Apesar de muito mais emoção na disputa pelo campeonato, temporada 2012 teve menos ultrapassagens do que a anterior, que detém o recorde absoluto desde 1982, quando dados confiáveis passaram a ser computados: foram 1135 manobras neste ano (média de 56,75), contra 1152 (60,63 em média) em 2011.
Em comparação com a realidade anterior, porém, os números são excepcionais. Primeira temporada com a volta das nanicas, que tinham praticamente sumido na época das montadoras, 2010 teve 547 (28,79 de média) ultrapassagens no total. Em 2009, foram 244 (14,35 por prova).
Confira os números das ultrapassagens por GP e por piloto em 2012:
Provas | Ultrapassagens |
Austrália | 41 |
Malásia | 76 |
China | 90 |
Bahrein | 72 |
Espanha | 51 |
Mônaco | 12 |
Canadá | 47 |
Valência | 79 |
Grã-Bretanha | 48 |
Alemanha | 64 |
Hungria | 16 |
Bélgica | 61 |
Itália | 59 |
Cingapura | 62 |
Japão | 39 |
Coreia | 33 |
Índia | 31 |
Abu Dhabi | 51 |
EUA | 59 |
Brasil | 144 |
Ultrapassagens por piloto
Piloto | Ultrapassagens total | Ultrapassagens Top 10 |
Vettel | 74 | 43 |
Webber | 74 | 37 |
Button | 45 | 26 |
Hamilton | 56 | 36 |
Alonso | 45 | 45 |
Massa | 65 | 32 |
Schumacher | 63 | 22 |
Rosberg | 52 | 25 |
Raikkonen | 48 | 38 |
D’Ambrosio | 2 | 0 |
Grosjean | 58 | 27 |
Di Resta | 48 | 16 |
Hulkenberg | 53 | 19 |
Kobayashi | 68 | 28 |
Perez | 60 | 29 |
Ricciardo | 61 | 13 |
Vergne | 67 | 8 |
Maldonado | 44 | 17 |
Senna | 48 | 9 |
Kovalainen | 44 | 1 |
Petrov | 38 | 1 |
De la Rosa | 6 | 0 |
Karthikeyan | 1 | 0 |
Glock | 12 | 2 |
Pic | 14 | 1 |
Como no total de ultrapassagens, os dados do Clip the Apex não computam as posições ganhas na primeira volta, segue o saldo dos pilotos no ano:
Saldo de posições ganhas na primeira volta
Piloto | Posições ganhas |
Glock | +47 |
Kovalainen | +41 |
Karthikeyan | +35 |
Alonso | +30 |
Pic | +28 |
De la Rosa | +25 |
Hulkenberg | +23 |
Massa | +20 |
Vergne | +17 |
Petrov | +16 |
Raikkonen | +14 |
Perez | +14 |
Button | +4 |
Hamilton | +2 |
D’Ambrosio | 0 |
Ricciardo | -2 |
Maldonado | -2 |
Rosberg | -3 |
Senna | -3 |
Schumacher | -8 |
Di Resta | -8 |
Vettel | -14 |
Kobayashi | -21 |
Webber | -23 |
Grosjean | -47 |
Há quem possa apontar a DRS ou os pneus Pirelli como artificialidades que mascaram estes números, mas fica a análise que a Mercedes fez ano passado como prova que a arte da ultrapassagem na F-1 é bem mais complexa do que isso.
O que fica claro é que os exemplos, principalmente de Valência e Abu Dhabi, pistas estigmatizadas como as rainhas do marasmo nas corridas e que foram palco de duas das melhores provas do ano, indicam que a nova safra de traçados, com suas longas retas + setor de curvas de baixa + setor de curvas de alta, casa bem com o atual regulamento. E também com as diretrizes atuais de beneficiar o show e tornar o esporte mais atrativo, ainda que isso comprometa de certa forma seus princípios.
Nada disso mudou a natureza da F-1: o melhor conjunto carro/piloto/equipe continua triunfando, os pilotos mais completos seguem se sobressaindo. A busca pelo show só dá ainda mais emoção a uma era de ouro em termos de pilotagem.
4 Comments
Minha dúvida é quem foi o caboclo que foi passado pelo Karthikeyan. Vai ficar com uma senhora mancha no currículo, hein, huashuashuashuashuas
Hahaha. Foi o Pic.
Números interessantes:
1.Em 2013, seguindo a lógica, o campeonato terá menos ultrapassagens. Demonstra a importância das frágeis nanicas para a plasticidade e, claro, desenrolar do “show”;
2. As “Utrapassagens Top 10” confirmam a combinação equipamento/arrojo não só de Vettel e Alonso;
3. O GP Brasil deste ano foi realmente totalmente fora da curva. Impressionante!
Parabéns pelo trabalho, Ju! Tenho quase 40 e sou fã da F1 desde criança, época da Copersucar
(ops…) …e fico feliz com a renovação jornalística atual da qual você, Ico, Felipe Mota e alguns outros bons nomes fazem parte.
Abraços