Há sempre aquele grupo de pilotos que está perto, mas não exatamente onde gostaria. Às vezes, nunca teve o carro para aparecer; teve companheiros cujo desempenho gerava dúvidas ou ainda a falta de vagas nas equipes maiores criou a ideia de estagnação da carreira.
Nico Rosberg |
Wiesbaden, Alemanha, 27.06.1985 |
128 GPs |
Em 2012: 9º, 93 pontos |
O que levar para 2013: consistência nas corridas |
O que esquecer: apagões em classificações |
Um pouco de cada ingrediente faz com que 2013 seja uma temporada de provação para quatro pilotos no grid. Nico Rosberg chegou em 2006, badalado por títulos em todas as categorias de base, mas nunca fez o bastante em uma Williams em má fase para justificar o interesse de equipes grandes. Teve sua chance de mostrar serviço andando ao lado de Michael Schumacher, mas há quem acertadamente questione o tamanho do desafio frente a um quarentão que não conseguiu recuperar a forma dos sete títulos após três anos parado.
Mesmo assim, Nico superou, mas não trucidou Michael, indicativo de está mais para um Button do que um Vettel, por exemplo. Agora, terá de mostrar frente a Hamilton, de quem costumeiramente perdia quando eram companheiros no kart, se tem valor – e agressividade, algo que parece lhe faltar em momentos decisivos – suficiente para escalar entre os grandes.
Nico Hulkenberg |
Emmerich am Rhein, Alemanha, 19.08.1987 |
39 GPs |
Em 2012: 11º, 63 pontos |
O que levar para 2013: habilidade de se manter livre de confusões |
O que esquecer: início do ano em marcha lenta |
Se Rosberg vem numa fase de estagnação, o outro Nico chega à Sauber credenciado pelas boas performances da segunda metade do ano passado e com ares de líder da equipe. Aos 25 anos, o piloto teve um caminho tortuoso até agora na F-1, muito em função de não contar com patrocinadores do porte de rivais diretos, como Perez e Maldonado. Por isso, foi preterido na Williams e ficou um ano parado, o que lhe atrapalhou no início de 2012. Porém, as desculpas devem ficar para trás em 2013, ano da afirmação do alemão, que demonstrou ser competente em classificação e, mais importante, parece saber dosar agressividade e cuidado durante as corridas e raramente se mete em confusão.
Jean-Eric Vergne |
Pontoise, França, 25.04.1990 |
20 GPs |
Em 2012: 17º, 16 pontos |
O que levar para 2013: cuidado com os pneus |
O que esquecer: péssimas classificações |
Daniel Ricciardo |
Perth, Austrália, 1º.07.1989 |
31 GPs |
Em 2012: 18º, 10 pontos |
O que levar para 2013: boas classificações |
O que esquecer: falta de consistência em corridas |
Após seu primeiro ano na F-1, Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne parecem ser pilotos complementares: o australiano classifica bem e o francês, ganha vantagem nas corridas. Em outras palavras, nenhum dos dois dá pinta de estar suficientemente preparado para ocupar o eventual lugar de Mark Webber. Mas há de se notar que os pilotos do programa de desenvolvimento da Red Bull vêm direto da World Series e acabam chegando com pouca experiência. Se até mesmo um piloto especial como Vettel teve a oportunidade de testar bastante antes de correr na F-1, é de se imaginar que ambos merecem mais tempo. Mas a empresa já mostrou com Buemi e Alguersuari, que tinham características semelhantes, que a paciência não é seu forte.
7 Comments
Boa matéria. Tomara que o Nico Hulkenberg prove ser um piloto forte como tem demonstrado. Acho os demais são uns “Fisichella” da vida, sabe? Aquele piloto bom, mas sem nada de espetacular, que só estão ali por serem médios e confiáveis.
Julianne,
“Mas a empresa já mostrou com Buemi e Alguersuari, que tinham características semelhantes, que a paciência não é seu forte”
Essa dupla ficou 3 anos na STR, eles tiveram paciência..só q os pilotos não mostraram nenhum diferencial..não que sejam ruins….poderiam estar no grid mas não devem ter tanto apoio financeiro para bancar as pequenas……..
Acho que não esperam 3 anos desta vez…no final da temporada teremos 3 possibilidades: 1-) Um deles pega o lugar o Webber e outro continua na STR (se for igual 2012, difícil, ainda mais se o carro não ajudar e a Caterham crescer…) 2-) A STR escolhe 1 pra ficar e outro sai (pra mim nesse caso fica 50% de chance pra cada no começo de 2013) e 3-) Sai os dois (sinceramente, o mais provável, só se a STR nivelar com uma Sauber para colocar os dois lá em 7°, 8°.)…..
Agora, manter os dois mais um ano deve ser difícil…
Na minha opinião, tudo tem a ver com a experiência anterior. Alguersuari, por exemplo, chegou à F-1 após meia temporada de World Series e teve dois anos e meio para mostrar serviço em uma categoria já sem testes. Acredito que o tempo que um piloto demora para amadurecer na F-1 é diretamente proporcional ao tamanho de sua experiência anterior. Por isso, digo que eles não tiveram paciência. Se quisessem alguém quase pronto, que trouxessem já mais maduro.
É diferente do caso do Razia, para dar outro exemplo, com quatro temporadas de GP2.
Entao voce quer dizer que Razia eh o mais experiente dos “rookies” dessa temporada e portanto deveria destacar-se dos demais? Ou seja, a sua expectativa eh que Razia seja o “rookie of the year” considerando a diferenca entre as equipes?
Ele tem maior vivência em um ambiente e equipamento mais próximo o possível ao da F-1, então terá menos a que se adaptar. Outro a ser destacado é o Bottas, que fez 15 sessões de treinos livres apenas ano passado. Digamos assim: se seu fosse chefe de equipe (baseando apenas em performance, tirando a questão financeira de lado), teria menos “paciência” com quem fez 4 anos de GP2 do que com quem fez meio ano de World Series.
Então Julianne, concordo com seu ponto de vista, mas no caso do Buemi e Alguersuari deve-se acrescentar que eles são membros da academia de pilotos da RBR, ou seja, apesar de não ter a vivência de carro, estavam lá dentro desde cedo…pode não ser tão determinante quanto ao tempo de pista, mas acho relevante…acho que o ideal são 2 anos, e pelo fato de ser 3…acho que tiveram paciência…claro que não dá para comparar o que o Vettel fez na STR até pq naquele ano ela era melhor que a RBR….mas acho q lá funciona que nem o Maldonado na Williams, tem que “mostrar” o carro na TV, e isso ele faz indo para o Q3 as vezes e aprontando na corrida de vez em qdo…
No caso do Bottas, eu acho que ele tem q andar no mínimo perto do Maldonado, se ele for igual ao Bruno Senna (Claro que teve toda aquela questão dele não treinar no Q1 para dar o carro ao Bottas) em classificação…acho que a paciência poderá ser curta…
E do Razia, pra mim ele tem a obrigação de no mínimo andar na frente do Chilton, pela experiência e resultado no ano passado…não sei o contrato dele com a Marussia…mas bater a Caterham seria uma manutenção de emprego garantida….
Julianne,
Quem tem velocidade mostra logo, depois amadurece. Ricciardo sobrevive até daquele brilhareco que fez nos testes após a temporada de 2010. Vergne prometeu e não entregou. Somados, os dois não dão um Buemi, que foi muito rápido e combativo em seu primeiro ano na F 1. Depois, em seu segundo ano, o suíço pareceu ter se desmotivado, mas ainda assim achei um absurdo ter sido dispensado. Li em várias fontes que seu trabalho no simulador foi importantíssimo para o sucesso da Red Bull. Merecia mais uma chance. Alguersuari é fraco.
Hulkenberg – muito superavaliado em geral – para mim é uma reedição levemente melhorada de Jan Magnussen. Em seu ano de estréia, sucumbiu a um Barrica em fim de carreira. Para quem ganhou tudo nas categorias de base. . . Não vejo “grinta” nem velocidade nele. Vai ter que acelerar muito na Sauber pois corre o risco de ser superado pelo estreante Gutierrez que, além de saber poupar pneus, é muito combativo.
Rosberg é mediano, e agora, com Toto Wolff como Diretor e acionista da Mercedes, é outro que vai precisar pisar fundo para não ser substituido por Bottas, seu piloto in pectoris (que não mostrou ser tão “bota” assim).
Se queriam ser grandes, à vista do que mostraram até agora tudo indica que vão ficar apenas na vontade. . .
Por esses e outros é que a fila não anda na F 1 e, quando anda, é para o lado errado. Na GP 2 tem gente com a faca nos dentes que já poderia ter subido este ano. Em dois anos, a meu ver, um piloto pode até não apresentar resultados traduzidos em pontos, pois é um esporte (?) em que o competidor depende muito dos meios, mas tem que mostrar velocidade e combatividade, e dá para se perceber esses dois fatores quando existem.