Há três semanas, a notícia era de que Fernando Alonso estava se oferecendo à Red Bull, mesmo com contrato em vigor por mais três temporadas na Ferrari. Nos últimos dias, foi Kimi Raikkonen quem “decidiu fechar contrato” com o time italiano, de acordo com a mídia finlandesa.
As histórias em si são difíceis de comprar. Não é preciso ser gênio para compreender o quanto da pilotagem de Alonso colocou a Ferrari na disputa por títulos em duas das últimas três temporadas. Uma mudança para a Red Bull, para medir forças com o desafeto Sebastian Vettel, também não seria uma aposta das mais inteligentes para um time que caminha para o tetracampeonato mundial. Do lado de Raikkonen, não é segredo que a história do finlandês com a Ferrari acabou mal, com direito a rescisão em 2009 e cobranças públicas de empenho. E por que Kimi escolheria um time que não é campeão há quatro anos quando tem uma proposta concreta da própria Red Bull?
Mas é possível que movimentos ocorridos nas últimas semanas tenham reflexos no futuro. Levando em consideração os contratos atualmente em vigor, a única peça que pode se movimentar agora entre os campeões do mundo é Raikkonen. Vettel recentemente estendeu seu contrato até o fim de 2015, mesma data em que expira o compromisso de Lewis Hamilton com a Mercedes. O de Alonso dura um ano a mais.
Talvez o espanhol esteja mesmo insatisfeito com outra temporada em que a Ferrari se vê correndo atrás do prejuízo e está sondando seu poder de barganha. Talvez a Ferrari não goste disso e esteja alimentando estes boatos para não ficar em uma posição frágil no mercado. Mas concluir que contratos serão quebrados por conta desse jogo político é outra história.
Falando em barganha, a Red Bull pode estar valorizando uma sondagem de Alonso para pressionar Raikkonen, ou para mostrar a Vettel – cuja extensão de apenas um ano ao contrato original chamou a atenção – que muitos estão loucos (e são gabaritados) para ocupar sua vaga.
Uma história relativamente recente ilustra bem como funcionam estas coisas. Em junho de 2011, durante o GP do Canadá, Lewis Hamilton bateu na porta da Red Bull de maneira explícita. Foi uma maneira de mostrar sua insatisfação dentro da McLaren e abriu a porta para a proposta da Mercedes. Mas algo de concreto demorou mais de um ano para acontecer.
Coluna publicada no Jornal Correio Popular.
10 Comments
Com certeza funcionou bem para Hamilton. Mas nao sei se semelhante tatica funcionara’ para Alonso. Vamos lah: Sao quatro (ou cinco) equipes que tem potencial de vencer. Red Bull, Ferrari, McLaren, Mercedes e Lotus.
A Ferrari eh onde ele esta agora…
Alonso eh carta fora na McLaren por causa de sua conturbada passagem por la em 2007
A Mercedes nao tem vaga p/ Alonso num futuro proximo. Eh Rose-berguinho pode sair, mas serah que a Prima Donna Majore da Espanha topa dividir a equipe com Hamilton novamente? Acho dificil.
Na Red Bull, enquanto Vettel estiver por lah, Alonso tem poucas chances. Acho pouco provavel que a equipe disturbe o ambiente propositadamente. A nao ser que Vettel perca o interesse. Dificil de acontecer. Tambem nao acho que Alonso, sendo a Prima Donna que eh, va topar dividir a equipe com o “preferido” Vettel (Preferido de acordo com os acontecimentos em relacao a Webber).
Resta a Lotus, onde Alonso se criou. Mas, apesar dos successos recentes, existem duvidas se a Lotus vai ter condicoes de vencer com a consistencia necessaria para ganhar o campeonato. Alem do mais, duvido que a Lotus tenha $$ para pagar a multa rescisoria de Alonso com a Ferrari.
Conclusao: Alonso esta apenas sacudir a equipe. Eh muito pouco provavel que ele va mudar de equipe antes do fim do contrato.
Ah! Sobre Kimi, se nao for p/ a Red Bull, fica onde esta! Ir para a Ferrari? so se for p/ rescindir o contrato novamente 😉
Concordo com todos os seus argumentos, Muguello, e vou além: do jeito que as coisas caminham, em 2014 Alonso continuará na Ferrari (e até Massa, se melhorar um pouquinho), Raikkonen na Lotus e Vettel ganhará a companhia do fraco Ricciardo, que sequer nasceu pra Webber. Alguns já estão dizendo que o australiano está praticamente confirmado na Red Bull. Nem Ricciardo nem Vergne conseguiram o título na World Series e ainda assim subiram para a F 1, pelo apoio da Red Bull. Enquanto isso, a F 1 e a GP 2 jogam fora miseravelmente e sem cerimônia Robin Frijns, da mesma maneira como Kobayashi foi descartado.
Creio que as maiores dúvidas para 2014 a esta altura são em relação à configuração das duplas de pilotos na Sauber, Williams e Lotus.
JULIANNE, sabendo-se que a Lotus não está bem das perna$, digo, das roda$, você acha possível a entrada de Maldonado naquela equipe e a de Nasr na Williams, substituindo-o?
Com Ricciardo na Red Bull, Raikkonen permanecendo na Lotus e sobretudo Massa na Ferrari, mais essa crise na Sauber, Hulkenberg corre o risco de ficar a pé novamente, a menos que seu patrocínio seja mais polpudo que o de Gutierrez que, pelo visto, aportou na Sauber um valor bem inferior àquele de Pérez, haja vista a crise pela qual a equipe de Hinwill passou. Acresça-se a isso a possível imposição do piloto russo. Não creio que haverá mudanças de pilotos na Force India.
http://www.planetf1.com/driver/18227/8876604/-Red-Bull-to-confirm-Ricciardo-at-Spa-
Acredita-se que o acordo com a Infinity e a maior participação da Renault na Lotus estejam diretamente ligados a um acerto com Raikkonen. Acredita-se, também, que o acordo da Williams para ter um venezuelano – e Maldonado é, de longe, a opção mais plausível até pela experiência – seja de cinco anos. Não ouvi nada sobre Nasr na Williams e, como a Claire Williams andou dizendo que o orçamento já está encaminhado, é de se esperar que mantenham a dupla.
Essa saída de Alonso da Ferrari me parece difícil a curto prazo, afinal 2014 é uma incógnita, inclusive sem favoritos. O fato é que com a aerodinâmica pesando menos na próxima temporada, um bom motor e um chassi equilibrado podem se sobressair, e os chassis italianos e da Lotus são bons, mas a aerodinâmica fica devendo a RBR e Mercedes, portanto, tudo pode acontecer e a cautela é necessária.
Além da confiabilidade…
Estão cravando a antes pouco provável ida de Raikkonen para a Ferrari. Ainda acho difícil de acontecer, embora quem noticiou tenha crédito. No caso, Eddie Jordan.
Se este for o movimento acredito ser uma baita pressão em Alonso. A Ferrari estaria o tirando de uma zona de conforto e minando a filosofia ” a la” Luxemburgo de que para o espanhol é ele quem ganha, nós empatamos e a equipe que perde. Neste sentido foi a recente declaração de Montezemolo para dizer que a Ferrari é maior que qualquer piloto.
Parece que as coisas caminham para uma troca simples, talvez no fim de 2016, de Alonso por Vettel. O espanhol queimaria seus últimos cartuchos na Red Bull e Vettel iria realizar o sonho – que ele mesmo declarou ter – de pilotar para os italianos. De quebra correria na casa de seu ídolo Schumacher.
Eddie Jordan já fala que a Ferrari anunciará Kimi em Monza e ele nunca erra.
Bom, há dois anos ele estava apostando que Kimi ou Sutil pilotariam pela Williams em 2012. Mas acertou no caso de Hamilton, claro.
Errou nos palpites para a própria equipe, penso eu.