Não estive presente no Circuito das Américas no último final de semana, mas isso não significa que vocês não terão os drops do paddock, desta vez com informações checadas com os colegas que estavam por lá.
- O final de semana teve 270 mil espectadores, deixando clara a tendência de crescimento que já vinha dando sinais no ano passado, mas que acabou não sendo comprovado pelas condições climáticas pra lá de desfavoráveis que tivemos ano passado. Essa história de que os americanos não ligam para F-1 vem mudando. Ainda que seja uma minoria, podem ter certeza que é apaixonada.
- Não são poucas as histórias de que Bernie Ecclestone está tentando viabilizar o GP do Brasil para além da próxima temporada. E a maneira como o (por enquanto) homem-forte está tentando fazer isso é criando o sistema de revezamento que funcionou, pelo menos por algum tempo, na Alemanha.
- A família Nasr já tentou pressionar os políticos para melhorar as condições de Brasília, um dos circuitos que poderia alternar o GP Brasil com São Paulo, mas os progressos são lentos. Tendo isso em vista, Ecclestone também estaria conversando com os argentinos de acordo com a mídia local. No caso de Buenos Aires, também, a prova só aconteceria em 2018 devido às reformas necessárias no circuito que não recebe a F-1 há 20 anos. Interlagos, portanto, teria que se garantir para o ano que vem de qualquer jeito.
- Outro GP que pode ficar de fora é o GP da Malásia. Mas isso só em 2019, quando termina o atual contrato. A situação não deixa de ser curiosa, pois a venda dos ingressos do GP que já é o mais barato do campeonato caiu na última temporada, chegando a apenas 60%. Os organizadores culpam o domínio da Mercedes. Mas quem é o grande patrocinador da prova? A Petronas, uma das grandes responsáveis pelo sucesso da equipe alemã.
- Já no mercado de pilotos, difícil está sendo separar as informações que chegam aos jornalistas por determinado interesse para medir a temperatura de um negócio já fechado e o que realmente é um furo. O que aconteceu com Daniil Kvyat durante o final de semana foi claro: um colega foi usado para pressionar a Toro Rosso a fazer o anúncio.
- Se este é o mesmo caminho do que foi feito pela prestigiada Auto Motor und Sport no caso de Nasr, é impossível dizer. O que parece, à distância, é que há mais do que uma fagulha nesse palheiro, mas não seria de se espantar se até os patrocinadores de Sergio Perez estivessem contentes com a chegada do brasileiro, representando um mercado importante para eles. A relação entre a família do brasiliense e o pessoal de marketing já existe.
9 Comments
Bom Dia, Jú vc vai ao GP do México?
Vc acredita que mesmo com a compra da F1 pelo grupo americano o sistema de escolha dos circuitos permanecerá o mesmo?
O que mais pesa em Interlagos, o paddock ou as taxas?
Um abraço
Já estou no México, Daniel.
A postura dos novos donos ainda não está clara, seria chute opinar. E em Interlagos são as taxas.
Cara Ju , essa possibilidade do revezamento Interlagos / Brasília seria sensacional , para mim como fã de automobilismo esportivo ; uma pena que muito pouco provável de acontecer , por razão de várias circunstâncias , algumas quais você já indica nesse post.
Dos autódromos no Brasil onde tive a chance de fotografar corridas (não todos) o de Brasília é o que mais curti, quase junto com Interlagos.
Aqui agora de dedos cruzados torcendo para que as circunstâncias da fortuna se encaminhem para a recuperação e revitalização desse belo autódromo que possuía um muito interessante traçado (ao redor de 5 kms de extensão).
um ótimo weekend pra você aí na Cidade do México.
Depois do vexame que ocorreu com a Indycar em Brasilia seria muito inocente o Bernie Ecclestone acreditar nessa possibilidade. Existe uma sensação que Bernie Ecclestone tem algum sentimento afetivo pelo Brasil e que por isso quer por todo custo manter a corrida e até avalizar o Nasr na Force India. Mas eu acho mesmo que ele só pensa no dinheiro das taxas e que se aparecer outro pais da America Latina ou mesmo fora com mais dinheiro para pagar que o Brasil, certamente a corrida acaba. Acho que ele compreendeu que o limite de corridas foi atingido e que daqui para frente para alguém entrar , um vai ter que sair e certamente sairá quem paga menos. Como a F1 está em crise no Brasil e que a organização tem cada vez mais dificuldades para fechar as contas, é de se imaginar que o Brasil está entre os paises que correm mais risco.
Não é sentimento afetivo é sentimento R$, o Brasil ainda é o maior consumidor da F1, tanto que é um dos poucos países em que as corridas ainda passam em T.V. aberta, apesar dos vacilos da emissora e é um dos maiores mercados automotivos do mundo, por tudo isso o Bernie precisa do Nasr disputando boas posições e quem sabe o velhinho também viabiliza a vinda do Sette Câmara para a Toro Rosso em 2018?
Uma pena que o autódromo do RJ tenha sido demolido sem que o autódromo de Deodoro estivesse de pé, agora nunca mais vão completar as obras, seria ótimo um revezamento RJ-SP.
Abraços pros meninos e bjs pras meninas!
Um grande bjo pra vc Julianne, super fã do seu trabalho!
Olhando o ibope das corridas dá para ter uma boa idéia do quanto a F1 é popular no Brasil… E atrelar F1 com venda de carros no Brasil não tem muito sentido. Dos dez medelos mais vendidos no Brasil só um tem alguma relação com a F1 , o Honda HR-V em oitavo. E não acho que um brasileiro vá comprar um Mercedes porque a marca ganhou os 3 últimos títulos da F1.
Vou mais longe, Dennis: o governo do DF, na figura do infame governador Agnelo Queiroz (que, na tentativa de se reeleger, prometeu a várias classes de servidores aumentos salariais que o atual governo não consegue cumprir), assinou um contrato com a Dorna em 2013 para receber o mundial de motovelocidade a partir de 2014, mas não moveu uma palha para levar o projeto adiante. Todos os recursos foram destinados ao Estádio Mané Garrincha, o mais caro já construído: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/04/04/estadio-mais-caro-da-copa-pode-levar-mil-anos-para-recuperar-custo-ao-df.htm
Resultado: o Distrito Federal tem um rombo imenso nas contas a ponto de sequer conseguir pagar seus servidores: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2016/10/gdf-estima-faltar-r-76-milhoes-para-pagar-salarios-de-servidores-no-dia-5.html
Especular a realização de uma prova de Fórmula-1 por aqui beira a insanidade, pois, devido à falta de dinheiro, a reformulação do autódromo deve ser a última prioridade.
http://entretenimento.r7.com/blogs/keila-jimenez/2016/09/02/mesmo-sem-massa-globo-garante-f1-sem-mudancas-em-2017/
http://br.motorsport.com/f1/news/analise-a-queda-de-audiencia-da-f1-e-os-fas-online-679495/
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,numeros-de-audiencia-da-f1-em-2012-caem-brasil-e-maior-mercado,998389
O problema da F1 é global, se o Brasil tem o maior mercado, tem proporcionalmente mais perda que os outros mercados, titio Bernie que não tem lidado bem com a quest~~ao da modernidade nesse campo.
Sim sei que o link de maior mercado é de 2012, mas também sei que até 2015 o Brasil ainda era o maior mercado consumidor.
O Bernie precisa de um Brasileiro disputando boas posições.
Abraços pros meninos e bjs pras meninas.