Depois de três corridas afastado do lugar mais alto do pódio, Sebastian Vettel voltou a ganhar – em grande estilo. Sinal da volta da dominação do início da temporada? Não dá para saber, mas o fato de, nessa “má fase”, de Silverstone a Hungaroring, seu pior resultado ter sido um quarto lugar coloca definitivamente uma pá de cal no campeonato.
Para se ter uma ideia, com sete provas para o final, Vettel já superou o número de pontos que conquistou para ser campeão ano passado (256 a 259) e só precisa repetir corridas “ruins” como da Alemanha para levar o bi. A primeira prova em que isso pode acontecer é o GP do Japão, se vencer Suzuka, Itália e Cingapura e os rivais tiverem corridas desastrosas. A partir dali, seus concorrentes terão cinco “match points” para salvar. Em outras palavras, com sete corridas para o final, apenas cinco pilotos podem matematicamente conquistar o título – o oitavo lugar de Massa na Bélgica o tirou desse grupo. Bem diferente do ano passado, em que quatro estavam na disputa até a última etapa.
Agora é ver o que o alemão pode fazer em relação a outros pilotos que dominaram uma temporada no passado. Vettel está junto de Kimi Raikonnen, Jacques Villeneuve, Jim Clark, Fernando Alonso e Alain Prost no ranking de maior número de vitórias em uma temporada (sete). Ayrton Senna, Damon Hill e Mika Hakinnen conquistaram oito, Nigel Mansell nove e Michael Schumacher, 13! Para chegar no heptacampeão, seu pupilo só poderá perder uma daqui em diante.
Por cinco vezes, um piloto venceu sete vezes e não levou o título (Prost-84 e 88, Raikkonen-2005 e Schumacher-2006). Estas marcas dos anos 80 são ainda mais impressionantes porque menos corridas eram disputadas por ano, o que nos leva a uma pergunta: quais foram os pilotos que ganharam a maior porcentagem de corridas em uma temporada?
Piloto | Ano | Vitórias/provas disputadas | Percentagem | |
1º | Alberto Ascari | 1952 | 6 de 8 | 75.0% |
2º | Michael Schumacher | 2004 | 13 de 18 | 72.2% |
3º | Jim Clark | 1963 | 7 de 10 | 70.0% |
4º | Juan Manoel Fangio | 1954 | 6 de 9 | 66.7% |
5º | Michael Schumacher | 2002 | 11 de 17 | 64.7% |
6º | Jim Clark | 1965 | 6 de 10 | 60.0% |
7º | Sebastian Vettel | 2011 | 7 de 12 | 58.3% |
Na Bélgica, a Red Bull se manteve imbatível em classificação – se marcar outra em Monza, serão sérios candidatos a bater as marcas de McLaren (88 e 89) e Williams (92 e 93) de 94% das poles em uma temporada (15 de 16). Vettel largou na ponta pela 24ª vez – já é o oitavo melhor de todos os tempos, junto de Niki Lauda e Nelson Piquet – e venceu a 17ª prova, marcando seu 30º pódio. Só não conseguiu a volta mais rápida, que ficou com Mark Webber pela 11ª vez.
As equipes nanicas estão batendo um recorde neste ano. Se não considerarmos a Lotus de Tony Fernandes como herdeira da equipe de Colin Chapman, as três – Lotus, Virgin e Hispania – se tornarão as equipes que mais provas disputaram sem marcar um ponto. O recorde era da RAM, que fez 30 provas entre 1983 e 1985. Claro que, naquela época, apenas seis carros marcavam pontos – e a equipe teve um oitavo lugar. Por outro lado, os carros quebravam com mais facilidade.
Com Jenson Button caindo no Q2, apenas Vettel, Lewis Hamilton, Nico Rosberg e ambos os pilotos da Ferrari chegaram à última fase da classificação em todas as provas até agora. A ausência do piloto da McLaren ajudou Jaime Alguersuari (sexto) e Bruno Senna (sétimo) a largarem nas melhores posições da carreira – para colidirem na primeira curva.
Melhor para Pastor Maldonado, que marcou o primeiro ponto da carreira – e da Venezuela desde 1983, com Johnny Cecotto.
Depois de alcançar a marca de piloto que mais acumulou pontos antes da primeira vitória – estatística, claro, deturpada pelas mudanças no sistema de pontuação – Nico Rosberg agora é o quinto da história a ter liderado mais voltas sem nunca vencer. O alemão esteve em primeiro em seis corridas, por 60 voltas no total. Perde para Jack McGrath (70, em Indianápolis, na época que valia pelo campeonato), Jean-Pierre Jarier (79), Jean Behra (107) e Chris Amon (183).
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