F1 30 anos de Piquet campeão: as 3 vitórias da temporada - Julianne Cerasoli Skip to content

30 anos de Piquet campeão: as 3 vitórias da temporada

Neste quarto dia de especial sobre os 30 anos do primeiro título de Nelson Piquet na F1, feito em parceria com o Café com F1, falaremos sobre as três vitórias do brasileiro naquela temporada.

Piquet Reutemann Prost Argentina 1981
Piquet, no pódio na Argentina, ao lado de Reutemann e Prost

Depois de ver as Williams dominarem as duas primeiras provas do ano, nos Estados Unidos com Alan Jones e no Brasil com Carlos Reutemann, a Brabham foi para a Argentina precisando reverter o jogo. E foi um fim de semana espetacular para a equipe, com Nelson Piquet conquistando a pole e vencendo a corrida de ponta a ponta. No fim, chegou 26,610s à frente de Reutemann, o 2º colocado.

Mas um estopim foi aceso neste mesmo fim de semana. Frank Williams entrou com protesto contra a Brabham, pois segundo ele a equipe estava usando as saias laterais, que haviam sido proibidas no início do campeonato. “Os carros deles estavam claramente com as saias e, se fosse legal, nós também estaríamos usando. Não sei por que razão a FISA ratificou aquele carro, mas foi com certeza um dia negro para o automobilismo”, disse Frank.

Em defesa da equipe, o engenheiro da Brabham Gordon Murray disse que não gostava muito de ficar discutindo com as pessoas, mas que estava profundamente triste pela postura de Frank Williams. “Tenho muito respeito por ele e pelo trabalho dele, mas precisamos reconhecer que ele nunca criou coisas muito originais”. O protesto ficou nisso e, com aquele resultado, Piquet pulou para 13 pontos no campeonato, oito a menos que Reutemann e cinco de Alan Jones.

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No GP seguinte, a F1 chegava à Europa para a corrida de San Marino. A pole ficou com Gilles Villeneuve, que liderou as primeiras 14 voltas. A prova começou com pista molhada e Nelson Piquet, que largou em quinto, acabou completando a primeira volta apenas na nona posição. Alan Jones teve problemas logo na segunda volta e, com isto, o brasileiro herdou uma posição. Na sexta volta foi o inglês John Watson, da McLaren, que enfrentou problemas e Piquet pulou para sétimo.

O brasileiro continuou ganhando posições. Na volta seguinte, ele ultrapassou o francês René Arnoux, da Renault, e, com o problema do também francês Jacques Laffite, passou a ocupar a quinta colocação. A prova passou então por um momento de calmaria até a volta 15, quando Villeneuve teve que parar nos pits, pois os pneus Michelin não estavam respondendo bem. Na mesma volta o brasileiro superou Carlos Reutemann e com isto ficou com a terceira posição.

Deu-se início então a um batalha fantástica contra o italiano Ricardo Patrese, da Arrows. Foram sete voltas intensas, com Piquet tentando encontrar um espaço em praticamente todos os pontos, até que na volta 22 ele efetuou a ultrapassagem. Restava apenas o francês Didier Pironi, da Ferrari, na frente e Piquet foi à caça. Na volta 47, superou o rival e assumiu a liderança da prova para não mais deixar. No campeonato, ele pulava para a segunda posição, três a menos que Reutmann.

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Piquet passou por um péssimo momento no campeonato. Entre a última vitória em San Marino e a prova da Alemanha foram disputadas cinco etapas, das quais ele terminou apenas uma, na França, onde ficou com a terceira posição. A má fase deu pinta de que continuaria na Alemanha, quando se classificou apenas na sexta posição e, na largada, ainda tocou em Pironi e perdeu parte da asa dianteira. Ele teve que se adaptar ao novo comportamento do carro para começar a andar rápido.

Logo ele estava na terceira posição, atrás de Alain Prost, que liderava, e Alan Jones. Ele ficou apenas acompanhando o duelo entre os dois até que Jones passou Prost e foi embora. Piquet, para não perder muito tempo, também atacou Prost e assumiu a segunda posição. Ele foi então à caça do piloto da Williams, que acabou tendo problemas com o carro e deixou a vitória de presente para o brasileiro. Com o resultado, ele continuava na vice-liderança do campeonato, oito pontos atrás de Reutemann.

Faltavam, então, 5 etapas para decidir o título. Depois de obter 5 pódios nas 5 primeiras provas, vencendo duas delas, e disparar na ponta, Reutemann iniciava uma tendência de queda: nas 5 corridas seguintes, tinha abandonado por duas vezes, e marcado apenas 9 pontos. Piquet e o companheiro-desafeto Alan Jones vinham na cola do argentino, que já dava sinais de que sentia a pressão. Amanhã, no 5º e último capítulo da história do 1º título de Piquet, veremos como foi essa parte final do mundial.

2 Comments

  1. Tendo em vista a cobrança nos dias de hoje, esse caso das saias laterais da Brabham, que eram proibidas, serem aprovadas pela FISA, beira o amadorismo. Realmente, foi um campeonato de “muitas” falhas. Três fatos me chamaram a atenção em relação à San Marino e Hockenheim: – A quantidade de quebras, a quantidade de ultrapassagens, e a possibilidade de se vencer, mesmo vindo de trás (será que tem a ver com as estratégias kamikases de não se trocar pneus?). Uma dúvida: – Quando vc falou da parada de Villeneuve (San Marino), ficou a dúvida: – Piquet não parou? Vi um vídeo de Hockenheim 1981, e parece que Piquet, terminou a corrida com a asa dianteira danificada, algo inimaginável na f1 atual de alto down force. Será o efeito solo?


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