A julgar pelo ritmo dos carros, era para o fim de semana de sprint ser bastante parelho entre Red Bull e McLaren, com Verstappen tendo a vantagem em classificação e Norris e Piastri, na corrida. Mas a execução de um lado foi tão melhor do que a do outro que o holandês saiu com duas vitórias e 18 pontos mais perto da liderança do mundial.
Tudo começa na largada da sprint. Com todo mundo deixando para frear muito tarde, com o vento pegando os carros de frente, Piastri decide cortar por dentro para tentar passar Norris, e encontra Nico Hulkenberg por ali. Eles se tocam, a McLaren é jogada em direção a Norris e o líder e vice-líder do mundial abandonam.
Verstappen vence, mas o prejuízo não pararia por aí. Sem a informação da sprint, que acaba sendo a única simulação de corrida de um fim de semana como esse, a McLaren não tinha a referência para determinar a altura do carro, algo particularmente sensível em Austin por causa das ondulações da pista. Foram para a corrida com um acerto mais conservador e não conseguiram tirar tudo do carro.
Tinha um Leclerc no caminho de Norris
Mesmo assim, é bem possível que Norris tivesse brigado pela vitória com Verstappen. Mas nem isso aconteceu porque Charles Leclerc aproveitou a aderência extra do pneu macio na largada para pular para a segunda colocação.
O plano da Ferrari, na verdade, era que ele conseguisse tomar a ponta e, com ar limpo, pudesse cuidar de seus pneus. Ar limpo ele até teve, porque Verstappen sumiu na ponta rapidamente, mas teve também muita pressão de Norris até sofrer a ultrapassagem, na volta 21.
Sit back, relax and enjoy switchback after switchback from Lando on Charles… all from the heli! 🚁👀#F1 #USGP pic.twitter.com/b2eSWQDPwy
— Formula 1 (@F1) October 20, 2025
Foi nesse momento da corrida, quando Verstappen já tinha 11s de vantagem, que deu para notar que o ritmo da McLaren em si não era ruim. Nessa fase, estava todo mundo cuidando bastante dos pneus porque já tinham percebido que o composto duro não era uma opção – alguns pilotos tinham largado com ele e eram muito lentos. Então a corrida teria que ser feita com médio e macios e era preciso estender ao máximo o primeiro stint.
De macios, Leclerc parou antes e conseguiu o undercut em cima de Norris, que tentava a tática inversa, o overcut. Mas era difícil estender tanto assim o stint e o pneu macio que ele colocou já tinha seis voltas da classificação, então a diferença real entre os pneus era de apenas quatro voltas.
O composto macio tende a superaquecer mais fácil quando o carro está na turbulência, e Norris sofreu para conseguir passar Leclerc de novo, o que fez só com cinco voltas para o fim, chegando em segundo, atrás de Verstappen.
Piastri sofre com falta de aderência
A Ferrari conseguiu um pódio que parecia improvável depois da classificação ruim para a sprint na sexta, mas a mudança das condições de pista no sábado jogaram a favor da Scuderia, que fez ainda o quarto lugar com Hamilton.
O britânico cruzou a linha de chegada se arrastando, com o pneu quase na lona. Mas conseguiu se defender de Piastri, que tinha se classificado em sexto, ganhou a posição de Russell na largada e em quinto ficou.
O australiano foi dois décimos mais lento que Norris por todo o fim de semana. Segundo Andrea Stella, lidar com condições de pouca aderência ainda é um ponto fraco do líder do campeonato. Ou uma oportunidade, como ele prefere colocar.
Russell foi sexto, depois de ter sido segundo na sprint, com a Mercedes argumentando que andar no trânsito faz com que o carro não tenha o desempenho que pode, algo que ficou bem claro com a corrida de Kimi Antonelli, que levou um toque de Sainz, perdeu posições e não passou do 13º lugar.
Yuki Tsunoda fez duas corridas de recuperação, na sprint e no GP, e terminou em sétimo, com Nico Hulkenberg voltando a pontuar, em um fim de semana em que andou forte o tempo todo, em oitavo. Ollie Bearman e Fernando Alonso completaram o top 10.
Bortoleto fica perdido

Gabriel Bortoleto teve o que considerou seu fim de semana mais difícil na F1 até aqui. Ele não conseguiu se entender com três curvas em Austin e isso o fazia perder mais de meio segundo por volta em comparação com Hulkenberg.
Na corrida, largando em 16º, ele apostou na aderência extra do pneu macio para ganhar posições no começo, mas acabou ficando preso atrás de Gasly. A equipe decidiu mudar sua estratégia – que era de largar com macios e depois colocar duros – para fazer duas paradas e tirá-lo do trânsito, mas o brasileiro perdeu muitas posições quando seu segundo jogo de pneus caiu de rendimento, e caiu para último quando parou pela segunda vez.
Mesmo com pneus mais novos, só conseguiu superar Gasly e terminou em 18º.

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