Até pouco mais da metade do campeonato, o caminho de Reutemann ao título parecia claro. O argentino tinha um carro rápido e confiável – havia abandonado apenas uma prova até a 10ª etapa, de um total de 15 – e somava 17 pontos de vantagem para seu companheiro e desafeto Alan Jones e para Nelson Piquet.
Foi apenas no 10º GP, na Alemanha, que o brasileiro iniciou sua virada rumo ao título. Depois de 3 abandonos em 4 provas, foi consistentemente fazendo mais pontos que os rivais para ultrapassar Reutemann na última etapa.
O argentino viu sua vantagem zerar após apenas 3 provas, com uma quebra de motor e um acidente, após exagerar otimismo em disputa por posição com Laffite. Com Piquet constantemente no pódio, marcou apenas 2 pontos.
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Mas Reutemann ainda tinha as últimas 3 provas para se recuperar: os GPs da Itália, Canadá e Las Vegas fechavam o campeonato. No 1º round, o piloto da Williams foi 3º, se aproveitou de uma quebra, a duas voltas do final, de Piquet, e conseguiu respirar um pouco. No GP seguinte, o brasileiro largou mal da pole num circuito encharcado em Montreal e terminou em 5º, mas o rival não pontuou. Jones, que abandonou, saiu da disputa do título. A final seria uma luta franca entre Reutemann e Piquet, separados por 1 ponto, e Lafitte, a 6 do líder, também tinha chances.
Reutemann fez sua 2ª pole do ano em Las Vegas, numa primeira fila fechada pela Williams, mas foi ultrapassado logo na largada por Jones e outros 3 pilotos, indo parar logo á frente de Piquet. Era o necessário para ser campeão. Contudo, o argentino foi ultrapassado pelo brasileiro e se perdeu na corrida, tornando-se presa fácil para os concorrentes e terminando em 8º. Mesmo com um tímido 5º lugar, Piquet venceu seu 1º campeonato mundial. Pouco comemorou. Exausto, teve que ser ajudado pela equipe para sair do carro.
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Numa das frases célebres que disparou naquele dia, perguntado para quem dedicava aquele título, não pensou duas vezes. “Dedico pra mim mesmo, fui eu que ganhei, pô!”
4 Comments
Excelente! Eu tinha só um ano em 81 e não fazia idéia de como tinha sido a temporada. Basicamente, Piquet levou sem ter o melhor carro porque foi mais esperto e seguro.
Eu lembro dessa temporada, o mais bacana é que uns poucos anos antes Piquet havia lustrado o carro de Reutemann num GP Brasil.
O Reutemann reclamou muito por causa da corrida em las Vegas; “Esta corida em Las Vegas nó estabas programado”
“Si o campeonato termina no Candá el so campeón”! hahah
Hehe, o caráter explosivo e direto de Piquet, as vezes, faz falta, em uma f1 muito politicamente correta. É interessante, mesmo com o passar dos anos, e mudanças de regulamentos, certos fatos recorrentes na f1. Como a semelhança do título de Piquet em 81 com as disputas de 1986, 2007 e 2010, onde o “azarão, acabou rindo por último.