F1 GP de Cingapura por brasileiros, espanhóis e britânicos: “Parece que tá garoando para os outros” - Julianne Cerasoli Skip to content

GP de Cingapura por brasileiros, espanhóis e britânicos: “Parece que tá garoando para os outros”

Galvão Bueno começa a transmissão na Globo com a receita da estratégia para o GP de Cingapura: “Os supermacios não devem durar mais de 12 voltas. Então serão duas paradas usando o médio no resto da prova”. Mas seus colegas das TVs britânica e espanhola não têm tanta certeza. “Eles só vão saber qual o melhor pneu para a corrida depois da primeira parada”, defende Martin Brundle, mesma linha de Pedro de la Rosa.

A largada empolga todos – uns mais, claro. “Rosberg largou muito bem e está emparelhado com Vettel, enquanto Alonso arrasta sua Ferrari para o terceiro lugar”, narra David Croft na Sky Sports, e Brundle comenta que “Alonso pode ser uma porcaria na classificação, mas é soberbo nas largadas. Ele foi muito confiante nos freios na primeira curva e sempre faz isso. Ele faz os outros parecerem bobos, certamente já planejou tudo antes, mantendo as rodas retas e fazendo o mínimo de movimento possível para minimizar wheelspin.”

“Olha a largada do Alonso, espetacular!”, destaca Galvão. “Felipe [Massa] largou bem, mas ficou no funil. Largar do lado limpo ajuda aqui, mas essa largada do Alonso impressionou”, emenda Rubens Barrichello. Se até quem tinha motivos para torcer contra gostou do que viu, imagina o trio da Antena 3:

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Mas a empolgação espanhola teria prazo de validade. O término da primeira volta. “Agora o que temos de ver é o ritmo da Red Bull e da Mercedes, pois Vettel tem sua corrida”, aponta o narrador Antonio Lobato que, segundos depois, reconhece: “Problema: depois de uma volta, Rosberg está a 1s9 de Vettel.”

De la Rosa prefere salientar que um dos carros mais rápidos que a Ferrari de Alonso, que se colocou em terceiro atrás de Vettel e Rosberg, está bloqueada por seu companheiro. “Felipe está fazendo um grande favor a Fernando segurando Hamilton, que tem um grande ritmo e é um dos melhores pilotos neste circuito para mim.” E Vettel? Perguntam os demais. “Não queria tocar nesse ponto tão no início da corrida”, brinca o comentarista.

A ‘secada’ no alemão também chega no Reino Unido. “Adoro ver Vettel pilotando um F1, mas deu até para sentir 10 milhões de vibrações com Rosberg emparelhando e 10 milhões de ohh quando Vettel passou de volta”, diz Brundle, assistindo ao replay da largada. Vendo o alemão da Red Bull abrir com facilidade na frente, Barrichello resume bem: “Parece que está garoando para os outros.”

Aos espanhóis, resta valorizar o trabalho de seu piloto. “Alonso está lutando com um carro que não tem o mesmo ritmo de Red Bull e Mercedes. Não está no ritmo deles, mas há um grande mérito no que vem fazendo”, aponta Lobato. “Esqueçam Vettel. O importante é sair de um pódio daqui, o que é mais do que eu e a equipe poderíamos prever”, garante De la Rosa.

A primeira parte da prova é arrastada até que Raikkonen para, na volta 10, e deixa todos com a pulga atrás da orelha.“Parece que serão 3 paradas para Raikkonen”, diagnostica Brundle. “Serão três para todos porque eles estão reclamando via rádio que a degradação é muito ruim”, informa o repórter Ted Kravitz. “É uma possibilidade que eles tenham encontrado um espaço e o pararam para que ele possa mostrar seu ritmo”, lembra Croft, mesma suposição que De la Rosa e Barrichello fazem. “Ele quer ter pista livre, mas é uma tática desesperada. De qualquer maneira, vamos observar seus tempos, porque parar antes é uma arma muito importante nesta pista”, alerta o espanhol, enquanto o brasileiro prevê que Kimi “vai passar uns três ou quatro carros desse jeito.”

Algumas voltas depois, param todos, sendo a maioria apostando no pneu médio. E Brundle suspeita que Massa tenha sido usado para definir estratégia de Alonso, pois o brasileiro teria parado antes para “testar” pneus para o espanhol. “Espero que você esteja errado, mas provavelmente é isso mesmo”, se resigna Croft.

Seja qual tenha sido a estratégia da Ferrari, ela quase vai por água abaixo quando uma parada meio segundo mais lenta de Alonso o coloca encaixotado atrás de Di Resta. “A Ferrari definitivamente não é a equipe da estratégia. Prejudicou a corrida dos dois”, se irrita Galvão, pois Massa também fica atrás de Maldonado. Mas os espanhóis não veem erro tático. “Com certeza foi o tempo a mais perdido no pit, nenhuma equipe para um piloto para voltar assim. Isso é terrível para ele”, diz De la Rosa.

Porém, isso não seria o fim do mundo para nenhum dos dois. Perez e Hulkenberg brigam na pista e Lobato recomenda que “Bernard Maylander [piloto do SafetyCar] se aqueça”. Mas é Ricciardo que bate na volta 25 e abre uma chance de girar a roleta – e De la Rosa estava pronto para apostar.  “Tem que entrar, tem que entrar. Eu entraria. O que dá para tentar é uma estratégia meio suicida, de colocar pneus duros e, se tiver outro SC, vai até o final. Em teoria, não dá para ir caso não tenha outro SC”, prevê.

Brundle se surpreende ao ver tantos pilotos parando: “Está no meio do stint…” E Kravitz acha impossível que tentem ir até o fim com o mesmo jogo de pneus médios. “Mas será interessante Alonso indo para cima do top 4 quando parar no final e tiver pneus novos.” Porém, o repórter logo muda de ideia, pelo menos em relação à Lotus. “Calculei aqui que talvez a corrida acabe no tempo e tenha 58 voltas, e não 61. Daí os caras como Raikkonen podem ir até o final.”

“Acho que foi um erro estratégico grave de Vettel e Webber e o importante é que Fernando é o primeiro entre os que podem, em teoria, aguentar até o final”, observa De la Rosa.“Estranhei que a Red Bull e a Mercedes colocaram seus dois ovos na mesma cesta. Claro que, com a vantagem que Vettel tem, não quero dar esperanças, mas não foi certo ficar na pista.”

Os brasileiros demoram a considerar que Alonso, Raikkonen e companhia podem ir até o final sem parar mais e focam no ritmo alucinante de Vettel após a relargada. Vale até uma explicação de Barrichello sobre a diferença entre o alemão e Webber. “A Red Bull é um carro feito para andar com ar limpo, é totalmente voltado à aerodinâmica, então não anda bem no tráfego. Além disso, Webber não é tão bom quanto Vettel. Por isso ele fica travado.” Lobato é só lamentação: “Meio minuto entre Fernando e Vettel… estou pensando na diferença de carro que existe.”

Justamente essa velocidade avassaladora de Vettel é a prova cabal de que espera-se que quem parou durante o Safety Car tentará ir até o fim. “Vettel quer se proteger da possibilidade de alguém não parar mais. A diferença que devem estar monitorando é com Alonso”, explica Brundle.

Apenas quando o engenheiro de Perez fala ao mexicano que ele não fará mais pit stops, Barrichello passa a cogitar a possibilidade, mas Galvão duvida até o final. “Se esse pessoal todo não parar, muda a história da corrida. Mas com 10 voltas para o fim não acredito que seja possível.”

O momento da comunicação da McLaren também é quando um cético Brundle se convence de que eles realmente vão até o fim, possibilidade que era defendida desde o início pelo narrador Croft. “É uma grande notícia, porque se as McLaren, Raikkonen e Alonso não pararem, isso significa que Webber e Mercedes vão ter que passar todos eles. O final será elétrico.”

Na volta 50, Gutierrez é o primeiro a começar a sofrer com os pneus usados, o que chama a atuação de Brundle. “Ele trocou esses pneus na mesma volta de Alonso. Pode ser um sinal de que ele terá problemas no final.”

Logo depois, quando Di Resta bate, Lobato pede um Safety Car, mas De la Rosa alerta que “agora não seria bom, só ia expor quem não quer parar”. Galvão, por outro lado, vê “a corrida caindo no colo do Alonso, que sempre tem muita sorte” caso houvesse outra interrupção. Mas a decisão é por continuar com bandeira verde.

Kravitz destaca a “grande corrida de Alonso, fazendo estes pneus durarem”, mas salienta que o espanhol “está sendo muito ajudado por Button, que segura Kimi”. Contudo, o finlandês resolveria isso com uma belíssima manobra por fora. “Jenson vai odiar assistir isso depois, ele não devia ter deixado a porta aberta ali”, lamenta Brundle. “Raikkonen, como sempre, estava em destino desconhecido a corrida inteira e agora apareceu na frente”, observa De la Rosa

Como de praxe, ainda havia tempo para um drama técnico na Red Bull. Primeiro, “vibrações” no freio de Vettel, ainda que isso não impressione De la Rosa. “Minha teoria é que eles ficam inventando histórias pelo rádio porque não sabem como frear Vettel.” De fato, quem realmente fica pelo caminho é Webber. “Não era este motor que tinha de quebrar”, lamenta Lobato, que emenda.“E tinham tido antes da corrida que o câmbio de Vettel estava ruim. Ainda bem, imagine se estivesse bom.” E De la Rosa completa: “Ganhou por 32s errando a estratégia.”

Galvão fala em “conjunto homem-máquina imbatível”. Salientando que a Ferrari não esperava nem lutar pelo pódio, os espanhóis também destacam a corrida de seu piloto. “Vettel teve um final de semana perfeito e teve um ritmo estratosférico, mas fiquemos de pé para este homem que chega em segundo. Porque com o carro que tem…” É um tom semelhante ao de Croft. “Só Deus sabe onde Vettel estaria se não tivéssemos tido um Safety Car nessa corrida. Ele brilhou mais do que as estrelas no céu mas, atrás dele, temos de destacar as duas grandes pilotagens e estratégias de Alonso e Raikkonen.”

13 Comments

  1. Ju, duas perguntas: 1º vc acredita que o ritmo de Rosberg pode ter ajudado na corrida de Vettel, segurando o bloco?; 2º vc sabe se esse motor/câmbio de Vettel era novo, levando a ele forçar tanto o ritmo? Ps: esse Lobato é o cúmulo do fanatismo, kkkkk. De La Rosa deve usar abafador, kkkk

    • Definitivamente não, Rosberg tinha mais ritmo que Alonso, que vinha em 3º. O ritmo de Vettel é que era mesmo muito superior aos demais.

    • não… a gearbox do vettel era usada. esta era a sua ultima corrida. era a maesma caixa usada em monza e que lá também tinha tido problemas.

      • Perfeito. E sobre Rosberg, ele só segurou o pelotão nas voltas entre o SC e sua parada, mas é óbvio que Vettel tinha muito mais ritmo de qualquer maneira.

  2. Pof favof!!!! Essos hispanos mais parecem uns gilipollas.

  3. Sobre os 2 segundos de Vettel.

    Antes, era a suposta asa flexível, agora, já expuseram outra ilegalidade. Giancarlo Minardi (ex-dono de equipe) polemiza em Singapura:

    http://www.minardi.it/international/news/singapore-whats-inside-newey-and-vettels-magic-hat-see-more-at-httpwww-minardi-itinternationalnewssingapore-whats-inside-newey-and-vettels-magic-hatsthash-ukc90dky-dpuf/

    Os carros de Newey sempre entram em polêmica. Coitado. Agora já sei o motivo de sua calvície.

  4. Desculpe fugir do tema de seu post, mas você vê a Moto GP, Julianne? Incrível, não? Nos treinos, Marc Márquez fez uma paella de Jorge Lorenzo e Dani Pedrosa. Hoje, na corrida, a Formiga Atômica DEVOROU sozinha e inteirinho – com muita pimenta – um “Lorenzo à Aragonesa”, apesar de ser um prato pra lá de indigesto. Estou aguardando seu competente pitaco, Bruz.

    • Cara que dizer, eu hoje fiz uma paella para 20 (de verdade), exagerei no arroz e dessa vez se perdeu o azafrão. O problema de Marquez é esse, o garoto gosta do exagero e a Moto GP não perdoa com os tombos… Mas é claro que Marquez é grande mestre cuca e quem pagou os mariscos foi o pedrosa (que por sinal hoje ficou mais picado ainda). A Honda hoje tinha uma leve vantagem na velocidade final, mas a passada sobre Lorenzo foi no braço na freada mesmo… Tiro a minha paella louco. A de Marquez é muito melhor (mas cuidado com um tombo… e com o Pedrosa que capaz joga pa outra paella). Por isso ainda não fecho este campeonato. E mesmo que Marc coloque as duas mãos na taça, cada minuto será bom até o final.
      Fuerte Abrazo viejo… y Olé!!

      • Esse guri é realmente impressionante, Bruz. Conforme li por aí, interessante é que ele declarou ter sentido mais a passagem da 125 cc para a Moto 2 (por causa do peso) do que da Moto 2 para a Moto GP, que pesa apenas mais um pouquinho mas que tem quase o dobro da potência da Moto 2 (mais de 250 hp contra 140 hp, respectivamente). Daqui pra frente vai ser cada vez mais difícil segurá-lo. Pena que o Stoner tenha se retirado, aí sobra só o Lorenzo, porque infelizmente a idade chegou para o Valentino Rossi (só 34 anos!). Não boto fé no Pedrosa. Outra coisa: se a equipe diz que houve o toque e o sensor do controle de tração da moto do Pedrosa ficou avariado não sou eu que vou dizer que o toque não aconteceu, mas a olho nu Pedrosa caiu sozinho, muito depois. Dizem que foi surpreendido pela falta desse mecanismo (ou “eletronismo”, hahaha).
        Grande abraço.

  5. Julianne,

    No meio de tanta celeuma, li por aí um comentário que a Red Bull estaria misturando seu energético na gasolina do carro de Vettel, rsrsrsrs. . . E na do Webber, lá em Cingapura, será que misturaram TNT?


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