O GP do Bahrein marca um ano da maior batalha que Nico Rosberg e Lewis Hamilton tiveram na pista. Uma batalha que durou várias voltas e terminou com o inglês vencendo a prova e um abraço empolgado dos rivais tão logo saíram de suas Mercedes. Passados 12 meses, o cenário não poder ser mais diferente.
A disputa no deserto só foi possível porque o domínio da Mercedes era tanto que a equipe pôde se dar ao luxo de fazer estratégias distintas para seus pilotos: a Nico, que vinha em segundo, foi dada a chance de terminar a prova com pneus macios, uma vantagem em relação a Lewis, que usaria os médios. Um Safety Car no final da prova colocou ainda mais pimenta na briga.
Um cenário parecido é muito improvável – e aí está o motivo do chilique público de Rosberg no GP da China, quando acusou Hamilton de ter diminuído o ritmo para prejudicar sua estratégia – devido a uma variável importante que apareceu neste ano: a Ferrari. Apesar de ainda não conseguirem rivalizar com as Mercedes em uma volta rápida, Vettel e Raikkonen têm tudo para demonstrar ritmo de corrida no Bahrein para pelo menos influenciar a estratégia da Mercedes. Com isso, os campeões mundiais não podem mais se dar ao luxo de dar chances iguais aos seus pilotos, sob o risco real de perder a corrida.
Sabendo disso, Rosberg resolveu marcar território, cobrando Hamilton por não ter agido de acordo com os interesses da equipe. Não que ele esteja coberto de razão, afinal, seu companheiro tem o direito de ditar o ritmo da maneira como lhe for mais conveniente e cabe a ele dar a resposta na pista, mas foi importante internamente esclarecer quais os limites entre as prioridades de cada um no campeonato de pilotos e no de equipes, agora que não lutam mais sozinhos.
Por outro lado, Nico forçou a Mercedes a decidir qual será sua nova postura: “acordamos que quando a dobradinha da equipe estiver em risco algumas medidas serão tomadas para assegurar que esse risco não se concretize e isso pode significar alguma desvantagem para um ou outro piloto”, afirmou o alemão. Em outras palavras, isso abre o precedente para a utilização de ordens de equipe e engessa as brigas internas.
Rosberg não tem para onde correr: precisa encontrar uma maneira de bater Hamilton rapidamente, antes que se torne escudeiro do inglês em uma eventual briga com as Ferrari. Apesar da fase do inglês ser positiva, é bom lembrar que o alemão esteve a quatro centésimos de lhe roubar a pole na China. Mas, com a Scuderia na cola, ficar no quase já não basta mais.
9 Comments
Ano passado o campeonato foi parelho porque o Hamilton teve mais quebras e não pontuou na primeira prova. E no Bahrein mostrou querem mais braço que o Rosberg. Já esse ano não vejo o Rosberg reagindo ao domínio do companheiro. E mesmo que largue na frente, o inglês vai para cima. A menos quedará uma real ameaça das Ferraris e a equipe evite a disputa dos seus pilotos. Mas vejo o Rosberg mais como escudeiro do que disputando o título.
Falou tudo. Rosberg sempre tomou pau do Lewis. Ano passado foi ajudado pelas quebras…senao teria sido uma lavada como está sendo este ano. Nico nao tem braço. Se o Lewis nao ajustar o carros pros dois o Nico toma pau do Vettel e do Kimi.
Pois quando os carros dependeram da analise de pista do Rosberg eles perderam a corrida pro Vettel.
Abrçs
Lewis e Rosberg tiveram o mesmo número de abandonos.
Ano passado Lewis quebrou mais na primeira metade, isso deu uma ilusão de paridade entre os dois. Quando as quebras se igualaram, só deu Nico correndo atrás no sufoco e perdendo por larga vantagem.
Também acho que Lewis é bem mais piloto, mas é bom lembrar que Rosberg teve uma quebra decisiva em Cingapura, já na reta final do campeonato. É um efeito psicológico muito pior do que o Hamilton sofreu quando quebrou na Austrália, por exemplo. Para Rosberg, não havia mais tanto tempo para reação. Querendo ou não, isso é muito relevante.
Ju, vendo o crescimento da Ferrari, a impressão que tenho,é que por mais que o motor tenha melhorado, me parece que os pneus mais frágeis aliados ao carro mais econômico com a borracha é a chave do sucesso italiano, qual sua sensação sobre o assunto?
Os pneus não estão mais frágeis, Wagner. Inclusive, a construção melhorou bastante. A Ferrari já vinha sendo boa com os pneus, crescendo em corrida, e a supervisão de James Allison amplificou isso.
O motor da Ferrari é um canhão.. Só ver a Sauber.
Mas a Mercedes deve dominar tranquilamente em pistas férias e difíceis de passar como Mônaco e Hungria.
A Ferrari, sentindo q esta é a última chance de bater a Mercedes até o longínguo Canadá lá em junho, resolveu apostar tudo e veio de motor novinho em folha para o deserto. O 1º motor n chegou na sua kilometragem máxima, apenas foi colocado em stand-by e vai voltar em algum momento no campeonato.
Vão abusar dos pneus macios a maior parte da corrida e tentar arrancar essa vitória de qq maneira.
Os italianos querem bagunçar uma primeira metade de campeonato arrazadora da Mercedes e tentar encher os bolsos com uma grande número de pontos; e para o segundo semestre apostam que se igualam ou passam os alemães, tanto nos motores quanto na aerodinâmica.
Vai ser interessante.
Vettel pentacampeão em 2016? Ou será q terá sua vida dificultada se Hamilton resolve se juntar a ele nos carrinhos vermelhos?