Sebastian Vettel é muito provavelmente o piloto que trabalha mais duro no atual grid. Discípulo de Schumacher, ele costuma ser o primeiro a chegar e o último a sair. Mesmo assim, não passou despercebido o fato de ele ter passado praticamente toda a quinta-feira ao lado de seus mecânicos enquanto eles montavam seu carro. Parecia querer se certificar de que tudo estava sendo bem montado – sim, os carros viajam totalmente desmontados e leva hora para montá-los.
Dava para sentir na quinta-feira que tinha muito jornalista que bancou que Vettel estava assinado com a Aston Martin e que o anúncio só estava esperando a poeira baixar depois do teste positivo de Perez meio perdido. E Vettel não tem ajudado pedindo que os jornalistas simplesmente “copiem e colem” suas declarações das últimas semanas, de que não sabe o que vai fazer. E, quando perguntado quando vai divulgar sua dupla de pilotos para o ano que vem, Otmar Szafnauer simplesmente diz que eles já fizeram isso ano passado, quando anunciaram que Sergio Perez assinou por três anos, ainda que, sobre Stroll, só foi dito na época que ele continuaria em 2020 pelo que me consta.
Sobre Albon, a avaliação da Red Bull é de que ele precisa se ouvir mais. Ele é daqueles pilotos que analisam muito bem os dados, mas têm mais dificuldade de reagir às dificuldades sem ter as informações prévias. Um pouco como Nico Rosberg. E esse carro da Red Bull não é fácil de pilotar e exige muito instinto. É um carro nervoso. Então dá para entender quando ele fala que precisa parar de brigar com o carro e começar a pilotá-lo. É algo que vem muito mais naturalmente para Max do que para ele. Com Max, a equipe teve o trabalho exatamente contrário: acalmar a fera, e isso eles fizeram bem.
Um exemplo de como o mundo da Fórmula 1 é autocentrado foi a sugestão de que a empresa que comprou a Williams teria ligações com Bernie Ecclestone porque tem as iniciais BLE. Um pouco de falta de imaginação, concordam? No final das contas, foi um bom negócio para a família Williams, já que a Dorilton assumiu as dívidas e ainda vai pagar mais de 170 milhões dólares. Certamente no caso de Frank Williams e sua família, aquela máxima de que a melhor forma de virar um milionário é começar na F1 como bilionário não se aplicou. Além de milionários, eles saem (e vão sair aos poucos, já que a nova dona não tem histórico de fazer mudanças drásticas nos negócios que assume) tendo construído uma bela história de muitas vitórias.
Agora que o Pacto da Concórdia e o calendário de 2020 foram definidos, o foco é para contratos de corridas e TVs que estão vencendo no final deste ano, e é claro que o Brasil está entre as prioridades. Estamos vendo pelas saídas que eles encontraram para viabilizar esta temporada que a Liberty Media não tem medo em apostar por algo fora da caixinha (aliás, o história de usar o anel externo no Bahrein não agradou todo mundo: os pilotos acham o traçado chato e temem por uma classificação tumultuada), e essa deve ser a direção no Brasil também.
Depois que Globo, Petrobras e Banco do Brasil deixaram de colocar dinheiro em GP/pilotos em 2016, o país ficou numa posição muito vulnerável em todas as frentes. Além disso, faz tempo que a Liberty entendeu que a Globo não estava disposta a comprometer sua posição para renovar o contrato, então embora muita gente do meio estivesse lidando com esse quadro como se, talvez por osmose, tudo seria resolvido com um acordo aqui, outro ali, o cenário realmente mudou com a Liberty no comando e muita água passou por debaixo da ponte especialmente nos últimos 18 meses. Definitivamente não é como se o fato de a Globo ter dito aos anunciantes que não comprará os direitos tivesse caído como uma bomba no paddock.
1 Comment
O Vettel esta a ter o pior ano desde que chegou à F1, não é só o seu carro que não anda, é também a situação em que se encontra que é muito ingrata.
Sobre a Williams, toda a gente receia que a equipa desapareça da F1, vamos torcer e acreditar que isso não vai acontecer.
cumprimentos
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