F1 Lotus e os nossos campeões mundiais - Julianne Cerasoli Skip to content

Lotus e os nossos campeões mundiais

A década de 1970 começou de maneira paradoxal para Colin Chapman. Ao mesmo tempo em que conquistou os títulos de piloto e construtores, viu seu campeão morrer. Jochen Rindt, que venceu cinco provas naquele ano, acabou falecendo no GP da Itália, mas mesmo assim ficou com o título. O brasileiro Emerson Fittipaldi, que o substituiu na equipe, venceu a corrida dos Estados Unidos e, desta forma, garantiu o único título póstumo da história da F1

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Depois daquela primeira vitória do país na categoria, Emerson se estabeleceu na equipe e dois anos depois era ele quem disputava o título. Foram cinco vitórias na temporada e no fim, já no segundo ano na F1, o piloto se sagrava campeão do mundo, o mais jovem até então. Jackie Stewart, que disputou com o brasileiro, terminou 16 pontos atrás do rival, ficando com o vice-campeonato. No ano seguinte, os dois disputaram novamente o título, mas com o escocês levando a melhor.

Em 1974, Fittipaldi trocou a equipe pela McLaren e a Lotus passou por um mau momento, terminando em quarto no campeonato de construtores e em quinto no de pilotos, com Ronnie Peterson. A equipe só voltou mesmo ao topo em 1978 com mais um super carro desenvolvido por Colin Chapman. A prova disto apareceu nas pistas e a dupla de pilotos formada por Mario Andretti e Ronnie Peterson ficou com as duas primeiras posições do campeonato, com Andretti à frente.

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Emerson Fittipaldi e Colin Chapman

Foi o ápice da equipe e daí para frente não se viu nada parecido. Colin Chapman morreu em 1982 e o controle passou para as mãos de Peter Warr. Em 1985, contrataram o jovem talentoso Ayrton Senna, que venceu duas provas já em seu primeiro ano na equipe. No ano seguinte, ele conquistou mais duas vitórias e atraiu a atenção da Honda, que fechou um acordo com o time. Em 1987, o brasileiro subiu novamente mais duas vezes no ponto mais alto do pódio.

Em 1988, saiu Senna e entrou o tri-campeão Nelson Piquet. Mas a equipe desandou e os bons resultados desapareceram. Piquet ficou por duas temporadas no time e conquistou apenas três terceiros lugares e uma infinidade de quebras. Daí para frente foram vários pilotos em carros ruins que não conquistaram nada. Entre eles: Derek Warwick, Martin Donnelly, Johnny Herbert, Mika Hakkinen, Alessandro Zanardi, Pedro Lamy e Mika Salo.

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Senna de Lotus em 1987

No fim da temporada de 1994, depois de se afundar em dívidas e não conseguir mais resultados expressivos, a equipe se uniu à Pacific, que fechou as portas no fim do ano seguinte. Era o fim da equipe Lotus, certo? Errado! Em 2010, um grupo malaio liderado por Tony Fernandes comprou o direito de usar o nome da equipe e disputou a temporada como Lotus Racing. Neste ano, eles finalmente assumiram o nome Team Lotus, mas vão ter uma “pequena” dor de cabeça. O grupo Proton, detentor da marca Lotus Cars comprou parte da Renault e o time vai se chamar Lotus-Renault. As duas vão brigar na justiça pela exclusividade do nome, mas uma coisa é certa: a Lotus continuará na categoria, mesmo sem qualquer semelhança em relação ao grande time que foi em décadas passadas, sob o comando do gênio Colin Chapman.

2 Comments

  1. Foi tão diferenciado esse domínio da Lotus na década de 70, que a equipe conseguiu um feito que poderia ser qualificado entre extraordinário e macabro, afinal possuir um campeão póstumo é algo surreal. A ligação com os brasileiros foi positiva, inclusive servindo de trampolim mercadológico. Essa briga pelo nome Lotus deve estar divertindo Chapman, afinal, nem em sua mente brilhante, poderia imaginar uma jogada nessas proporções, capaz de colocar o nome de sua equipe na mídia novamente.


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