Já discutimos diversas vezes por aqui o “alonsocentrismo” das transmissões da TV espanhola e as deformações que isso causa, mesmo que haja uma preocupação notável em utilizar a informação para cativar o espectador, relativamente novo para o esporte.
Não é de surpreender, portanto, a notícia de que a linha de roupas de Alonso, chamada FAster (gostaria de dizer que não sou patrocinada!), irá vestir a equipe de transmissões da La Sexta.
Isso já vem acontecendo, a partir dos testes e pré-temporada deste ano, na TPA, ou Televisíon del Principado de Astúrias, em sua cobertura automobilística.
A ideia da marca é semelhante ao projeto do Senninha aqui no Brasil. É algo relacionado ao piloto, não apenas restrito a roupas, mas que tem uma imagem própria, como explica a mensagem de divulgação desta parceria com as TVs. “Esta aliança convoca as multidões que se sentem identificados com o espírito de superação e a vontade de enfrentar qualquer meta que se apresente, e que no dia a dia dão tudo de si em seu trabalho, família, esporte.”
Seja qual forem os motivos os quais a marca pretende expor, a parceria escancara a parcialidade dos profissionais. Isso, aliás, é uma tradição do jornalismo esportivo espanhol, que não faz questão alguma de esconder o protecionismo em relação a seus ídolos – raramente, por exemplo, vemos uma matéria questionando o atual campeão da Volta da França de ciclismo Alberto Contador, que enfrenta um processo por doping. Na F1, também não chega a ser uma novidade. Os membros da La Sexta têm suas credenciais autografadas por Alonso.
Escancarar a torcida e fazer jornalismo esportivo em paralelo é o estilo espanhol, e muitas vezes o italiano. Há quem prefira um apoio mais velado. Há quem se distancie o máximo possível. A chave é entender cada uma das abordagens e tentar discernir o que é fato e o que é esperança.
7 Comments
O fato de se torcer descaradamente, não acredito que atrapalhe, o quê não pode, é distorcer a realidade, e assumir que o prata da casa errou, ou está andando menos. Mesmo porque, torcida de narrador, não ganha corrida, ao passo que de dirigente de equipe, sabemos o resultado! Isso é primordial, apartir do momento que a qualidade das informações não caia, tudo bem. PS: Hehe, teremos uma nova briga na justiça esportiva por direitos autorais: Alonso x Julianne
Senna e Galvão Bueno tinham também parcerias comerciais.
Ju, parabéns!! Já estou ligado no TotaRace!
Ops, TotalRace!!
Obrigada!
Jornalismo é informação e o mínimo que se espera é isenção.
“Fernando is FAster than you” isso foi uma jogada de marketing do engenheiro do Massa?