No papel, não há motivos para acreditar que o segundo GP na Áustria (oops, GP da Estíria) vai ser muito diferente do primeiro. Afinal, a pista não terá alterações e os compostos de pneus serão os mesmos. Só a previsão do tempo mesmo que parece ser um pouco diferente, desta vez com mais calor nas simulações na sexta-feira do que na corrida, e com grande possibilidade de chuva para o sábado, o dia todo. Isso seria uma boa, mesmo se a água não cair na classificação: só por limpar a borracha já abriria algumas possibilidades. Além disso, a temperatura no domingo deve estar bem mais baixa do que na simulação de corrida, o que costuma complicar a vida dos engenheiros.
O foco neste momento não deve ficar tanto em atualizações, mas sim em tirar tudo do carro. Principalmente no super competitivo meio do pelotão, tudo o que foi compreendido sobre o carro de uma semana para a outra vai contar como vantagem.
Mesmo sendo a segunda corrida, no entanto, as quebras que vimos na primeira etapa não devem ficar restritas à estreia. Pelo menos se a teoria de Andrew Shovlin, da Mercedes, estiverem certas:
“A pista da Áustria é horrível para os carros. Normalmente, você começa a temporada em Melbourne, uma pista em que é difícil de ultrapassar, e então pode cuidar do seu carro e, mesmo assim, não será ultrapassado. Aqui é um circuito em que é bem fácil ultrapassar e, se você não usar as zebras e não forçar o ritmo, corre riscos.”
E novas quebras devem trazer mais SC à pista. O diretor de provas, Michael Masi, não soube explicar por que deu preferência a colocar o SC na pista à adotar o VSC. Disse que não havia nenhum outro motivo, foi simplesmente uma questão de circunstância. Circunstância essa que se repetiu na F2. Ficou um pouco estranha a explicação, então veremos quais serão as tais circunstâncias neste final de semana.
Para a Mercedes, é preciso encontrar uma solução para diminuir o “ruído elétrico” que fez com que o ataque às zebras resultasse em mensagens de falha iminente do câmbio. Eles se mostraram confiantes quanto a isso, mas foi interessante que Wolff falou em “dar um jeito” para a segunda corrida. Outro ponto importante é que, desta vez, é Valtteri Bottas que tem a prioridade do vácuo na classificação. Além disso, vejamos como Hamilton se comporta agora que está a cinco pontos de levar uma suspensão, ainda mais sabendo que carregará pelo menos seis até novembro. E devemos ter várias corridas até novembro…
Na Ferrari, perder 1s na classificação foi tão humilhante que o time acelerou as atualizações, ainda que nem tudo seja esperado para este final de semana, e talvez não esteja em ambos os carros. Sabe-se que há um assoalho que será testado por Vettel e uma asa dianteira, por enquanto. E, como Binotto deixou claro, não vai resolver tudo de uma hora para a outra. Para Vettel, é importante entender o que aconteceu com o carro entre sexta e o fim de semana, e ele indicou que os freios podem ter sido o problema. Pelo menos a Scuderia sabe que o carro é confiável, assim como a Alfa Romeo.
Depois de se preocupar bastante com a Mercedes na estreia, a Red Bull tem vários problemas internos para resolver, depois de dois abandonos por questões elétricas diferentes relacionadas ao motor, mas que não estragaram as unidades de potência. A Honda parece tranquila após investigar o que deu errado no domingo. Mas não para por aí: apenas de ter claramente o segundo melhor carro do grid, o modelo é nervoso, e trocar a asa dianteira (só Max usou a nova, mas ambos reclamaram de saídas de traseira) não resolveu.
It’s a Formula One first with a double header at the same #AustrianGP circuit. How is the @MercedesAMGF1 team approaching this new challenge? https://t.co/SA1UysJEqc
— UBS Formula 1 (@UBSf1) July 7, 2020
A McLaren provavelmente teve o piloto do primeiro final de semana, ainda mais depois daquela última volta, e demonstrou uma característica interessante: o carro anda melhor com pouco combustível, na classificação e no final da corrida, algo que o time ainda não entendeu muito bem. E resta, também, isso se estender para Carlos Sainz, que não conseguiu encontrar o acerto ideal e agora tem sua segunda chance neste final de semana.
Falando em segundas chances, a Renault terá a oportunidade de ver onde está sem interferências na classificação (Ocon não teve vácuo e Ricciardo foi “vítima” da bandeira amarela de Bottas). Como os carros de Ferrari, Racing Point, McLaren e do time francês estão muito próximos, qualquer centésimo está fazendo a diferença.
A bandeira amarela no Q3 também foi uma pedra no sapato da Racing Point, que tentou uma jogada diferente na corrida ao colocar Perez no pneu médio, mas depois ficou sem compostos novos para reagir no segundo Safety Car. É a única explicação para priorizar a posição de pista em um circuito em que não é tão difícil ultrapassar (se você conseguir chegar perto o suficiente nas retas, é claro). A boa notícia é que, com uma classificação limpa, Perez deve conseguir largar na frente dos carros laranjas.
Chamou a atenção também no primeiro fim de semana em Red Bull Ring as falhas relacionadas aos motores Mercedes, na Racing Point e na Williams, o que não foi comum nos últimos anos, especialmente nos clientes. E é claro que a fumaça branca que saía dos carros da Racing Point, que a equipe disse serem por excesso de óleo, não passaram despercebido…
Finalizando, a missão da AlphaTauri de escapar do Q1 foi bastante facilitada pela perda de rendimento dos carros equipados com motor Ferrari. Mas ainda falta um pouco de rendimento para lutar com o próximo grupo. Para o segundo final de semana no mesmo circuito, vale ainda um reforço no freio (mesmo caso da Haas, cujos problemas foram gerados pela falta de arrefecimento) e outro na suspensão, já que a estreia foi a prova de que chegar até o fim pode gerar bons dividendos.
1 Comment
Uma nova corrida na mesma pista e com apenas uma semana a separar as duas, mas que pode ser bem diferente da do ultimo domingo.
Vamos ver até que ponto os problemas dos Mercedes ficaram resolvidos. Se os Ferrari, com o novo pacote aerodinâmico, estão mais competitivos e se os Red Bull vão andar mais perto dos Mercedes.
São muitos pontos de interesse numa corrida, sem referir as condições climatéricas que podem ser bem diferentes.
cumprimentos
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