À medida que a classificação para o GP da Europa se aproxima, há uma expectativa real de que a Ferrari mude a cara do campeonato. Pelo menos por parte dos ingleses. “Será que os vermelhos vão mexer com a temporada da mesma maneira que Fernando Alonso fez com a popularidade da F1 na Espanha?”, pergunta o narrador da BBC, Jonathan Legard. Os espanhóis estão com o pé atrás depois da 3ª sessão de treinos livres, quando seu bicampeão foi bem de pneus duros, mas não melhorou com os moles. “Espero que a temperatura aumente para ajudar a aderência da Ferrari”, torce o narrador da La Sexta, Antonio Lobato. Já a Globo só tem olhos para Red Bull e McLaren. “Está entre os 2”, sentencia o comentarista Reginaldo Leme.
Os brasileiros destacam o bom retrospecto do país em Valência: 2 corridas, 2 vitórias. Uma delas, de Barrichello, que ganha elogios dos ingleses. “Ele esteve muito bem nos treinos e andou demais aqui ano passado”, diz o comentarista Martin Brundle.
Na La Sexta, Lobato conta de sua insólita experiência a bordo de um F1. “Assim que apertaram o cinto, não conseguia respirar e quis sair. Nem lhes conto o que aconteceu com as partes baixas.” Logo em seguida elege os pilotos da Sauber e Toro Rosso como os possíveis degolados no Q1, assunto que passa batido para Cléber Machado na Globo, mais preocupado com a briga entre os primeiros colocados.
Os ingleses aproveitam que Schumacher está na zona de perigo e começam sua habitual sessão de críticas. “Acho que ele está querendo guiar mais que o carro”, diz Brundle. “Se fosse qualquer outro, estaríamos pedindo sua cabeça”, acerta Eddie Jordan. Reginaldo Leme continua acreditando que o alemão está se divertindo e Luciano Burti soa perplexo. “Acho que ele perdeu o brilho. Não acreditava que aconteceria isso porque pensava que o talento dele era maior do que isso.”
Reginaldo também continua acreditando em Vettel. “Ficou abalado, mas não tenho dúvida de seu talento, só não sei se Red Bull é absoluta. Eles e a McLaren podem ter problemas de briga interna, ao contrário da Ferrari, já que Felipe está bem atrás”, joga a toalha.
Falando no brasileiro, cada um tem seu pitaco para sua apatia. “Ele pode dizer o que quiser, mas não é o mesmo depois do acidente”, aponta Brundle, que deixa a pergunta de Legard no ar: “depois do acidente ou de ter Alonso como companheiro?” Para Marc Gené, comentarista da La Sexta, Felipe é boa referência para Fernando em Valência. “Ele anda muito bem aqui.” Mas Lobato acha que o vice-campeão de 2008 está correndo atrás do prejuízo “porque não conseguiu segurar o ímpeto de Alonso.” Para Reginaldo, ele está pressionado. “É muito difícil quando você vê que o carro não é bom e só seu companheiro consegue render. Mas eles já esteve em situações piores.”
A vontade de Cléber ajudar o compatriota é tanta, que ele ignora que os tempos foram zerados para o Q2 e comemora o melhor tempo no 1º setor, sendo que Massa foi o 1º a abrir volta. Mas ele logo recua quando tem que dar seu palpite para a pole. “Queria apostar em Alonso, mas não quero ficar naquela de ‘hoje não’.” Depois emenda: “é no Q2 que vamos ver os tempos mais rápidos da classificação.” Estamos em 2010, Cléber…
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Os tempos certamente não foram rápidos para a Mercedes, que teve “sua pior classificação do ano, justamente quando trouxeram seu maior pacote de novidades”, como destacou Legard. “As Force India estão fora também e as Williams dentro. É uma grande mudança nas forças.”
O Q3 começa e Brundle faz uma estranha analogia entre um submarino e o movimento do corpo do piloto em freadas fortes. Não peguei. Os espanhóis buscam uma explicação para o mal rendimento das Ferrari. “Estão com mais combustível”, aponta o comentarista Jacobo Vega. Mas realmente os pneus moles é que não estavam afim de ajudar os rossos. Legard, então, pede atenção ao “carro amarelo de Kubica.”
Lobato faz sua última tentativa. “A torcida tenta dar alguma aderência à Ferrari com sua torcida.” Essa foi forte, mas não o suficiente para tirar a 1ª fila da Red Bull, como, aliás, nas últimas 13 provas, segundo a BBC. Para Brundle, devido ao erro de Hamilton e à inconsistência de Alonso.
Na verdade, os ingleses estão mais preocupados que o sucesso alemão seja um presságio das oitavas de final da Copa do dia seguinte, quando ele pegariam a Alemanha. Estavam certos. Reginaldo quer saber se Vettel está “só de volta às poles ou de volta às vitórias também.”
Na Espanha, o clima é de enterro. “Meio segundo entre Alonso e as Red Bull. É preocupante”, Gené dá a opinião de alguém que trabalha dentro da equipe e sabe o que eles esperavam das mudanças que trouxeram a Valência. “É um circuito muito parecido com o do Canadá, então eles encontraram algo para melhorar. Tiram 3 décimos de Fernando só no último setor. Ouçam os barulhos. Esse carro está batendo no chão, o que é fundamental para ser rápido.” Lobato o questiona, quer saber como eles conseguem andar com a suspensão tão baixa e depois colocar mais de 100kg de gasolina em cima. “Boa pergunta”, suspira o piloto de testes da Ferrari.
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