McLaren tinham parado à frente dele; e se decidisse parar, ele teria pneus novos, mas duros, que não foram usados por mais ninguém.

Eles optaram pela segunda opção, o que deixou Verstappen furioso. A raiva não diminuiu quando ele escorregou nos pneus duros na relargada, viu Charles Leclerc tomar a terceira posição e George Russell o pressionar na primeira curva. O holandês saiu da pista para se defender e ouviu da equipe que teria que devolver a posição.

Ainda mais irritado, Verstappen deixou Russell passar e, logo em seguida, deixou o carro espalhar para cima do inglês, causando uma colisão pela qual seria punido com a perda de 10s no resultado final. Com isso, caiu para décimo. No dia seguinte, Verstappen admitiria por meio de suas mídias sociais que não deveria ter jogado o carro para cima de Russell, que ficou sem entender muito bem o que estava acontecendo e terminou em quarto.

Hulkenberg coloca a Sauber em quinto

Mais atrás dessa confusão toda acontecia outra grande história da prova. Nico Hulkenberg largou em 15º com uma missão: usar a vantagem dos pneus novos que tinha à disposição por conta da classificação ruim para mostrar que a atualização da Sauber tinha surtido efeito.

Hulkenberg pulou para a 11ª colocação na primeira volta, e estava na zona de pontuação na terceira, após passar Fernando Alonso.

Ele foi um dos primeiros a parar, trazendo consigo Gasly, que respondeu à tentativa de undercut. A Racing Bulls optou por deixar Isack Hadjar na pista, perdeu a posição momentaneamente para Hulk, mas depois o francês recuperou o posto na pista, mas ambos passaram Gasly no segundo stint.

Essa parte da prova foi importante para Hulkenberg, que conseguiu levar o pneu médio até a volta 45 com um bom ritmo. Para efeito de comparação, as McLaren, com um carro bem mais equilibrado, estavam indo até a volta 47 e 48 tendo trocado os macios pelos médios 13 voltas depois do alemão!

A Sauber na verdade tentou o mesmo com Bortoleto, mas ele tinha perdido terreno tendo ficado bem mais tempo na pista com os macios no começo e já estava 18s atrás do companheiro antes da segunda parada dele, mesmo tendo largado três posições à frente. Foram 14s perdidos desde a primeira parada de Hulkenberg.

Essa diferença de tempo construída no segundo stint foi suficiente para que Hulkenberg não perdesse posições com sua segunda parada, e depois ainda pudesse fazer um terceiro pit stop no Safety Car provocado por Antonelli.

Novamente usando um jogo de pneus novos, Hulkenberg foi à caça de Hadjar e depois de Lewis Hamilton, que tinha problema de equilíbrio no carro e também mecânicos, para ser quinto colocado.

Hamilton terminou em sexto, com Hadjar em sétimo em mais um final de semana consistente, e as duas últimas posições nos pontos ficaram com Gasly e Alonso, que aproveitou as voltas finais para ultrapassar Bortoleto e Lawson, que arriscaram não parar no último Safety Car.

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