F1 GP do título da McLaren - Julianne Cerasoli Skip to content

GP do título da McLaren e as recuperações de Leclerc e Hamilton

Foi mais tenso do que se desenhava após uma classificação dominada pela McLaren e com uma Ferrari na última fila, mas o time de Woking finalmente voltou a comemorar um título na Fórmula 1 e levou o mundial de construtores com uma vitória de Lando Norris em um GP de Abu Dhabi marcado por despedidas e grandes corridas de recuperação de Charles Leclerc, de 19º a terceiro, e Lewis Hamilton, de 16º a quarto.

Qualquer chance de título da Ferrari, que chegou em Abu Dhabi com 21 pontos de desvantagem para a McLaren, pareceu se esvair quando os mecânicos montaram o carro de Leclerc na quarta-feira e perceberam que a bateria estava, na prática, morta. Eles começaram a enviar perguntas que chamaram a atenção da FIA, sobre coisas que poderiam ser arrumadas em regime de parque fechado, e ouviram o ultimato: se não puderem garantir que é seguro correr com essa bateria, vão ter que trocar. E Leclerc foi para a classificação com uma punição de 10 colocações no grid. Com uma volta deletada, isso rapidamente virou o 19º lugar.

Mas as coisas começaram a ficar mais tensas para a McLaren na largada. Max Verstappen tentou colocar por dentro na primeira curva, espalhou e acertou Oscar Piastri, que caiu para último.

A recuperação de Leclerc

E Leclerc fez uma primeira volta extraordinária. Estava sempre do lado contrário às confusões e foi de 19º para oitavo. Passou Magnussen, Alonso e Hulkenberg, e já era o quarto colocado, atrás de Norris, Sainz e Russell, quando fez sua primeira e única parada, na volta 20.

Leclerc parou bem cedo. Os três primeiros esperariam mais cinco ou seis voltas. Sainz foi o primeiro deles, a McLaren cobriu o pitstop dele com Norris no giro seguinte e Russell fez o mesmo.

A vantagem de Norris antes da parada era de pouco menos de 4s e depois foi aumentando quando o carro ficou mais leve, uma das marcas desse carro campeão. A McLaren foi melhor que a Ferrari o tempo todo em Abu Dhabi, com o time italiano sofrendo mais do que os demais com a diretiva técnica que impediu que os “parafusos” que prendem a prancha de legalidade fossem protegidos. Mas, com Piastri fora dos pontos pela maior parte da corrida, a pressão estava em Norris. Qualquer erro e Sainz e Leclerc estavam por perto para aproveitar.

Mas isso não aconteceu. Norris gerenciou bem a prova e venceu pela quarta vez na F1, com Sainz em segundo em sua despedida pela Ferrari e Leclerc passando Russell com a parada antecipada e conseguindo um inesperado terceiro lugar.

A recuperação de Hamilton

Ele não seria o único piloto a conseguir se recuperar na corrida. Lewis Hamilton, fazendo a despedida da Mercedes, teve um sábado azarado: vinha com uma volta mais que suficiente para passar do Q1 quando Kevin Magnussen tentou sair do caminho, bateu em um “cone”, que foi parar no meio do caminho do inglês. Carregando o cone, preso debaixo de seu carro, pelas últimas curvas, ele não conseguiu melhorar seu tempo e foi eliminado.

Largando em 16º, ele ganhou quatro posições na primeira volta, mesmo sendo o único piloto que largou com os pneus duros. Com essa estratégia, a primeira parte da prova seria mais difícil, e ele só poderia começar a atacar depois que os médios dos rivais começassem a se desgastar. 

Passou Lawson só na volta 11 por conta disso, e a partir daí a corrida começou a engrenar. O ritmo era forte e, com os demais pilotos fazendo suas paradas, e foi conseguindo ganhar terreno. Quando fez o pitstop na volta 34, já era o quarto colocado.

Voltou em sétimo, agora com o pneu médio, enquanto os demais estavam com o duro. Contou com a punição de Verstappen pelo toque com Piastri para retornar à pista na frente do holandês, passou Hulkenberg e Gasly até chegar em George Russell, que tinha largado em sexto, na última volta e o passar por fora para ser o quarto.

As despedidas de Magnussen e Bottas foram mais melancólicas, com um toque entre os dois e a volta mais rápida como consolo para o dinamarquês, que não conseguiu ajudar a Haas a conquistar o sexto lugar nos construtores. Até porque Pierre Gasly conseguiu um sétimo lugar, à frente de Nico Hulkenberg, e manteve o time francês na frente.

Max Verstappen se despediu de um carro que lhe deu o quarto título, mas que ele nunca mais quer ver na frente de tanta dificuldade que teve com ele este ano, com uma sexta colocação e Piastri ainda conseguiu salvar um pontinho e comemorar o título que a McLaren não ganhava desde antes dele e de Norris nascerem.

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