Oscar Piastri cantou a bola ainda na quinta-feira quando disse que esperava ver os rivais bem mais próximos no GP da Arábia Saudita do que na semana anterior, no Bahrein. “O asfalto bem aderente mascarou nossos problemas no passado e vai fazer isso por eles agora.” Mas nem o australiano poderia esperar que a disputa fosse tão apertada com a Red Bull de Max Verstappen, que cruzou a linha de chegada a 2s8 do vencedor e agora líder do campeonato mesmo tendo recebido uma punição de 5s.
Punição de Verstappen define o GP

A pena veio logo no começo da prova, provocada por uma largada excelente de Piastri, que se colocou do lado de dentro da primeira curva, lado a lado com Verstappen. Os pilotos pediram ano passado para que a tal regra do “quem está na frente na tangente tem a curva” leve em consideração a possibilidade real do piloto fazer a curva, Max não parecia capaz fazer a curva em nenhum momento, e levou uma punição que seria de 10s e acabou sendo de 5s por se tratar de uma primeira volta.
A slightly quicker getaway for Piastri put him side-by-side with Verstappen into the first corner 👀@awscloud allows us to see just how close things were off the line 😲#F1 #F1Insights pic.twitter.com/nicGR6aohU
— Formula 1 (@F1) April 21, 2025
A punição seria paga somente na parada de Verstappen, e simplificava a vida de Piastri. Depois de perder a disputa pela pole por 10 milésimos e mais uma “daquelas” voltas do holandês, seu grande drama seria cuidar de seus pneus e manter-se próximo do líder para tentar um undercut no que seria sua única parada.
Ritmo de Verstappen surpreende
Com os 5s, Piastri podia deixar Verstappen escapar um pouco e cuidar mais dos pneus. Mas quando o australiano tentou diminuir a desvantagem que chegou a 2s6 na volta 18, percebeu que não conseguia chegar no holandês. E isso indica que, sem a punição, seria muito mais difícil fazer o undercut, a única estratégia realista para que ele vencesse, funcionar.
Com o asfalto gerando muita aderência, o desgaste dos pneus vinha do superaquecimento, e ele era muito mais proeminente para quem estava no trânsito.
Verstappen teve que apertar o ritmo para tentar abrir os tais 5s. E com isso a corrida em si ficou mais rápida do que se esperava e os espaços se abriram mais cedo para a McLaren chamar Piastri para os boxes na volta 19.
A ideia era voltar logo à frente de Lewis Hamilton, sexto àquela altura, mas a parada da McLaren foi lenta e Piastri voltou atrás do inglês, fazendo uma ultrapassagem corajosa por fora, na sujeira, sem dar chances para que Verstappen parasse e voltasse à frente.
Com o pneu duro, Piastri pareceu estar melhor, mas novamente no final da corrida, o pneu de Verstappen parecia mais inteiro. Não é a toa que ele foi tão agressivo na primeira curva. Talvez fosse mesmo sua única chance de ganhar.
Tarde “animada” para Norris
A briga pela vitória ficou entre Piastri e Verstappen porque Lando Norris, que tinha voltado a se sentir mais confortável com a McLaren, foi parar no muro na classificação no começo do Q3 e largou apenas em décimo.
Norris ganhou duas posições na largada, com a batida entre Yuki Tsunoda e Pierre Gasly no mesmo ponto do lance entre os líderes. Isso trouxe o Safety Car à pista, fazendo três pilotos que estavam entre os últimos arriscarem trocar o pneu médio pelo duro para tentar ir até o final: Esteban Ocon, Jack Doohan e Gabriel Bortoleto.
Doohan abortaria a tentativa, parando de novo na volta 32. Ocon conseguiria chegar em 14º, mesmo fazendo a última volta 6s mais lento do que qualquer um ao seu redor, e Bortoleto chegaria até o fim com o duro em penúltimo até ser superado na linha de chegada por Doohan.
Para os pilotos da frente, nada mudou. Verstappen liderava com Piastri em segundo, depois Russell, Leclerc, Antonelli, Hamilton (que tinha superado Sainz na primeira volta), o piloto da Williams, Norris, Albon e Alonso.
O espanhol não ficaria no top 10 por muito tempo, com Hadjar andando forte na corrida. Norris passou Sainz e Hamilton (o inglês, com alguma dificuldade) e depois ganhou as posições das duas Mercedes ao ficar mais tempo na pista, fazendo sua estratégia de largar com o pneu duro funcionar
A defesa da Ferrari
Thank you Bryan!
— Formula 1 (@F1) April 20, 2025
Another piece of radio gold from Charles Leclerc 😅📻#F1 #SaudiArabianGP pic.twitter.com/X51Lb59Qou
Só não seria o suficiente para passar Leclerc. Isso porque a Ferrari usou a surpresa que teve com o bom ritmo e o pouco desgaste de pneus na corrida para deixar Leclerc por mais tempo na pista com o pneu médio. Ele parou só na volta 29, 10 depois de Piastri e só 5 antes de Lando.
Quando voltou à pista, passou Russell e, quando Lando começou a se aproximar com o pneu médio no final, com as Mercedes já ficando bem para trás, sofrendo muito com superaquecimento dos pneus, Leclerc teve borracha para se defender e conquistar um pódio que parecia distante no sábado.
As dificuldades da Mercedes não foram suficientes para Hamilton conseguir mais de um sétimo lugar, saindo desanimado do carro uma semana depois de dizer que sentia ter encontrado um caminho para sua pilotagem na Ferrari.
Trabalho em equipe da Williams
Atrás do heptacampeão, as duas Williams tiveram que trabalhar juntas para defender a nona colocação de Albon do ataque de Hadjar. Sainz ficou mais lento de propósito para dar o DRS ao companheiro, e os dois garantiram pontos em um circuito que favoreceu as características do carro do time inglês.
No comment yet, add your voice below!