No F1 on demand, os apoiadores Credenciados do projeto do No Paddock da F1 com a Ju podem mandar as suas perguntas ou encomendas de temas para eu correr atrás no paddock:
Kezo Manabe fez duas perguntas sobre a troca de Gasly por Albon na Red Bull: Qual foi o critério adotado pela escolha do Albon no lugar de Gasly e não o Kvyat? Albon está tranquilo ou já sente a pressão de ter fazer resultados! (ouvi numa mídia internacional que ele não queria ir)
Para compreender a situação dos pilotos da Red Bull-Toro Rosso, é preciso entender a mentalidade de Mateschitz ao ter duas equipes. Para a marca, é importante ter um certo perfil, é importante que esse perfil seja jovem e também conta quais mercados seus pilotos representam. É claro que Horner, Marko e companhia têm a missão de fazer com que a parte esportiva seja também levada em conta, mas é sempre importante lembrar que a empresa Red Bull usa a Fórmula 1 como ferramenta de marketing, como as outras, mas eles, ao contrário dos rivais, não vendem carros.
Feita a introdução, a decisão de subir Albon e não Kvyat se deu, oficialmente, pelo fato do russo “ser algo conhecido”, como disse Horner. Isso depois que o Marko afirmou que ele tinha “voltado completamente diferente” após a demissão, com uma nova atitude. Ou seja, não cola.
Parece-me que a Red Bull não confia em Kvyat, ou que ele não se encaixa à estratégia da marca. Ao mesmo tempo, o mercado do sudoeste asiático é imenso e isso não pode ser subestimado.
Certamente, Albon preferia ficar na Toro Rosso e ganhar experiência. Por outro, a carreira dele foi sempre assim: ele acabou sendo treinado a lidar com o que viesse adiante. Foi assim que ele apareceu nos testes sem nunca ter andado num F-1 antes e foi bem. Foi assim que ele saiu de 17º e terminou em quinto na primeira corrida pela Red Bull.
Será assim daqui até o fim do ano? Não foi nem com Verstappen.
Igor Rabelo Melo quer saber sobre o futuro do GP do Brasil, uma vez que Doria afirmou que anuncia em novembro a renovação com Interlagos.
Nas negociações deste ano, a Liberty Media mostrou que não se importa muito em deixar o calendário indefinido até a metade do ano seguinte, ou mesmo em ir renovando anualmente os acordos. É uma maneira diferente de lidar com isso em relação a Bernie Ecclestone, que queria contratos longos (nos quais a race fee ia aumentando exponencialmente, algo que os promotores querem evitar de qualquer jeito hoje).
Mas o que isso tem a ver com o Brasil? De um lado, temos um GP que, na visão da Liberty, representa a “velha política” de Ecclestone (nas mãos do promotor Tamas, com quem eles não querem negociar) e em um circuito que passa por um processo de privatização (os primeiros projetos começaram a ser revelados agora, então não podemos esperar que algo, de fato, aconteça em menos de dois anos).
De outro, temos uma concessão parada esperando a conclusão de um estudo ambiental, algo que já vem se arrastando por algum tempo. Os promotores da prova do Rio colocam a entrada no terreno em novembro como o prazo necessário para construir a pista para receber a corrida de 2021. Falando-se em Brasil, mas sem qualquer experiência nesta área, imagino que seja otimista.
Com todo esse cenário, se você fosse a Liberty Media, o que faria? A alternativa de São Paulo não é perfeita e pode não existir mais dependendo do que acontecerá com o processo de privatização (acho que a Liberty já percebeu que os políticos não são chegados em continuidade no Brasil, e tudo pode mudar de uma eleição para a outra). E a alternativa do Rio, no momento, inexiste, mas isso pode mudar a médio prazo. A melhor saída seria renovar por mais um ano com São Paulo e observar o que vai acontecer, até porque já está claro que o GP do Brasil virou um cenário de jogo político, e há pouca coisa tão volátil quanto a política brasileira nos últimos anos.
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