F1 Cortando o fluxo - Julianne Cerasoli Skip to content

Cortando o fluxo

GP SPAGNA F1/2015

As notícias já corriam pelo paddock da Fórmula 1 há algumas semanas: a FIA não estaria satisfeita com o fluxo de combustível utilizado por alguns fornecedores de motores  os alvos seriam especialmente Mercedes e Ferrari. Nas próximas etapas, mudaria a forma de verificar se o limite regulamentar de 100kg/h estava sendo respeitado.

Isso trouxe a expectativa de que a briga pelas primeiras posições fosse alterada pelas novas diretrizes. Será a Mercedes estaria se beneficiando mais, dando a oportunidade para a Ferrari encostar de vez e animar a luta pelo título, ainda mais com o time italiano prometendo seu primeiro extenso pacote de mudanças no carro?

O tamanho da expectativa depois de uma temporada de amplo domínio da Mercedes deu a medida do ar de consternação ao final do GP da Espanha. O déficit da Ferrari para os atuais campeões mundiais não havia só aumentado, como chegou aos maiores níveis no ano.

Logo começaram as hipóteses do que poderia ter acontecido. O chefe Maurizio Arrivabene parecia bem confortável na coletiva de imprensa após a prova dizendo que, se a equipe errou no caminho do desenvolvimento – como, aliás, foi praxe nos últimos anos e seria altamente preocupante caso se confirmasse, repetindo-se mesmo depois de uma extensa revisão do túnel de vento e do processo de desenvolvimento das peças, capitaneado pelo novo diretor técnico James Allison – “teria a humildade de dar um passo atrás”. Talvez um pouco confortável demais.

Mas e se o que tirou a Ferrari dos trilhos foi a nova diretriz da FIA? Correndo na mesma estratégia do vencedor Nico Rosberg na Espanha, Sebastian Vettel perdeu, em média, 0s687 por volta, cerca de três a quatro décimos a mais do que em provas anteriores. É o mesmo que, calcula-se, o time ganharia com a brecha encontrada para burlar o fluxo máximo de 100kg/h.

A Ferrari fala que o final de semana foi estranho em Barcelona – de fato, o vento da sexta-feira atrapalhou não apenas o equilíbrio dos carros, como também a durabilidade dos pneus, por ter jogado muita sujeira na pista. Mas não a ponto da equipe se perder totalmente justamente na pista em que mais anda no ano devido aos testes. As características do traçado ou os compostos também não explicam tamanha diferença – talvez seria razoável pensar em algo como o visto na China, mas a distância da Espanha foi mais de duas vezes maior.

Tudo isso nos faz voltar à questão do combustível como única explicação plausível para a queda ferrarista. O que a FIA fez foi instalar sensores adicionais em trechos do ‘caminho’ do combustível que não eram medidos antes, a fim de evitar manobras utilizando as pressões para criar espécies de reservatórios de combustível que, quando usados, dariam uma potência maior – e acima da permitida. Isso seria mais notado em curvas mais lentas, nas quais é requerida mais tração (como o terceiro setor de Barcelona, onde a Ferrari tinha a maior parte de seu déficit). Caso isso se confirme, seria um duro golpe para a Scuderia justamente antes de Mônaco e Canadá, duas pistas em que a tração é fundamental. E, também, um golpe, ainda que não no campeonato em si, pelo menos na promessa de que as corridas seriam mais disputadas daqui em diante.

8 Comments

  1. Pelo que entendi a Ferrari estava burlando o fluxômetro e com as novas leituras da FIA teve que voltar ao que é correto e, assim perdeu espaço para a Mercedes que, sob o mesmo sistema de leitura (em várias partes do trajeto do combustível pelo carro), além de passar pelo crivo da FIA, ainda se manteve na frente.

    Acho que a FIA e a FOM vão precisar inventar outra desculpa pra ver se colocam (na marra) a Ferrari na briga porque essa do fluxômetro, pelo texto acima, provou que a Mercedes está dentro do regulamento e a Ferrari não.

    • É seu Djow nem assim a FIARRARI conseguiu barrar a Mercedes, ao menos pro enquanto.

      • É brother, enquanto a Ferrari for beneficiada pela FIA e pela FOM, dificilmente a F1 melhorará. Quantas equipes já deixaram o grid por falta de grana e, justamente, a grana que a Ferrari leva a mais via ameaças, não por merecimento.

        A FIA, a FOM e os jornalistas defendem que a Ferrari tem sim que ganhar dinheiro a mais por ser a única no grid da F1 desde sempre.

        Se essas mesmas pessoas estivessem envolvidas no futebol, o Brasil ganharia a vantagem de ter um jogador a mais em campo já que ele participou de todas as copas. Numa disputa de penalidades o Brasil teria 6 chutes contra 5 do adversário.

        • KKKK, boa djow, concordo contigo!

        • kkkk…mandou bem na comparaçao…kkkkk
          Ferrari sempre na falcatrua, nao que as outras nao fazem, mas a Ferrada tá sempre em todas…kkkkkkk

  2. Sempre que a Ferrari tomou uma decisão que privilegiou o outro piloto em detrimento do Kimi, se “deu mal”. Vide 2008. O carro de 2014, então…

    Se tem o piloto mais rápido do grid e não aproveita, não tem jeito.

  3. Deveriam acabar com a medida do fluxo de combustível. É uma regra ridícula. Nem em rali de regularidade tem isso. Se cada carro tem direito a 100kg de combustível por corrida, que usem como quiser. E ai não tem o que burlar.

    • Alexandre, concordo plenamente. Essa é uma das regras mais esdrúxulas que a FIA já impôs. Teríamos bem mais disputas e corridas muito mais emocionantes, imagina uma equipe abrindo o gargalo no começo de uma prova e tendo que se virar pra acabar a corrida com o que sobrasse.
      Agora vão voltar ao reabastecimento, com limite de fluxo, aí é de doer, limitam o fluxo mas liberam o total, é isso? Tem horas que eu penso que esses caras da F1 fumam alguma coisa estragada quando inventam essas regras!!!


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