Os compostos podem ser teoricamente mais duros em relação ao ano passado – a Pirelli levou à Malásia os médios, ao invés dos macios de 2011, para fazer dupla com os duros – mas a revisão da equação entre os compostos fez com que a degradação se tornasse o grande assunto desta sexta-feira. Com isso, poucos se aventuraram com sequências mais longas de voltas, dificultando a previsão de um cenário para o domingo.
Para se ter uma ideia, de acordo com a Pirelli, o pneu supermacio é 31% mais mole que o duro, contra uma diferença de 70% do ano passado. Assim, a expectativa das equipes, ao menos após a sexta-feira, é de três paradas.
É comum vermos previsões catastróficas após os treinos livres se tornarem corridas normais no domingo, sem tanto desgaste quanto o previsto. Mas a questão na Malásia é a chuva, que pode lavar toda a borracha depositada durante os treinos e classificação e tornar o asfalto mais abrasivo no domingo.
A McLaren segue parecendo mais ‘no chão’, ainda que Hamilton reconheça que tem tido dificuldade em evitar deslizar o carro e, consequentemente, economizar pneu na mesma proporção que Button. A Mercedes, por sua vez, continua rápida com seu duto passivo, mas a degradação acelerada foi a marca das simulações de corrida da Schumacher e Rosberg. Veja a comparação entre as maiores sequências de voltas de Button, Rosberg, Webber e Raikkonen:
Falando em pneus, quem aparece bem é a Williams, especialmente no domingo. A classificação promete ser mais difícil, com as margens ainda menores do que na Austrália, mas o time de Maldonado e Senna parece no caminho certo para chegar nos pontos.
Enquanto a dupla da Red Bull continua reclamando da instabilidade do carro – e perder para a McLaren nas curvas de alta da Malásia já deve acender o sinal vermelho em Milton Keynes – Kimi Raikkonen poderia aparecer como o coringa, mas perderá cinco posições na largada e não se mostrou satisfeito com o acerto de sua Lotus. Vale lembrar que, quando mais o carro ‘dançar’ nas longas curvas de Sepang, mais difícil é economizar os pneus.
Já a Ferrari acabou tendo de dar mais um passo atrás, ao trocar inúmeras peças no carro de Felipe Massa. Com isso, o brasileiro passou o dia trocando partes para se certificar de ter encontrado a chave para os problemas de aderência na Austrália. Essa falta de consistência dos materiais usados no F2012 vem dificultando as análises dos técnicos de Maranello e inclusive obrigando-os a refazer determinadas partes, como o assoalho, usando a velha e boa fibra de carbono para garantir, ao menos, que o carro tenha sempre o mesmo tipo de comportamento, uma vez que os pilotos relatam mudanças repentinas. Sofrendo com os pneus e com a velocidade de reta, tanto Alonso quanto Massa devem ter um final de semana difícil. O espanhol, inclusive, foi o último no speed trap, nada menos que 13km/h mais lento que o líder Jean-Eric Vergne e pior até que as HRT e Marussia.
4 Comments
Julianne,
Boa tarde.
Pelo menos para mim as constantes mudanças no regulamento e compostos de pneus atrapalham o esporte. O espetáculo pode ser maravilhoso com diversos acontecimentos nas provas, mas a competitividade dos pilotos mesmo já não é o principal fator que leva uma equipe a ser campeã, infelizmente.
Normalmente os discursos e justificativas após o qualify e o GP são as mesmas, o carro perdeu desempenho, o pneu traseiro se desgastou muito rápido, o carro deles tem o duto XPTO, o Kers não funcionou………..dentre tantas outras justificativas.
Enquanto tínhamos os pilotos como diferenciais nas equipes, o esporte automotivo em si era melhor, hoje os fatores críticos para o sucesso de uma equipe se resume ao carro, e não ao piloto.
Claro que embora haja carros com pilotos geniais no volante, há também os pilotos medíocres, todos sabemos disso, mas o piloto não é um fator de sucesso. Acompanho F1 desde muleke e a tecnologia tomou conta do espaço dedicado ao talento, uma pena ter se tornado este circo.
Um abraço.
Julianne,
Pelo gráfico, a RBR de Webber parece até ter um ritmo melhor do que a Mclaren do Button.
Tudo bem que ainda é só 6ª Feira e muita coisa deve mudar no setup. Mas se o Webber conseguiu andar mais rápido, mais constante e por mais tempo do que o Button, o que não poderá fazer o Vettel?
E a Sauber, deu algum sinal que pode surpreender?
Abs.
Ricardo, temos que olhar o seguinte: as voltas de 1 a 6 do Button vs 4 a 10 do Webber (não coloquei o stint do Vettel porque era bem menor e mais irregular). A diferença de tempos se dá pelo combustível, pois sabemos que não existe essa distância entre os dois carros. Então vemos que a McLaren, mesmo estando mais pesada, mantém uma regularidade no mínimo equivalente. É marginal e, como você bem lembrou, é sexta-feira, antes dos acertos serem otimizados.
Ju, tudo bem que a Ferrari está sem velocidade, mas essa diferença final de Alonso, poderia ser mais asa, apostando em corrida com chuva? A situação da Mclaren esse ano, me parece mt com a da RBR em 2010, onde o carro sobrava na pole, e em corrida os outros eram mais próximos, será? Será que a RBR, diga-se Vettel, tentará dar uma de Alonso em 2012, tendo em vista a briga acirrada no time de Woking?Sei não,Ju, mas a Mercedes me parece o mesmo leão-de-treino… com alto desgaste em corrida, veremos…