F1 Horários, características da pista e tudo sobre o GP dos Estados Unidos - Julianne Cerasoli Skip to content

Horários, características da pista e tudo sobre o GP dos Estados Unidos

Dia desses, eu li uma definição interessante do Circuito das Américas: é como se fosse uma coletânea dos maiores hits da Fórmula 1. E poucos lugares são mais apropriados para ter um circuito desses, ainda mais na super musical Austin. A combinação entre uma pista com pontos de ultrapassagem – principalmente na curva 12 – uma perda de tempo no pitlane relativamente pequena (voltaremos a esse ponto mais adiante) e a variabilidade do clima nesta época do ano no Texas criam um combo interessante, que já nos deu algumas provas muito movimentadas, e outras nem tanto.

Isso porque o primeiro setor inspirado na Eau Rouge na primeira curva, depois passando por um clima mais Suzuka/Silverstone expõe o grande problema dos carros atuais: a dificuldade de se seguir o rival de perto, especialmente em curvas de alta velocidade, em que a perda de pressão aerodinâmica na turbulência é mais sentida. E é por isso que toda essa movimentação de Austin depende muito do dispositivo que busca anular parte deste problema, o DRS. Ainda que tenhamos tido GPs dos EUA com número alto de ultrapassagens – em 2019, foram 61 após a primeira volta, colocando a prova em segundo no ano, atrás apenas do Bahrein – 70% das manobras dependeram da asa traseira móvel, e a grande maioria foi feita ou após a longa reta “oposta” ou na curva 1, interessante por dar a chance de os pilotos fazerem linhas diferentes.

Ela seria mais interessante, para a largada, se não fosse tão próxima das primeiras posições, com a freada a apenas 325m da pole. Mas é um ponto para ficar de olho, até porque estas diferentes linhas, muitas vezes, acabam se cruzando…

É uma pista equilibrada em termos de necessidade de velocidade de reta x mais pressão aerodinâmica, e pistas equilibradas têm premiado a Mercedes nos últimos anos. Por outro lado, um problema que só tem aumentado no Circuito das Américas, as ondulações, vai exigir que as suspensões estejam mais macias que o ideal, e geralmente isso é pior justamente para a Mercedes.

NOTAS DE ESTRATÉGIA

Austin ganhou fama de corrida com estratégias variadas pela combinação de três motivos: o pit lane relativamente curto, com perda de por volta de 20s, a possibilidade de se ultrapassar e as condições de tempo variáveis. Não raro a F1 pegou um dia de frio e, muitas vezes, chuva, seguido por outro de calor, e isso sempre atrapalha a preparação das equipes – e ajuda a trazer mais dúvidas para a prova.

Neste ano, a previsão é de calor por todo o fim de semana, o que frusta em parte esta expectativa. Mas os dois outros fatores que abrem o leque de estratégias possíveis estão lá.

Dito isso, todas as oito provas disputadas em Austin foram vencidas por um dos pilotos da primeira fila do grid. Aliás, a possibilidade de contornar bem a primeira curva por fora faz com que a segunda posição não seja um lugar ruim para largar: o piloto que saiu da segunda posição liderou a terceira volta em três das últimas cinco corridas disputadas por lá.

Em 2019, o GP dos Estados Unidos foi vencido com uma estratégia de duas paradas de Valtteri Bottas, com um detalhe interessante: ele não usou o pneu mais macio da gama, o C4. A pista foi recapeada em 40% de sua extensão no ano passado, então as equipes primeiro precisarão entender o que mudou em relação a sua última visita ao Circuito das Américas.

FIQUE DE OLHO

A pista de COTA é mais parecida com a Turquia do que com Rússia ou Monza, nas quais a McLaren andou muito melhor que a Ferrari. Some-se a isso a questão das ondulações e a maneira como o carro vermelho parece não perder tanto permitindo mais movimento em sua suspensão, e a Scuderia tem motivos para estar otimista para o GP dos Estados Unidos. Por outro lado, a longa reta após a curva 11 será um ótimo teste para a unidade de potência fresca e atualizada que estreou na Rússia com Leclerc e em Istambul com Sainz.

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