F1 O misterioso elo entre Lotus-Renault e Autosport - Julianne Cerasoli Skip to content

O misterioso elo entre Lotus-Renault e Autosport

A briga é política e de cachorro grande. O dono de uma das maiores companhias aéreas da Ásia versus um habilidoso marqueteiro, apoiado por uma montadora estatal malaia. O objetivo é fazer dinheiro. O meio para isso é a herança do nome Lotus. E parece que vale tudo, até lançar mão da imprensa chapa-branca.

O julgamento que definirá a legalidade da quebra de contrato entre o Grupo Lotus e a Lotus Racing e quem tem o direito de usar o mítico nome na F1 foi antecipado para dia 24 de janeiro. E a notícia, em primeira mão, estava no site da Autosport.

E assim tem sido desde que a Proton, capitaneada por Dany Bahar, anunciou compra de parte das ações da Renault. Na capa da revista, o título que joga todos os preceitos de imparcialidade no lixo: The real Lotus is back. É sabido que todas as publicações jornalísticas impressas estão passando por maus bocados com o crecimento avassalador da Internet, e que este tipo de manchete é uma forma desesperada de chamar a atenção do leitor. Mas seria só isso?

autosport cover lotus
Não era um deslize, e sim só o começo

O fato é que a manchete era apenas a ponta do iceberg. Dentro da revista, páginas de pura propaganda. “O motivo pelo qual chamamos a renomeada Renault de Lotus de verdade é porque ela tem a montadora por trás, não é apenas um nome. E com a estrutura de uma equipe várias vezes campeã do mundo e Robert Kubica ao volante, é a melhor chance do famoso nome ganhar um GP desde que Ayrton Senna triunfou nas ruas de Detroit em 1987”, dizia o editorial. Em outro artigo, Edd Straw comentava que a “estabilidade, artigo raro nos tempos de domínio da Renault, é do que o time precisava.” Numa matéria casada, lá estavam alguns Lotus entre os melhores carros de todos os tempos, para ajudar algum leitor com problemas de memória.

E as notícias desde então, quase diariamente, eram publicadas no site: que a Proton compraria a Renault em sua totalidade, que a família Chapman os apoiava e, na semana passada, adivinhe onde a equipe fez a estreia de suas novas cores?

Tudo sugere que a revista tem muito a ganhar com sua clara associação com o grupo de Bahar e levanta mais um ponto de interrogação sobre a já continuamente abalada credibilidade do que já foi uma grande publicação.

8 Comments

  1. Oi Juliana. Bom, o que se pode esperar de uma revista que tira do leitor a possibilidade de discernimento e já elege a sua equipe favorita asism de forma escancarada…. abs

    • Acho até mais grave que isso, Sandro, por se meter em uma briga judicial.

  2. É, além de chapa branca a revista comete um erro evidente. A última vitória da Lotus não foi em 87, mas sim em 88… com motor Honda.

    • Ér Herik, a última vitória da Lotus foi em 1987 mesmo. 88 só deu McLaren e uma da Ferrari.
      E Jilliane, se não for um encômodo, gostaria q trocasse o link do meu blog, Blog do Trindade, http://teamtrindade.wordpress.com/
      tive uns problemas mas estou voltando.

  3. Muito interessante. Apesar de essa capa ter me chamado a atenção, não tinha ligado isso às demais matérias da revista.

    Não li a original, mas vendo o transcrito aqui, os argumentos da Auto a favor da Lotus Renault são montados da mesma forma que as publicações políticas formadoras de opinião daqui. Pura besteira.

  4. Hehe, Auto $$$$$$$$port! Parece que a febre dos paparazzi está a solta no país da rainha. Pior do que não se ater aos fatos, é criar heróis e vilões. Fico imaginando, se a Lotus de Fernandes não tivesse deixado boa impressão, será que Bahar correria atrás? Na guerra de egos, a primeira baixa é a verdade.

  5. Já não é bem um mistério, não é? A AS colocou-se de lado da Proton e de Bahar, apagando um parte da história. E quanto à noticia da antecipação do caso para o dia 24 de Janeiro, confesso que quero esperar um pouco para saber de mais reacções. Talvez amanhã eu escreva um pouco sobre isso.

  6. A notícia por trás da notícia… valeu pelo post!
    Sempre bom a gente saber os interesses por trás destas matérias… Pra gente se acostumar a ler qualquer tipo de matéria (esporte, entretenimento, política, economia, etc) com aquele senso crítico, independente de qual fonte ou publicação.


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