GP do Japão ao vivo: Turistando na F1

Por que você gosta tanto do Japão? É uma pergunta difícil de responder. Talvez seja preciso ir até lá e o ver o GP do Japão ao vivo para entender como, o tempo todo, você tem a impressão de estar em outro planeta. Um pouco mais evoluído que o nosso.

O país asiático já é uma experiência à parte para todos os sentidos sem a corrida. Ir lá em época de GP é um extra importante porque a maneira como os japoneses curtem e respeitam a Fórmula 1 é única no calendário. É o fanzone em que eu faço questão de ir só para observar o comportamento da galera.

Digo que o GP de Singapura é meu favorito e Suzuka só perde porque a logística não é tão simples quanto pegar um metro e sair quase dentro da pista. Para o fã de F1, Suzuka é um templo.

A partir de 2024, o GP do Japão acontece na época de Sakura, quando as flores de cerejeira mudam a cara das ruas do país. Isso também significa preços inflacionados, mas é o cenário vale a pena!

Compre ingresso para: general admission ou B2

Primeiro de tudo, é bom se ligar nas notícias sobre a venda de ingressos, pois demoram para começar. E há muitas opções, até ingresso para quem vai levar câmera profissional para tirar fotos.

O segredo para o ingresso de general admission, o mais barato, valer a pena é a pista ter aclives e declives e não ser um circuito de rua, certo? Então o Japão já seria um GP indicado. Mas os japoneses não brincam em serviço e oferecem lugares nas arquibancadas (G, L, M, N e O) para quem tem o ingresso mais barato. E ele custa somente 70 dólares (comprando com antecipação)

Para completar, o Japão tem sistema de “sexta-feira livre”, permitindo que você entre em qualquer uma das arquibancadas (tirando as duas mais caras na reta). Há ingressos bem baratos para crianças (27 dólares pelos três dias) e também existem partes de algumas arquibancadas dedicadas somente para mulheres.

Outra ótima opção é a arquibancada B, em que você vê a saída da curva 1 e o início dos esses por 500 dólares. Confie em mim, é um dos trechos em que um carro de F1 mais impressiona em toda a temporada. E em que você consegue ver as linhas diferentes dos pilotos, as diferenças entre os carros também.

Hospede-se em: Nagoya

Não que haja qualquer coisa de especial sobre a cidade – na verdade, dia desses li que era a cidade mais chata do Japão! Mas, realisticamente, será o único lugar em que vai encontrar hospedagem na época do GP, e pelo menos o acesso é fácil para a pista. Para gastar menos tempo, procure algo perto de alguma estação da Kintetsu Line. Ah, e você não vai ficar com saudade do Brasil por lá, a comunidade brasileira é enorme e até tem missa em português!

LEIA TAMBÉM: Turistando e mergulhando no desconhecido no Japão

Falando na comunidade brasileira, outra saída é pedir ajudar para alguém que mora por lá. A questão dos hotéis é complicada porque não há muitos quartos perto de Suzuka, mas também porque os hotéis privilegiam o mercado local. Então você não encontra opções nos sites internacionais ou mesmo Airbnb ou algo do tipo. Mas quem mora lá e fala a língua encontra mais opções.

Vá de: trem + ônibus

O caminho menos confuso para não-iniciados no sistema japonês é usar a linha Kintetsu até Shiroko e, de lá, pegar as vans e ônibus que vão para o circuito. Trata-se da maior cidade das redondezas, e os organizadores colocam placas em inglês para orientar o público nesta estação.

É possível comprar um passe de 5 dias na linha Kintetsu (por cerca de 40 dólares), o que evita que você tenha que comprar bilhetes todos os dias. Só tenha atenção porque há tipos diferentes de trem (local, express e limited express, que é mais caro e mais rápido). E para o ônibus dá para comprar ida e volta. Custa menos de 10 dólares.

Há outras estações que ficam até mais perto de Suzuka, mas requerem uma caminhada e os trens são mais lentos. Porém, pode até não ser uma má ideia ir andando de qualquer estação para o circuito dado o tamanho dos engarrafamentos que acontecem quando a pista enche. As ruas ao redor do autódromo são estreitas, então o tráfego demora a fluir.

Não perca: a fanzone

É a única fanzone na qual nós, jornalistas, fazemos questão de ir, todo ano. A criatividade das fantasias dos japoneses e a paixão deles pela F1 são simplesmente incríveis. E as lojinhas têm algumas relíquias. Camisas de equipes antigas e pouco conhecidas, artigos para fãs raiz mesmo. E outros produtos que você vai encontrar só no Japão, como bolo de chá verde com formato de pneu. Eu juro que não estou inventando!

Combine com: Tóquio e Kyoto

Com essas duas cidades você tem uma ideia de como era o Japão milenar na belíssima velha capital e o que o país se tornou agora. Para quem gosta de metrópoles, Tokyo é quase um templo. É muita, mas, MUITA informação para absorver em todos os cantos.

Claro que é um país maravilhoso e dá vontade de se perder por meses por lá, das cidades grandes aos vulcões e termas de Hokkaido, lá no norte. Até as praias paradisíacas da tropical Okinawa. Será uma viagem riquíssima, mas também é verdade que não será das mais baratas.

Quanto fica ver o GP do Japão ao vivo?

Ficando alerta às promoções, dá para pagar mais barato. Mas em abril as passagens sobem muito, chegando a 2000 dólares. A hospedagem em Nagoya sairia por cerca de 350 e o ingresso, 70!

A boa notícia para os viajantes é que o Japão não é um país tão caro quanto antes graças à desvalorização do iene frente ao dólar. Mas ainda está longe de ser um destino barato. Você até consegue gastar pouco comprando comida em mercadinhos e ficando nas cápsulas. Mas vai deixar de curtir um sushi “de verdade”. Ou não vai pegar o trem-bala, por exemplo. São experiências únicas, então vale a pena se programar para não ir contando as moedas para lá.

Desde 2023, brasileiros não precisam de visto para entrar no Japão como turistas.

Lembrando que este não é o gasto mínimo para ver o GP. E, sim, o melhor custo-benefício:

Vale a pena ver o GP do Japão ao vivo?

Eu colocaria o Japão na trinca dos GPs mais raiz para um fã de F1 ver ao vivo, junto com Silverstone e Spa. De longe, é o menos acessível. E o mais diferente para nós, brasileiros. São duas coisas que exigem muita programação, mas o esforço vale a pena.

O Japão é um país incrível de ser explorado, e o GP é um prato cheio especialmente para os fãs de Ayrton Senna.