Uma vitória de Lewis Hamilton no Red Bull Ring, assim como duas vitórias da Mercedes no Red Bull Ring, são fatos que dizem muito sobre o nível atingido pela equipe e pelo piloto. Eles venceram onde foram batidos nos últimos dois anos, e onde Lewis é o primeiro a reconhecer que nunca se deu muito bem. Dizem que é mais difícil se manter do que chegar no topo e não é por acaso. Como toda a inspiração do carro da Racing Point atesta, o que era uma vantagem que tinha muito a ver com o motor no início da era híbrida foi se transformando em um carro fora de série e, como a soberana pole position prova, a simbiose entre Hamilton, seu talento, e seu engenheiro, cuja atuação é fundamental em uma classificação sob chuva, explicam por que nenhum outro conjunto teve qualquer chance no GP da Estíria.
Seria difícil imaginar outro desfecho, já que Hamilton se especializou em dar esse tipo de volta por cima depois de finais de semana como o passado, em que reconheceu que foi “mentalmente desafiador” perder a pole, ser chamado para se explicar para os comissários pouco antes da corrida, e depois levar outra punição durante a prova. Para completar, veio a chuva no sábado e, sob condições realmente complicadas, o conjunto Mercedes-Hamilton-Bono sobra, como já tinha acontecido em Monza há três anos. E por que insisto na questão do engenheiro? Os pilotos explicaram sábado que mal conseguiam ver os pontos de frenagem. Além disso, como todo mundo ficou o tempo todo na pista para ter certeza de que não iriam perder o momento em que ela estivesse mais rápida, estar bem posicionado é fundamental, e ter um engenheiro falando no seu ouvido na hora certa, também. Some-se a isso uma noção incrível de onde a aderência está no molhado e temos uma volta como a do sábado, que se transformou em um passeio no domingo.
Isso porque Verstappen não teve ritmo para atacar em momento algum. Já na primeira volta após a relargada após o erro de Charles Leclerc, que desrespeitou a regra de ouro do automobilismo de não bater na primeira volta, principalmente em um carro da mesma cor que o seu, Hamilton já tinha aberto 1s3, tinha escapado do DRS e pôde gerenciar o ritmo, livrando-se dos temores de que os tais “ruídos elétricos”, como a Mercedes batizou os problemas que eles tiveram semana passada, voltassem a incomodar.
Ele nem precisou fazer a simulação de corrida na sexta-feira para ter um domingo tão dominante. Nos treinos livres, ele estava sentindo um comportamento estranho no carro, a Mercedes encontrou o problema (sobre o qual eles não quiseram dar detalhes) e o resto é história. E história está sendo feita bem na nossa frente, com direito a punho cerrado e braço erguido no pódio.
Na Red Bull, a impressão foi de uma melhora, mas o fato de Bottas ter conseguido passar Verstappen, que endureceu a disputa só porque é Verstappen mesmo, pois sabia que tinha um ritmo inferior, mostra que a distância é, sim, grande. Até porque é sempre bom lembrar que tudo o que rolou nos dois últimos domingos foi no Red Bull Ring.
No mais, grande corrida de Perez, que em 14 voltas saiu de 17º para sétimo, e que só foi parar quando encostou na Red Bull de Alex Albon. Aliás, quando chegaram em carros com ritmo mais parecido ao seu, as duas Racing Point parece que perderam o encanto, algo que nos acostumamos a ver na Mercedes nos últimos anos.
Onboard with @LandoNorris as he powers his way through the final two laps to snatch P5 at the Styrian Grand Prix 🚀
The @McLarenF1 driver is P3 in the driver standings after two races 🏆#AustrianGP 🇦🇹 #F1 pic.twitter.com/WyBh13Gxrp
— Formula 1 (@F1) July 12, 2020
A McLaren voltou a mudar da água para o vinho com pouco combustível, tanto na classificação, quanto nas últimas voltas da corrida. E novamente foi Norris quem aproveitou para fazer ultrapassagens. Bem mais contente com o equilíbrio do carro do que semana passada, Carlos Sainz teve um combo atrapalhando sua tarde no GP da Estíria: parou mais cedo que os rivais para evitar um undercut, teve um pit stop muito ruim, saiu no tráfego e acabou com seus pneus. E a Renault comprovou que tinha, mesmo, mais ritmo do que mostrou no primeiro GP, com direito a Daniel Ricciardo tendo um gostinho de como será seu ano de despedida: mesmo com mais ritmo e pedindo passagem, o time não ordenou a inversão de posições com Ocon, e ele teve que passar na pista mesmo.
No mais, várias ultrapassagens por fora da curva 4, algo possível quando se respeita o espaço e também quando se usa todo o espaço da pista. Neste domingo, tentar passar por dentro é que foi mais complicado. Mais uma prova de que muita coisa pode mudar na F1 mesmo de uma semana para a outra, dando voltas nos mesmos círculos.
2 Comments
A superioridade da Mercedes deixa as disputas pele ponta enfadonha, o conjunto todo, carro, piloto, engenharia e dinheiro, estão muito acima dos demais, sobram ! As brigas no meio estão mais divertidas, as McLaren, Racing Point e Renault fazem a corrida não cair na monotonia, desse grupo destaco o surpreendente L. Norris.
Mais uma ultima volta de sonho para o Lando. A continuar assim, temos ali um grande piloto.
A Ferrari foi um desastre, com um erro infantil do Leclerc.
Sobre a vitória do Hamilton, não há muito mais a dizer. É o melhor, vai continuar a ganhar e no fim vai ser campeão.
cumprimentos
visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/