Se Max Verstappen já ganhou saindo de décimo numa pista não tão boa para seu carro na Hungria e de 14º na Bélgica, não era de se esperar que ele tivesse dificuldades para levar também o GP da Itália mesmo saindo da sétima colocação. A Ferrari até tentou uma estratégia diferente, embalada por um ritmo melhor do que o esperado em Monza, mas não havia nada que Charles Leclerc pudesse fazer para parar o holandês.
Na verdade, foi a punição de Verstappen pela troca do motor a combustão que o ajudou a ser tão forte no domingo. Sabendo que ele largaria mais atrás, cercado de carros bem mais lentos, a Red Bull acertou o carro colocando mais pressão aerodinâmica. Com isso, o carro se movimentava menos nas freadas e preservava mais os pneus, especialmente o dianteiro esquerdo.
Junte-se a isso um carro eficiente aerodinamicamente e mais uma execução perfeita, e Verstappen venceu pela 11ª vez neste ano.
A esperança de ver Verstappen preso no trânsito não durou muito
Charles Leclerc largou na pole position, que havia conquistado em parte pela opção da Red Bull de andar com mais asa, mas também porque a Ferrari encontrou uma maneira de ser mais eficiente quando anda com uma configuração de menos pressão aerodinâmica. Sua esperança era de que Verstappen perdesse tempo nas primeiras voltas, talvez ficando preso justamente por estar com mais asa e ter menos velocidade de reta. No entanto, isso não aconteceu. Verstappen era terceiro no início da terceira volta, e passou George Russell para assumir o segundo posto logo na quinta volta.
Leclerc tinha aberto 1s9, diferença que foi diminuindo aos poucos até Sebastian Vettel parar sua Aston Martin e provocar um período de Safety Car Virtual na volta 13. Mesmo sabendo que seria cedo para fazer a parada, a Ferrari decidiu chamar Charles Leclerc, na tentativa de fazer algo diferente. Afinal, eles viam Verstappen se aproximar e já sabiam que ele teria pneus melhores nas voltas seguintes. Na Red Bull, a ordem foi para Verstappen fazer o inverso de Leclerc. Ao ver o rival entrar no box, ele ficou na pista.
Safety Car Virtual incentiva a Ferrari a tentar algo diferente
O VSC terminou quando Leclerc ainda estava nos boxes, então ele não economizou tanto tempo como projetava a Ferrari com a parada, mas isso não influiu no resultado final (ele perdeu 19s na parada ao invés dos 24s de um pit stop normal e de cerca de 14s de uma troca com a corrida neutralizada). Leclerc teria 40 voltas para fazer com o pneu médio, mas pelo ritmo adotado desde o início deu para perceber que a tática tinha mudado para duas paradas.
Leclerc voltou em terceiro, 17s7 atrás de Verstappen, diferença que caiu para 13s8 quando o holandês finalmente fez sua parada.
Com isso, Leclerc retomou a liderança, mas com Verstappen só 10s atrás com pneus médios 13 voltas mais novos. Naquele momento, a Ferrari já sabia que a corrida estava perdida, a não ser que um SC aparecesse na hora certa.
Mas o mais impressionante aconteceria depois, quando Leclerc parou para colocar os macios com 20 voltas para o fim e simplesmente não conseguia andar muito mais rápido do que Verstappen de médios usados. E aí que o acerto com mais carga aerodinâmica fez diferença, embora também seja verdade que o Red Bull vai melhorando à medida que vai ficando com menos combustível, como vimos várias vezes durante o ano.
A briga poderia ter esquentado no final, mas…
Um Safety Car acabou aparecendo, mas quando Verstappen tinha uma parada grátis, ou seja, ele podia trocar os pneus e continuaria na frente mesmo se Leclerc não fizesse o mesmo. Os dois pararam e até poderíamos ter uma briga interessante, pois o monegasco tinha mais velocidade de reta. Mas o carro de Daniel Ricciardo ficou travado, sem que os fiscais conseguissem colocá-lo em ponto morto. Isso gerou a demora que fez com que o GP da Itália acabasse com Safety Car.
Corridas de recuperação e a estreia de De Vries
A prova italiana seria marcada pelas corridas de recuperação de Carlos Sainz, que foi a Ferrari mais rápida do final de semana e abriu caminho de maneira impressionante no pelotão. Ele largou em 18º e passou 14 carros em 13 voltas. Isso acabou cobrando seu preço um pouco mais adiante na corrida, pois seu pneu médio acabou antes do que seria o ideal e ele andou lento algumas voltas, esperando para poder colocar os macios e ir até o final da corrida. Isso comprometeu sua possibilidade de chegar em George Russell no final para lutar pela última posição do pódio, mas ele estava tirando 1s por volta do inglês antes do SC.
Também vindo de trás, de 13º, Sergio Perez não conseguiu recuperação semelhante devido a uma travada de pneu justamente quando brigava com Sainz. Isso e detritos que estavam na entrada de ar foi fazendo com que seus freios aumentassem tanto de temperatura que ele teve de trocar o pneu logo na volta 8, o que comprometeu sua corrida.
O mexicano chegou em sexto, atrás de outro piloto que largou no fundo do pelotão, em 19º. Lewis Hamilton demorou para engrenar na corrida, com sua Mercedes se comportando melhor com menos combustível e com pneus macios no final, quando ele veio fazendo fila.
A tarde do inglês acabou sendo mais fácil do que ele imaginava, sem sofrer tanto com os trenzinhos de DRS que se formaram. O segundo pelotão foi seguro por Daniel Ricciardo e, mais atrás, por Lance Stroll. Mas quem se destacou foi Nyck De Vries. Substituindo Alex Albon às pressas depois que o tailandês teve uma crise de apendicite, ele se classificou à frente de Nicholas Latifi e manteve o bom ritmo na corrida, aproveitando a ótima velocidade de reta da Williams e o grid cheio de punições para pontuar na estreia e pela Williams, que só tinha quatro pontos na temporada.
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Parabéns você deve ser a Lito Cavalcanti de saias 👏👏👏