O sono às vezes atrapalha, e muito, mas o GP da Austrália em Melbourne é sempre um belo começo para a temporada. O público comparece em peso, tem toda a tradição do desfile de carros antigos e a pista serve para testar a confiabilidade dos carros – que o digam os freios! – e o nível de “ferrugem” dos pilotos, com uma largada sempre complicada e muros e britas pouco coniventes com erros.
Villeneuve, em 1996
Sua tradição como prova de abertura também lhe rendeu uma série de estreias marcantes. Na minha memória, vai ser difícil alguma superar a de um piloto que seguia muito de perto na Fórmula Indy e que chegava em 1996 com seu jeitão grunge e o sobrenome famoso para a equipe mais vencedora da época, a Williams.
Nunca ligou para muita coisa, aquele tal de Jacques Villeneuve. Nem para a pressão da estreia. Fez uma pole que surpreendeu muitos que esperavam um novo Michael Andretti e só não venceu por um vazamento de óleo, respondendo bem à relargada após outro incidente marcante daquele GP: o voo de Martin Brundle na Jordan dourada.
Webber, em 2002
Seis anos depois, seria a vez de outra estreia gloriosa, com direito a pódio mesmo com um quinto lugar. Correndo em casa, Mark Webber sobreviveu na pista e levou a Minardi aos pontos.
Tudo bem que o hoje piloto da Red Bull chegou à frente apenas de dois carros: seu “fantástico” companheiro Alex Yoong e Mika Salo, que rodou sua Toyota tentando passar o australiano com uma volta para o final. Mas valeu pela festa e pelo feito de um piloto que só viria a superar o quinto lugar da estreia em casa ano passado.
Hamilton, em 2007
Pulando mais cinco anos no tempo, é a vez de Lewis Hamilton chegar à Austrália com a faca e o queijo na mão para uma estreia daquelas. E o inglês não decepcionou. A bordo de um carro competitivo e com toda a pressão no companheiro bicampeão Fernando Alonso, deu seu cartão de visitas logo na largada, passando o espanhol por fora.
No desenrolar da prova, é bem provável que a McLaren tenha mexido seus pauzinhos para garantir que Alonso chegasse na frente, tendência que foi mudando ao longo da temporada. Mas o “estrago” já estava feito e Hamilton trouxera uma enorme dose de alívio para os ingleses: fazia tempo que eles não tinham um “championship material”, como costumam dizer, em uma equipe de ponta. E pensar que não sabiam que seria só o começo de uma sequência de pódios que terminaria apenas oito provas depois.
Brawn GP, em 2009
Meu último GP da Austrália que marcou foi o de 2009. Fazia tempo que não víamos o grid “invertido” na Fórmula 1, com Brawn, Red Bull e Toyota na frente – e as consequências de tudo o que deu errado para McLaren e Ferrari naquela época sentimos até hoje.
Isso sem contar na história inacreditável da Brawn GP. A Honda, cansada de andar do meio para o fim do pelotão, abandona o barco, o time é confirmado aos trancos e barrancos e o carro é, disparado, o melhor do grid. Com difusor duplo ilegal? Sim, mas quando eles foram pegos a história já era boa demais.
E para vocês? Quais foram os GPs mais marcantes na Austrália?
9 Comments
Na Austrália, mas em Adelaide, em 1986 (estouro de pneu de Mansell e título de Prost), e em 1991 (Debaixo de muita chuva, com Senna abrindo 11 segundos na primeira volta para o segundo colocado, e vencendo a corrida). Também em 94 no mesmo circuito. Em 2009, também, com a agradável surpresa da Brawngp, só que com o carro “errado”.
É claro que eu gostava da Adelaide rs.
Mas tem um GP que o Button de BAR ou Honda, não lembro, estoura o motor na última curva.
Foi bonzinho. Em 2003 eu acho.
Moises,
Foi em 2006.
Opa! Não tive nenhum tempo pra garimpar.
Valeu, Jobson!
Vou falar só dos que vi ao vivo:
O primeiro que vi foi a estreia do Rubinho na Ferrari. Não marcou tanto. 2001, pelo acidente do Villeneuve com o Ralf, marcou mais.
2003 por ter sido a primeira corrida da “nova F1” marcou. Um GP bem agitado.
2007 pela atuação do Hamilton e a F-1 pós-Schumacher, apesar da corrida ter sido morna.
2008 por todos os problemas e a corrida de sobreviventes.
2009 pelo que você disse.
2010 pela chuva e todas as alternativas…
É, GPs da Austrália são sempre legais.
Para mim, a edição de 1997 é marcante, devido a volta da McLaren ao grupos dos vencedores, com Coulthard em 1º e Hakkinen em 3º.
De quebra, fez a estréia do novo layout trazido pela associação com a marca West, após anos com o layout Marlboro. Também marcou a primeira vitória do motor Mercedes-Benz nesta “era moderna” da F1.
Alias, um pouco “off-topic”, masn essa temporada 1997, que diversidade de motores! Mercedes, Ferrari, Renault, Yamaha, Ford, Mugen-Honda, Peugeot…
As provas na Austrália de 85, 86 e 90 foram marcantes. Todas encerrando as temporadas citadas. A de 85 teve muitas quebras e rodadas e foi movimentadíssima. A de 86 pela decisão do título, que era de Mansell, passou por Piquet e acabou com Prost. E a de 90, com vitória de Piquet e a espetacular fechada de porta em Mansell.
Em 2009, final dramático entre Kubica e Vettel, com o jovem alemão dizendo “I’m very very sorry” no rádio
1990, facil. Pela corrida fantastica e pela vitoria do NPiquet.
Julianne, em relacao ao Jacques um pequeno toque: Ele estava dirigindo um carro do Newey E havia testado antes da estreia por mais de 10 mil KM. Hardly a novice, therefore. A molecada mais jovem nao deve ser disso.
Saludos.