Depois das grandes mudanças de 2017, esta temporada terá mais estabilidade, mas ainda assim há duas alterações bastante visíveis: a adoção do halo e o fim das barbatanas. Fora isso, uma revisão na suspensão foi decidida bem tarde, em dezembro, e não agradou em nada Red Bull e Ferrari. Vamos às mudanças:
Adoção do halo:
Pode ser que dure apenas um ano. Afinal, a própria FIA reconhece que não é a melhor solução do mundo. Mas o fato é que o halo vai invadir várias categorias controladas pela entidade em 2018. Ele muito provavelmente não seria eficaz nos dois últimos acidentes mais graves da F-1 (Bianchi e Massa), é desaprovado pela grande maioria dentro e fora do paddock, mas foi o máximo que os engenheiros conseguiram desenvolver por enquanto. Entretanto, os estudos com coberturas mais parecidas a aviões de caça continuam e uma nova mudança pode vir já para 2019.
O halo traz implicações de aerodinâmica, peso e marketing e pode dificultar a saída do carro em alguns casos. Mas veremos isso com mais detalhe aqui no blog ainda em fevereiro.
Fim das barbatanas. De novo:
Quando as regras de 2017 foram estabelecidas, não foram colocados limites na área logo atrás do santantonio, dando a possibilidade dos engenheiros utilizarem pequenas asas para direcionar o fluxo aerodinâmico nas asas traseiras com as chamadas barbatanas de tubarão. E, especialmente nos circuitos mais lentos, a pressão aerodinâmica foi aumentada com asa asas T.
Para explicar melhor, o regulamento determina retângulos imaginários em várias áreas do carro nos quais não é permitido instalar quaisquer apêndices aerodinâmicos. E essa área em que antes víamos as barbatanas, agora está dentro destes retângulos.
Sem suspensão “inteligente”:
Uma das grandes batalhas da FIA nos últimos anos tem sido combater os inteligentes sistemas de suspensão que buscam imitar a velha suspensão ativa, controlando a altura do carro de diferentes formas, mas sempre tentando adaptá-lo a cada curva, a cada movimento, estabilizando esta altura de forma a melhorar o desempenho aerodinâmico do conjunto nas curvas e aumentando a aderência do carro.
Por anos, o foco foi a Mercedes. Em 2017, ele se voltou para os sistemas de Red Bull e Ferrari, que conseguiram relacionar a suspensão ao ângulo usado no volante, algo que está banido, pelo menos oficialmente, para 2018.
Motores longa vida:
Uma das regras mais polêmicas de 2018 já estava determinada desde que o regulamento de 2014 foi aprovado: no quinto ano desta geração de unidades de potência, cada piloto teria direito a apenas três delas (a grosso modo, pois são apenas duas baterias, MGU-Ks e centrais eletrônicas) durante a temporada. Porém, agora são disputadas duas corridas a mais do que naquela época e a tal UP deu muito mais trabalho do que era imaginado. Mesmo assim, devido à questionável bandeira da economia, a regra foi mantida.
Existe a possibilidade das equipes pouparem muito mais suas unidades, mas isso depende diretamente do nível de competitividade no campeonato. Na verdade, pode até ser positivo, pois mesmo se o líder tiver um ritmo muito superior, ele vai precisar dosar velocidade x confiabilidade.
O número de punições, todavia, deve aumentar e, prevendo isso, a FIA alterou mais uma vez a maneira como essas penas são dadas, tentando simplificar o sistema de formação do grid. Mas isso, também, é assunto para outro post…
5 Comments
A FIA e suas regras estranhas, tipo ninguém mexe com a Mercedes, eu achando que com os americanos na administração as coisas iriam ficar mais simples, mas vemos que a boa e velha política aínda manda e desmanda por lá.
Na vdd tentaram tirar a mercedes da liderança qdo mudaram o regulamento em 2017, dando mais importância aos aspectos aerodinâmicos. O problema é que os engenheiros da mercedes são muito bons mesmo hehehe
Ju, queria a sua visão sobre esse argumento “questionável”, como você mesmo disse, da economia quanto à regra dos motores.
O que é questionável não é a regra em si, mas falar em economia quando foram gastos milhões para desenvolver tecnologias que se duvida que serão usadas pela indústria automobilística e que devem ser deixadas de lado pela própria F-1 depois de 7 anos (com o novo regulamento de 2021)
Não sei minha reação sobre o Halo, agora, o fim das barbatanas acho salutar. As barbatanas descaracterizavam os carros. Sobre contenção de gastos, nunca achei um bom argumento, afinal sempre vi a F-1 como uma excentricidade, e falar em motores duráveis, sem som, quando falamos de disputa de performance me parece contraditório. Não, obrigado, a F-1 não salvará o mundo!