F1 Carro de 2012 será a chave da reação de Massa - Julianne Cerasoli Skip to content

Carro de 2012 será a chave da reação de Massa

 

Dá-lhe temperatura nesses pneus!

Dias desses, coloquei uma notícia do TotalRace no twitter em que Massa falava na recuperação em 2012 e um dos leitores retwittou o link juntamente de um “zzzzz”. Dá para entender de onde vem o descrédito em relação ao brasileiro após dois anos verdadeiramente sofríveis, mas não é exatamente difícil encontrar as explicações e os caminhos para, se não uma virada de mesa, ao menos um renascimento.

Primeiramente, Massa não teve nenhuma lesão cerebral no acidente sofrido em 2009 e, portanto, garantem os médicos que o atenderam, não há motivo do ponto de vista clínico para o brasileiro sofrer com qualquer sequela da batida. Efeito psicológico, ainda mais com o nascimento do filho? Bom, Lewis Hamilton e outros puderam comprovar recentemente que o brasileiro continua com sua falta de reticência de sempre de ir para o roda a roda.

É visível que Massa não está à vontade com o carro, não consegue imprimir seu mesmo estilo dos primeiros anos de Ferrari. Isso é consequência dos últimos dois modelos da Scuderia terem a tendência de escapar de frente e está diretamente ligado à dificuldade de aquecimento de pneus.

Alguém pode perguntar: mas se Massa reclamava que os Bridgestone eram duros e por isso ele não conseguia aquecê-los, por que isso não acabou com os Pirelli? Nesse sentido, o carro faz muita diferença e o 150º Italia era aerodinamicamente menos eficaz que seu antecessor – entre outras razões, porque a Ferrari não conseguiu fazer funcionar o difusor soprado nos moldes da Red Bull de maneira eficiente – e um carro que gera menos carga aerodinâmica, ou seja, menos força no solo, trabalha menos os pneus.

Então como o Alonso consegue? Já abordamos aqui como o estilo de pilotagem do espanhol é mais agressivo e apropriado para lidar com os Pirelli, mesmo que o bicampeão tenha perdido muitos pontos (Espanha, Alemanha, Bélgica, Brasil, etc.) justamente nas primeiras voltas após os pits, também mostrando grande dificuldade com os pneus duros.

É inegável que Alonso é superior até por sua adaptabilidade, marca dos grandes, daqueles que andam bem mesmo em situações adversas. Mudar o estilo de pilotagem é algo difícil e o próprio Massa reconheceu que fez tentativas frustradas nesse sentido.

Porém, é factível que a diferença absurda que tivemos nos últimos dois anos – em classificação, por exemplo, por volta dos 0s3 em média, além dos 6 x 0 em vitórias e 20 a 5 em pódios – diminua com um carro, na pior das hipóteses, traseiro, mas que trabalhe bem os pneus.

Para um piloto como Massa, ficar ao longo de uma temporada atrás de um Alonso completamente integrado à Ferrari não é vergonha alguma, mas deixar as recentes lavadas para trás seria um ótimo começo para se recolocar em pé – e de forma positiva no mercado já pensando em 2013 pois seu contrato acaba neste ano e não se fala em renovação. No entanto, essas duas temporadas provaram que qualquer reação não virá dele somente. Massa depende da Ferrari para sair de lá com a cabeça erguida.

6 Comments

  1. No primeiro testes do Pirelli, em abu dabi com os carros de 2010, Massa foi o mais rápido do grid.

  2. É de se lembrar também que no início de 2010 Massa bateu o Alonso na primeira classificação (Bahrain) e só não o passou na corrida por uma ordem de equipe. Ainda, após a segunda corrida da temporada ele era nada menos do que o líder do campeonato.
    E não é só, antes da polêmica do GP da Alemanhã, que o Massa estava na frente e certamente iria ganhar, a diferença de resultados entre os dois era de apenas 6X4 para o Alonso.
    Concordo que o acidente na Hungria em 2009 em nada afetou a capacidade de pilotagem do brasileiro; acho que o que realmente afetou, foi a descarada preferência da equipe pelo Alonso.
    Por fim não acho que o Massa vem de duas temporadas sem um bom desempenho, mas sim, de uma temporada e meia;basta comparar a primeira metade de 2010 com o restante das corridas.
    Massa merece respeito e ponto.
    Parabésn pelo artigo Juliane.

    • Luis Filipe,
      É claro que ver alguém chegar em qualquer empresa e se destacar não é fácil para ninguém e isso tem a ver com o desempenho de Massa.
      Às vezes esses números não contam exatamente a história. O placar pré-Alemanha era de 6 a 4, mas se observarmos essas quatro corridas, vemos que apenas na Turquia dá para dizer que Massa foi superior em ritmo puro. Nas demais, foi Alonso que errou ou teve problemas. Então, não podemos dizer que Massa estava andando melhor, apenas que ele cometeu menos erros:
      Austrália: Alonso roda na largada, cai para último e chega logo atrás de Massa.
      Malásia: ambos largam lá atrás e Alonso tem um problema na embreagem durante toda a prova, quebrando a 2 voltas do final.
      Mônaco: Alonso erra, bate nos treinos livres e larga em último. Chega a duas posições de Massa.
      Turquia: Alonso vai mal no treino, larga em 12º e chega em 8º, logo atrás de Massa.

      Nesse post de 2010 deu uma boa esmiuçada nos números. Acho que vai gostar: http://www.totalrace.com.br/blog/juliannecerasoli/2011/01/06/as-incognitas-de-2010-a-hora-da-verdade-para-massa/

      • Concordo, longe de mim dizer que o Massa é superior ao Alonso, mais que ele merece respeito merece.
        Muito bom o post recomendado.
        Resta saber se ambos tiveram o mesmo equipamento desde o começo de 2010, talvez sim; mais em 2011 está na cara que não, sem contar os erros de pitstop com o Massa, que lhe tiraram pelo menos dois pódios que no final do ano foram tão cobrados pela imprenssa.

  3. O problema de Massa é possuir o piloto mais completo do grid como companheiro. No mais, com um bom carro nas mãos, pode tentar dar um sufoco no companheiro, e até ganhar corridas, mas terá uma batalha difícil.

  4. Se massa equilibrar, parar de tomar o chocolate que vem tomando corrida apos corrida e for pau a pau com alonso, acha lugar em qualquer equipe de ponta. Se não, vai ser Barrechilizado e devidamente defenestrado da F1.


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